Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Estilista Oscar Metsavaht Critica 'Sustentabilidade', em Fórum no AM

Para fundador da Oskley, faltam projetos consistentes na Amazônia.
Ele deu dicas de como implantar iniciativas sustentáveis bem sucedidas.

O Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado em Manaus, foi encerrado neste sábado (24) com um discurso polêmico do empresário e estilista Oscar Metsavaht. Ele fez duras críticas a projetos tidos como sustentáveis aplicados na Amazônia, que não geram benefício algum ao meio ambiente e às comunidades locais. Oscar também lamentou a ausência de iniciativas que tornem a Amazônia uma marca positiva e de valor agregado no mercado.

Oskar Metsavaht, estilista e empresário (Foto: Carlos Eduardo Matos/G1 AM)
Oscar Metsavaht, estilista e empresário
(Foto: Carlos Eduardo Matos/G1 AM)

"Infelizmente, ainda estamos nos tempos coloniais em que havia troca de Pau-brasil por espelhinhos. Hoje, trocamos nossas commodities por Ipad's", disse.

Fundador e presidente da marca Osklen, conhecida mundialmente pelo uso de materiais sustentáveis em seus artigos-conceito, e também presidente da Instituto-E, entidade especializada em gestão de ações ambientais sustentáveis, Oscar explicou que, para um projeto ser bem suscedido, é necessário que o mesmo participe da cadeia que envolve o meio ambiente e as comunidades nativas, as quai se sustentam do que a natureza dispõe.

"É preciso observar a cadeia, como ela funciona. Tem que analisar os pontos vulneráveis e entrar com soluções. Os projetos precisam ser de longo prazo, caso contrário, perdem consistência, dinheiro e tempo", destacou o empresário.

Do Instituto-E, Oscar destacou alguns projetos como a captação sustentável de couro de peixes e frutas amazônicas, como pupunha, além de látex e algodâo orgânico. O projeto mais recente é o que utiliza juta amazônica na produção de bolsas femininas, que beneficia 25 famílias no Pará.

"Nós já tivemos alguns projetos mal suscedidos. Muita coisa não rendeu, não deu certo. Mas a experiência nos deu capacidade para aprimorar outros que estão dando certo", afirmou.

Durante o debate com ambientalistas, o empresário e estilista gaúcho analisou que falta consistência na maioria dos projetos brasileiros considerados sustentáveis, que ainda não agregaram valor internacional aos produtos amazônicos de origem sustentável. Com isso, ele  fez uma análise sobre o mercado da moda, de modo geral. "O Brasil é cópia do modismo americano e da alfaiataria italiana. Está na hora de termos nossa própria identidade", salientou.

Fonte:|http://g1.globo.com/amazonas/noticia/2012/03/estilista-oscar-metsav...

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Gostaria de saber  o que  o estilista pensa  da moda  dos nativos  de andar  nús. Não creio que  exista moda  mais  " sustentável "  do que não usar  roupa. Esses estilistas tem cada uma  que perece  duas. Ou três!

Creio que o Oskar deu início ao que precisa ser de fato discutido. Iniciativas singulares, isoladas, simplesmente não podem contribuir para a "sustenbilidade" porque trata-se de uma abordagem necessaramente sistemica. Toda e qualquer açao requer a visão da CADEIA PRODUTIVA e da gestao sustentável dessa cadeia. Estilistas que se proponham a desenvolver eco-inovações são muito bem-vindos, mas precisarão do apoio de especialistas em engenharia ambiental na empresa líder que os ajudem a calcular os impactos de suas criações. Boa discussão, Oskar!

 

Flavio

 

Você está familiarizado como  conceito  de  "wicked problem"  ,as vezes traduzido como " problema perverso" ?  Consistem em problemas que não  tem uma  só solução, não tem "a"  solução, ou não tem  soluções,  como no caso dos "tame  problems", que  são  do tipo de problemas comumenmte usados no  ensino- o professor  sabe a pergunta que vai fazer, e sabe  a respostas ) certas. Estes problemas ( wicked) estão  associados aos  sistemas complexos,e sua natureza está intimimanete  ligada  a natureza dos sistemas complexos, envolvendo questões materiais (  ex  energia) e imateriais  ( beleza) .  Parece-me que no Brasil teste conceito  é pouco entendido.Aliás lá  fora  também. Neste contextoa pergunta  a fazer é mais dificil  do que  a solução, que, repito,  não é única. A questão da ecologia-economia  é  chamada de  "super wicked problem" .Sem entender  este conceito  os  "stakeholders" perdem tempo. Ou perdem muito tempo com o que  chama-se  "fragmentação"  do problema resultante  de diferentes  visões do mundo,   formação, ou mesmo objetivo  ,as vezes  conflitante como objetio que  o  grupo  tem em princípio.

 

Vc está certo na sua observação.

 

E parabém  pela  vitória  do Flu  sobre  o Bonsucesso

 

Edison,

Sua observação é correta, Edison. Na verdade, em minha opinião, as verdadeiras medidas sustentáveis passam por uma necessária mudança profunda no binomio reducionista "produção e consumo". Nem todas as medidas poderão ser economicas, ou trazer vantagens economicas. Na verdade, introduzir um novo produto, com um novo material, de início apenas colabora para aumentar a quantidade de NOVOS produtos (leia-se mais lixo a ser digerido pelo ambiente) e novos processos (sobretudo com o uso de novos materiais, digamos,"naturais"), muitas vezes ineficientes (justamente por se tratar de novos materiais, logo, pouco conhecidos) que acabam consumindo mais energia e gerando mais desperdícios do que os processos tradicionais com insumos tradiconais. Isto não significa que iniciativas de eco-design e eco-inovação devam ser abandonadas. Há portanto paradoxos a serem resolvidos que estão sendo simplesmente ignorados, muitas vezes, para aproveitar a nova corrente de consumismo. Precisamos cuidar desse novo ciclo vicioso de produção e consumo disfarçado. Estilistas como o Oskar, e alguns outros que conhecemos, poderão, muito bem assumir esta liderança em prol de uma cadeia verdadeiramente sustentável... mas saibam que há riscos a serem assumidos!

Parabéns pela "grande" vitória sobre o Volta Redonda!

Grande abraço,

Flavio Bruno

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