Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fonte:|clicrbs.com.br/diariocatarinense|

A indústria têxtil é um dos setores que mais se ressentem com a concorrência dos importados. Por conta do prejuízo que os polos
industriais do setor amargam, a Associação Brasileira da Indústria
Têxtil (Abit) não descarta a possibilidade de entrar com ação judicial
contra os programas de incentivo às importações, entre eles, o
Pró-Emprego.

O diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel, diz que a entidade é “frontalmente contrária” aos programas de
incentivo, com destaque para o de Santa Catarina, que chama de
“Pró-Emprego na China”.

– É natural que os estados tentem atrair investimentos, mas não gerando emprego para os chineses e tirando
competitividade da nossa indústria. Nós podemos caminhar no sentido de
uma ação de judicial para frear o que consideramos uma lógica fiscal
perversa. Como se não bastasse a queda, ainda vem o coice – diz,
comentando que o câmbio já prejudica o setor e os programas de incentivo
acentuam as perdas.

Dados da Abit apontam que o crescimento de importações de têxteis pelos portos de SC passa de 100% de 2009 para
2010, enquanto a importação que ficou no Estado aumentou só 41% no
período. Isso significa que a maior parte dos produtos apenas entrou por
Santa Catarina, mas foi parar em outros estados, acarretando maior
desgaste nas rodovias e na logística de transporte do país.

Segundo Pimentel, a entidade já participou de três reuniões do Conselho
Nacional de Administração Fazendária (Confaz) para tentar demonstrar a
falta de lógica dos estados em atraírem importações para movimentarem
seus os portos.

A posição da Abit não encontra respaldo no Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau e Região (Sintex). O
presidente do Sintex, Ulrich Kuhn, discorda que o programa seja
prejudicial para o Estado.

– Enquanto existir incentivos em outros estados, acho válido que Santa Catarina tenha também. Se não for
importado por aqui, vai entrar de qualquer jeito no país. Os nossos
portos são extremamente eficientes e o programa ajudou a cadeia
logística da região toda. As empresas estão sofrendo pela fragilidade da
questão cambial e não por causa dos programas de incentivo. O buraco é
mais embaixo – alerta.

Kuhn defende que as empresas brasileiras não reclamem das importações e sim do fato de que não estão conseguindo exportar.

– O governo federal deveria ter uma política cambial eficiente ao invés
de ficar tentando acabar com o Pró-Emprego, que fez Santa Catarina
melhorar sua logística e permitiu que as empresas que investem e geram
empregos no Estado sejam mais competitivas – avalia.

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