Fonte:|abit.org.br|
Representantes
da cadeia de produção e distribuição da indústria e varejo estiveram
reunidos ontem (18), na sede da Associação Brasileira da Indústria
Têxtil e de Confecção (ABIT), em São Paulo, durante o workshop
“Indústria e Varejo – Têxtil e Confecção: uma visão convergente da
cadeia de suprimentos”. A reunião inédita entre o varejo e a produção
têxtil foi uma iniciativa conjunta da ABIT, Instituto para
Desenvolvimento do Varejo (IDV) e ABVTEX (Associação Brasileira do
Varejo Têxtil), e contou também com as presenças da Associação
Brasileira dos Produtores de Fibras Artificiais e Sintéticas (ABRAFAS) e
Sindicato das Indústrias Têxteis de São Paulo (Sinditêxtil-SP).
Adotar medidas que fortaleçam a confecção foi um dos principais consensos do encontro em que as entidades participantes concordaram em
constituir um Fórum Permanente de discussão, com uma agenda que incluirá
ações a curto, médio e longo prazo. O grupo também sugeriu reunir
informações e métricas consolidadas em um único documento, com o intuito
de evitar dados divergentes, bem como identificar os problemas da
produção e do varejo.
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O presidente da ABIT, Aguinaldo Diniz Filho, durante o workshop
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O presidente da ABIT, Aguinaldo Diniz Filho, destacou a importância de estabelecer um canal de comunicação direto. “Vamos fazer nosso dever
de casa, mapear nossos problemas e iniciar juntos uma forte e
consistente ação política”, enfatizou. “Hoje, a indústria e o varejo
juntos reúnem mais de 2 milhões de empregos diretos no Brasil. Temos que
usar essa força para que o governo reveja a tributação e nossas
empresas não sejam pulverizadas”, complementou Oswaldo Oliveira,
diretor de Operações da Rosset. “Se os produtos são globais, os
procedimentos e as exigências para os fornecedores também devem ser
globais”, considera o diretor superintendente da ABIT, Fernando
Pimentel. O crescimento do varejo no Brasil também foi destacado no
seminário. “Algumas redes já são iguais ou até superiores às redes de
varejo internacionais em serviço, qualidade e mix de produtos”,
ressaltou Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas. Flávio Rocha,
CEO da Riachuelo, destaca a importância da integração dos elos da
cadeia. “Um dos maiores erros é achar que basta ter todos os elos
competitivos, mas se não são integrados nada adianta”. O
diretor-presidente da Marisol, Giuliano Donini, também defendeu a
integração do setor. “A indústria e o varejo podem se unir, o que
beneficiará o consumidor”, disse.
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Empresários do setor têxtil e do varejo durante reunião em São Paulo
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O vice-presidente do IDV, José Galló, apontou a importância dos
fornecedores nacionais, porém destacou o problema da pulverização das
confecções. “É preocupante o fato de fornecedores não conseguirem
crescer e acompanhar o crescimento do varejo. Hoje são as leis de
mercado que regem o varejo e a indústria. O consumidor pesquisa e exige
qualidade a preço competitivo”, diz. “A ‘Síndrome de Peter Pan’
prejudica a qualidade e impede o crescimento das empresas. Tudo isso
para compensar a carga tributária”, resumiu Marcos Gouvêa de Souza, CEO
da GS&MD Gouvêa de Souza. “Não queremos importar. Somos obrigados a
importar e a adoção de barreiras à importação não resolvem o problema
que é estrutural. Há um sentido de urgência na solução dos mesmos e esta
convergência é muito positiva”, diz Sandro Benelli, Global Sourcing
Director do Grupo Pão de Açúcar. “O nosso varejo se abastece, na maior
parte, da indústria nacional. Ainda assim, há espaço para crescer com as
políticas corretas”, enfatizou o diretor do IEMI, Marcelo Prado.
Segundo especialistas, o mercado da moda continuará crescendo no mundo e, nesse contexto, o Fast Fashion, com preço e qualidade, será o
trunfo da indústria nacional visto que a velocidade é cada vez mais
crucial no processo produtivo e de distribuição. “O varejo precisa da
indústria nacional e vice-versa. É um casamento sem divórcio”, declara
Alberto Serrentino, diretor da GS&MD Gouvêa de Souza.
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