Sobre a tua nota de análise sobre as importações da China, o que posso dizer como industrial da área de malharia é que é uma vergonha o que estão fazendo com as indústrias brasileiras, principalmente do setor têxtil.
. Se tudo fosse importado da China legalmente, pagando impostos, não temeríamos nada, pois a importação teria um preço justo e haveria um equilíbrio saudável, mas os grandes importadores têm um a associação em São Paulo, chamada de ABEIM, e eles importam da China através de outros países(Bangladech é um deles) para burlar as cotas e preços. Com isto as malharias estão sumindo ou passando muitas dificuldades. As que sobrevivem, utilizam a mesma importação ou fabricam um produto de alta qualidade para sobreviver. Veja o caso da Hering, Sulfabril e outras de Santa Catarina. Um companheiro nosso foi a China para ver de perto o que está acontecendo. Ele visitou uma malharia que tem mil máquinas manuais, e as maquinas trabalham 24 horas sendo 12 horas o pai, 6 horas a mulher e 6 horas o filho(menor de idade) o salário da família é de U$ 120,00 mensais as folgas são aleatórias, sem férias, sem 13º salário, sem multa de 50% do FGTS e, pior, utilizam mão de obra de menores, podemos classificar como mão-de-obra escrava.
. Tenho este conhecimento pois sou malheiro estabelecido em Gravataí e fui presidente do Comitê de Malharia Retilínea da ABIT em São Paulo, o que os grandes(Abeim) fazem é um verdadeiro desserviço para o Brasil por estar atingindo e prejudicando muitos setores sendo o têxtil por um todo, tendo este o segundo maior em utilização de mão-de-obra que tem a Construção Civil como primeiro do nosso país.
- Desde 2003 são milhares que perderam empregos. Neste período, em Caxias do Sul, só na região, existiam 300 malharias, mas hoje não passa de 50.
Solon Raphaelli
GIO INDUSTRIA DE MALHAS E CONFECÇÕES LTDA