Volume de álcool vendido cai 43% no país em quatro anos
Fonte: InterLog
O carro do lutador de MMA Cézar Mutante, 27, é flex, mas nunca foi abastecido com etanol. É que, pelo menos nos últimos dois anos, este combustível deixou de ser vantajoso perante a gasolina. "O carro é de 2011 e, desde que o comprei, só coloco gasolina. O álcool não vale a pena porque está muito caro", conta Cézar Mutante. Assim como o lutador, muita gente não enche o tanque com etanol há mais de dois anos. "Eu nem me lembro da última vez em que coloquei álcool, acho que tem uns dois ou três anos. Se fosse mais barato, eu colocaria", afirma a funcionária pública Ângela Campos, 34.
Por trás desses depoimentos, estão as estatísticas das vendas de combustíveis. De 2009 para 2012, enquanto o volume comercializado de gasolina subiu 47,6%, o do etanol despencou 43,8%, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Minas Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda, explica que a queda na demanda de etanol se acentuou nos últimos dois anos, quando a diferença entre os preços da gasolina e do álcool ultrapassou a casa ideal dos 70%. Ele lembra que, cada litro de álcool percorre 70% da mesma distância que um litro de gasolina é capaz de fazer.
"Um exemplo pode ser visto no meu próprio posto. Há dois anos, eu vendia cerca de 80 mil litros de álcool por mês. Hoje, vendo no máximo 20 mil. O faturamento não caiu porque o que perdemos na venda do etanol foi compensado pelo aumento da venda da gasolina", justifica Miranda. Ou seja, o consumo se reduziu a um quarto do volume vendido há dois anos.
"Tem cliente que coloca porque o carro é só a álcool. Mas quem tem carro flex e faz a conta, prefere a gasolina", diz Miranda. No fim das contas, considerando um carro popular que faz 12 km por litro com gasolina e tem 45 litros de capacidade, um tanque cheio percorre 540 km. Com 45 litros de álcool, o carro anda 378 km. Para completar os mesmos 540 km feitos com gasolina, seriam necessários 64,3 litros. Ao preço médio de R$ 2,07, o gasto seria de R$ 133,10, uma diferença de R$ 11,15, considerando os R$ 121,95 para os 45 litros de gasolina, ao preço médio de R$ 2,71.
Sem demanda grande, os postos passaram a comprar o mínimo possível. "Antes, chegava caminhão de etanol todos os dias, agora é uma vez por semana", conta o gerente de um posto do Buritis, na região Oeste.
Petrobras diz que solução é tornar etanol vantajoso - Não há gasolina suficiente para a frota nacional e a Petrobras está importando a preços mais caros do que os do mercado brasileiro. E, para evitar aumento na inflação, a empresa não repassa isso para o consumidor, mas a estatal está tendo prejuízos. A própria presidente da Petrobras, Graça Foster, já admite que a solução está em tornar o etanol vantajoso. "A solução mais simples para a falta de gasolina é o etanol voltar à praça. O nosso grande cavalo de batalha é a volta do etanol, que vai convergir para preços adequados", disse Graça, na última terça-feira. Essa é a vontade do setor sucroalcooleiro, que parou de investir porque a demanda está baixa.
O presidente do grupo Asamar (dono da distribuidora AleSat), Sérgio Cavalieri, afirma que a recuperação ainda vai demorar alguns anos. "O álcool vem da cana, que é de origem agrícola. O custo da produção está maior, e os preços estão mais altos porque a oferta está menor. No momento em que for viável investir em aumento da produção, ele voltará a ser competitivo", avalia.
No fim de setembro, uma reunião com representantes do setor produtivo, distribuidor e do governo vai avaliar o aumento de 20% para 25% do percentual de álcool anidro na gasolina. A medida, ao mesmo tempo em que permitiria a redução de preço do combustível fóssil, incentivaria o aumento da produção de etanol. Segundo o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Pádua, a decisão será tomada apenas para a próxima safra, 2013/14, pois é impossível aumentar agora, perto do início da entressafra da cana.
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Petrucio, não podemos confiar nos usineiros para produzir alcool, dependendo da cotação do açucar eles param de produzie alccol e produzem açucar. Se a Petrobras não entrar nesse balaio de gatos o problema da falta de alcool nunca será solucionado. Que tal a ""Alcoobrás com a gestão dos politicos?
Abraços Romildo.
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