O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, disse na última quinta-feira (17) que ainda será necessário um período mais longo com o dólar estável, e no atual patamar de R$ 2,00, para que a indústria passe a substituir os insumos importados por matéria-prima nacional. Segundo ele, a mudança exigiria novos investimentos.
Azevedo avalia que permanece a tendência de aumento da participação das importações no consumo doméstico. O coeficiente de penetração de importações, que considera tanto o consumo final das pessoas quanto o de insumos pela indústria, bateu recorde ao atingir 22,2% no acumulado em 12 meses, até março de 2012. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela CNI. Para Azevedo, a substituição do consumo de bens acabados importados por produtos nacionais levará algum tempo. O economista destaca que o câmbio não é o único fator que retira competitividade das empresas brasileiras.
Na indústria de transformação, a participação de insumos importados na produção dobrou em uma década, atingindo também valor recorde. Passou de 10,5%, em 2002, para 21,1% no acumulado em 12 meses até março deste ano. O setor que mais chamou a atenção foi o de vestuário, onde a entrada de importados subiu de 10,6% em 12 meses até dezembro de 2011 para 12% até março deste ano. No final de 2010, era de 7,4%.
Até o final do primeiro trimestre deste ano a tendência de aumento das exportações na participação no valor da produção industrial permaneceu até o final do primeiro trimestre. Foi de 18,1% no acumulado em 12 meses até março. Na indústria de transformação, foi de 15,2% e na indústria extrativa alcançou 72,3% no período. 'As exportações estão ganhando importância. Esta é a tendência recente', afirmou.
FONTE: DIÁRIO DE MINAS
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