Onde você guardaria suas riquezas como dinheiro, jóias, objetos de valor?
Seguramente diria em um cofre.
Sabendo que lá está depositado um valor incalculável, o deixaria com as portas abertas?
Permitiria que esse patrimônio, todos os dias, circulasse no mercado e só voltasse no dia seguinte?
Certamente dirá que não.
Sem perceber, todos nós que temos a responsabilidade pela gestão de uma organização mantemos com freqüência as portas de um cofre abertas.
Nosso maior patrimônio nas empresas são as pessoas que carregam consigo todo capital intelectual.
Ocorre que, dia após dia, em um horário determinado, esse incrível patrimônio atravessa os portões com destino aos lares e são aguardados no dia seguinte, como se o retorno fosse uma simples obrigação.
Há um detalhe nesse cofre que o torna diferente daqueles que conhecemos.
No modelo tradicional o segredo é usado para abri-lo, neste, ao contrário, serve para fechá-lo.
No modelo tradicional a abertura das portas é feita quando algo precisa ser retirado, neste, todos os dias, a operação de fechamento tem que ser efetuada para garantir a segurança e retenção dos bens.
No modelo tradicional o segredo é preparado com a combinação de números e voltas para a direita e para a esquerda, neste o segredo é constituído de crenças e valores empresariais e pessoais.
Você deve estar se perguntando como esse segredo é preparado se as pessoas têm expectativas diferentes.
É exatamente nesse ponto que residem as maiores dificuldades, pois precisamos ser justos para que o segredo funcione e nos possibilite trancar as portas.
Ser justo é tratar as pessoas diferentes de forma diferente. Com isso, o código usado como segredo é uma combinação mutável e negociada.
Assim como nós, gestores, queremos ter certeza que conseguimos trancar a porta, as pessoas que conosco se relacionam também tem interesse que o façamos.
Muitos códigos são preparados na contratação do colaborador e depois esquecidos, então portas permanecem abertas. Outros deixaram de ser funcionais, ninguém se preocupou em atualizá-los, portanto o patrimônio circula pelo mercado sem qualquer segurança.
Há um complicador nesse processo, a porta não é única. Para cada bem há uma porta e um segredo que precisam ser usados com freqüência, e renovados quando não apresentam segurança.
As pequenas luzes vermelhas que indicam portas abertas não são notadas em empresas onde essa questão não é valorizada.
Já observei, diversas vezes, locais onde todas estavam acesas e os gestores consideravam normal. Alguns atribuíam a falha ao código, outros aos cofres, e alguns à maneira de fechá-los. Entre esses encontrei os que já tinham decidido não trancá-los mais.
Diziam: - Para que esse trabalho todo se os segredos mudam e ninguém é insubstituível?
A história empresarial, no mundo, é rica em exemplos de nascimentos de grandes organizações devido aos maus tratos às grandes idéias.
Ao estudá-las, você notará que estas, para mostrar todo o potencial, precisam passar pelo mesmo processo de fabricação das espadas. Um bom material, muito fogo e marteladas.
O desenvolvimento de uma idéia ou um projeto deve atender à duas sessões para maximização de sua contribuição: a primeira, profunda averiguação dos seus aspectos positivos, com exaustivos questionamentos. Superada essa fase e seguros de sua validade, passa-se a segunda sessão. Um duro processo de crítica para verificação de sua sustentabilidade.
A superação de barreiras dá consistência e forte constituição ao processo.
Por essa razão, as idéias vencedoras se apresentam praticamente imbatíveis e difíceis de serem copiadas.
Sem que notemos, esses processos revolucionários só foram possíveis porque havia um cofre de portas abertas.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: Ivan.postigo
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