Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

"Vamos dobrar a nossa capacidade de produção. Queremos retomar nosso espaço no mercado brasileiro", afirma o diretor-presidente da Coopertextil, Paulo Roberto Palmeira.

"Tá na hora de dormir, não espere a mamãe chamar. Um bom sono pra você e um alegre despertar". O clássico jingle da década de 60 remete à sensação de tranquilidade e diz por si só: é o momento de descanso, que provavelmente contará com a companhia de um cobertor quentinho. De fácil memorização, a melodia levou a marca de cobertores Parahyba para a lembrança do brasileiro e marcou a época de ouro da empresa, que detinha cerca de 80% do mercado. Depois da trágica morte de seu dono, o então senador paulista Severo Gomes, em 1992, e um longo período de dificuldades, em que quase desapareceu, a companhia - agora nas mãos de funcionários unidos em uma cooperativa - tenta renascer das cinzas e planeja a construção de uma nova fábrica.

"Vamos dobrar a nossa capacidade de produção. Queremos retomar nosso espaço no mercado brasileiro", afirmou ao Valor o diretor-presidente da Coopertextil, Paulo Roberto Palmeira.

A cooperativa, formada em 1998 por funcionários da antiga Tecelagem Parahyba, tem uma unidade em São José dos Campos (SP), com capacidade de produzir 1,5 milhão de cobertores e mantas por ano e 400 funcionários, sendo que 140 são cooperados.

Com o crescimento da cidade, a unidade não tem mais espaço para expansão e, agora, a ideia da Coopertextil é desativar a área em São José dos Campos e transferir a produção para uma nova unidade, em alguma cidade vizinha. Segundo Palmeira, devem ser investidos R$ 10 milhões na nova fábrica, que contará com capacidade produtiva de 3 milhões de unidades.

Antes da morte de seu dono, empresa chegou a deter mais de 80% do mercado brasileiro de cobertores

"Isso significaria recuperar a posição e conquistar cerca de 15% de market share", disse o executivo. Hoje, a empresa detém cerca de 5% do mercado brasileiro de cobertores. Segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), foram produzidos no Brasil 17,4 milhões de cobertores no ano passado. O consumo aparente (medido pela produção somada às importações, menos as exportações) totalizou 27 milhões de peças por ano. As principais produtoras, todas de São Paulo, são Jolitex (São Bernardo do Campo), Ober (Santa Bárbara d'Oeste) e Scavone (Itatiba).

Segundo o Valor apurou, a cidade mais cotada para a nova fábrica da Coopertextil é Paraibuna (SP). A cidade tenta atrair empresas e já planeja a construção de um polo industrial à beira da rodovia dos Tamoios, que está sendo duplicada. As negociações já estariam em curso.

A expansão produtiva, prevista para 2014, representaria uma nova fase para a marca Parahyba. Criada em 1924 por um grupo de empresários portugueses, a marca foi transferida para um funcionário da empresa - Olívio Gomes - que a fez crescer. No fim da década de 80, a empresa era a maior produtora de cobertores da América Latina. Tinha 4 mil funcionários, produzia 200 mil unidades por mês e exportava para 98 países. A empresa era então comandada pela família do senador Severo Gomes, que morreu em acidente aéreo junto com o deputado federal Ulisses Guimarães.

Depois do acidente, a família não quis dar continuidade aos negócios de cobertores mas, para desativar a fábrica, teria de assumir dívidas trabalhistas. A solução encontrada e aceita pelos funcionários foi a troca das dívidas pela empresa. Assim, foi formada uma associação de ex-funcionários, que comprou 99% do capital da companhia. O problema é que alguns novos donos - também com carteira assinada como funcionários - decidiram se desligar da companhia e entraram na justiça contra a tecelagem. Isso gerou um imbróglio jurídico, que só foi resolvido em 1998, com a formação da cooperativa. Hoje, quem é cooperado não tem carteira assinada como funcionário.

Cooperativa planeja investir R$ 10 milhões em nova fábrica, com capacidade para produzir 3 milhões de unidades

Depois de alguns processos de modernização fabril, a companhia conseguiu reerguer parte de sua produção. Com faturamento da venda de cobertores somando R$ 3,6 milhões no ano passado, produziu 1 milhão de peças, sendo que mais de 90% delas foi para o mercado interno, principalmente para as grandes redes varejistas e hotéis. O faturamento total da companhia somou R$ 7,1 milhões. Hoje, além das vendas de cobertores, a empresa investe em uma linha de materiais cirúrgicos (ataduras, gazes, tampões), que já representam 20% do faturamento total.

Neste ano, a cooperativa pretende produzir 1,2 milhão de unidades. A capacidade ociosa da fábrica até agora não foi totalmente preenchida, segundo Palmeira, por causa da alta competição com os produtos chineses. As pressões do mercado tornavam inviáveis a expansão produtiva e fazia com que não valesse a pena a empresa assumir possíveis gargalos de fornecimento, já que no Brasil, há pouquíssimos fornecedores de fibras para a fabricação do cobertor. "Para um volume de produção maior seria necessário importar mais e com o cenário negativo para o setor, não valia a pena", explicou o executivo. Da produção do ano passado, mais da metade veio de matéria-prima nacional, enquanto o restante foi feito com tecido plano importado da China. A empresa é verticalizada: pode comprar a fibra, tingir, fabricar o fio, o tecido plano e fazer o cobertor.

Agora, com incentivos do governo à indústria e novas taxas para as importações chinesas, Palmeira acredita que vai valer a pena a expansão. "Estamos inclusive pensando em uma diversificação de portfólio", disse o executivo. Agora, o próximo passo é reforçar o segmento de cobertores infantis, que seriam o novo foco do crescimento.

Neste ano, a companhia prevê alta de 14% no faturamento com cobertores, para R$ 4,1 milhões. Esse patamar de receita mostra que a Coopertextil tem ainda um longo caminho para fazer com que os cobertores Parahyba voltem à lembrança do mercado.

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Ola meu nome é Tutchy e conheço Cbertores Praiba desde da minha infancia e sempre tive um apreço pela fabrica em si, com seu marketing e seu produto. Logo acho que deveria investir numa marca propria de confecção, com uma equipe boa de representantes a nivel Brasil e com marketing sem muitos gatos com certeza teria sua credibilidade galgada no nome da empresa que sempre me pareceu de ótima expressão. Trabalho no ramo de confecções a mais de 30 anos, desde meus 15 anos de idade, começando por uma marca que ja não esta mais no mercado Gledson, e passando por Vila Romana ( Pirre Cardin, Yves Saint Laurent, Calvin Klein etc......, depois por tercerizações, como Bruno MInelli, Side Walk, Hang Loose, Volcon, Reef, A propria Vila Romana , Lelis Blanc, Siberian, TNG,  e outros. Acho que a ideia de lançar uma marca poderia ser aproveitado até a fabrica de tecidos. Bom é uma sugestão.  Email: tutchyomshanti@gmail.com. /// foane: (011) 93521213.

 Fiquem em Paz. Ommmmmmmm....................

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