Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Ele é o primeiro do gênero no Brasil e o mais visitado da capital mineira.

Gustavo Andrade/EncontroO Castelinho da Bahia: construído em 1914 para abrigar o primeiro órgão legislativo da cidade (foto: Gustavo Andrade/Encontro)

Quase todos os dias, um senhor entra pelas portas do imponente Castelinho da Bahia, na esquina com a avenida Augusto de Lima, no centro. O prédio centenário, em estilo neogótico, que mais parece uma igreja, não o intimida. Depois de pegar seu jornal, ele senta-se confortavelmente e fica ali parte de sua manhã, sem contar o passar do tempo. "Aqui vem todo tipo de gente. É um espaço cultural aberto que tem várias funções, inclusive a de simplesmente acolher as pessoas", diz Marta Guerra, gestora do Museu da Moda de Belo Horizonte (Mumo). O espaço, que começou como Centro de Referência da Moda há cinco anos, virou oficialmente museu em dezembro passado, tornando-se o primeiro museu público dedicado exclusivamente à moda no Brasil. No mês da sua inauguração, recebeu 4.300 visitantes e em janeiro, 3.800. É o espaço mais visitado entre os que estão sob a tutela da Fundação Municipal de Cultura (FMC).

O que tem atraído tanta gente é seu intenso calendário cultural. Nas exposições, a moda é apresentada com diversas linguagens, ampliando a visão dos visitantes sobre o mundo fashion. "É importante dar voz às várias manifestações em que a moda está presente", afirma Marta. "O fato de o espaço ser aberto para essas discussões motiva o público a romper com a visão de que moda é só consumo." Depois de mostras como Moda e Literatura por Ronaldo Fraga, com curadoria do estilista, e a Retrospectiva do Grupo Mineiro de Moda, o Mumo agora volta seu olhar para a história da indústria têxtil mineira. Até junho, as galerias estão ocupadas com a exposição = 33 Voltas em Torno da Terra - Memória da Indústria Têxtil em Minas Gerais, que mostra o crescimento da produção de tecidos no estado e sua importância para a economia local e nacional. Os visitantes conseguem ver, por exemplo, máquinas do século XIX e blocos de estampas do início do século XX.


Gustavo Andrade/EncontroMaquinário do século XIX: exposição em cartaz conta a história da indústria têxtil em Minas (foto: Gustavo Andrade/Encontro)

Os gestores do museu, no entanto, querem que ele vá além das exposições e iniciativas culturais e fomente a pesquisa prática e acadêmica da moda. Aberta ao público, a biblioteca tem cerca de 4 mil títulos e está aumentando seu acervo de publicações específicas sobre o assunto. Discussões sobre os temas em exibição fazem parte da programação e contam com a presença de profissionais e professores do setor. "A moda é memória, é cultura, mas também é produto, que produz ganhos econômicos para a cidade."

O Mumo também mira o reconhecimento como centro de formação de habilidades profissionais, oferecendo aulas ligadas à área. O melhor exemplo disso é o curso de corte e costura, em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), que acontece há um ano. A cada três meses, uma turma conclui os fundamentos de modelagem, costura e acabamentos para vestuário. "É um curso gratuito em que as pessoas saem daqui capacitadas a trabalhar, além de destacar o papel social do museu", diz a gestora.


Gustavo Andrade/EncontroMarta Guerra, gestora do Mumo: "O nosso desafio era colocar a moda como política pública municipal e apresentá-la como um segmento produtivo da sociedade" (foto: Gustavo Andrade/Encontro)

A participação ativa do museu na vida cultural de Belo Horizonte é o que o faz ser um campeão de audiência. Além de estar em iniciativas que passam por toda a cidade - como a Virada Cultural e a Semana de Museus -, a programação mostra-se sempre em sintonia com o que acontece na capital. "As oficinas são variadas, e procuramos sempre atuar dentro do calendário da cidade", afirma Marta. Neste mês, para o carnaval, serão realizadas oficinas de confecção de máscaras e maquiagem. Já os eventos fixos do museu têm público cativo, um exemplo são as Rodas de Leitura, que acontecem na primeira terça-feira do mês. "Começamos com um encontro entre os funcionários. Hoje, o projeto ganhou força e as pessoas vêm participar todo mês", disse.

Bailarina, professora de dança e pedagoga por formação, Marta chegou à moda por meio da cultura. "O nosso desafio era colocar a moda como política pública municipal e apresentá-la como um segmento produtivo da sociedade", diz. Estão no caminho certo. O próximo passo é concluir o projeto expográfico, respeitando-se os limites de um edifício histórico construído em 1914 e, hoje, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). Mas não há dúvidas de que o Mumo continuará, cada vez mais, abraçando a cidade. E, claro, sempre com um glamour que só a moda é capaz de proporcionar.

 

http://www.revistaencontro.com.br/app/noticia/encontro-indica/2017/...

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