Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Valor estrutural de um tecido
   O valor estrutural dum tecido é, como o próprio termo diz; o valor essêncial  da estrutura . Vamos  de seguida estudar um
 pouco este tema.
  Ao contrário de outras caraterísticas do tecido tais como : a cor o desenho e o aspeto do tecido que são, quanto a nós, 
qualidades estéticas, comercialmente  importantes, mas  que não podem ser analisadas por parâmetros numéricos, podem no
 entanto ser confrontados por alguma amostra de refrência. O valor estrutural dum tecido pode  e deve ser classificado por
 determinações definidas numéricamente.
  Os principais valores estruturais são:  a " mão"; a "resistência à tracção";  o " pilling";  o " uso";  o "deslizamento";
a " resistência ao amarrotamento" e a"estabilidade dimensional".
    Mão
    Entende-se como "mão"a sensação que se tem ao tacto quando se apalpa um tecido.  A "mão" de um tecido depende 
em grande parte da qualidade da matéria prima aplicada e em menor parte das operações dadas na Ultimação. È, no
entanto e sem qualquer margem para dúvidas, a qualidade das matérias primas que determina a boa "mão" dum tecido.
  Resistência à tracção
    Tendo em conta que para se obter o valor da resistência à tração dum tecido, este tem de ser alongado até que se produza 
o rasgo,  esse alongamento também deve ser considerado como um dos valores estruturais do tecido, damos como valores
mínimos aceitáveis para tecidos de Lã os seguintes valores:
 
  Alongamento ●  Tecidos Penteados: 12,5 a 55%
●  Tecidos Cardados:   12,5 a 40%
 
Quanto às resistências dos tecidos de Lã à tração devemos considerar como  minímos os seguintes valores:
 
  Para Homem : /span> 25, Kgs
  Tecidos penteados:
Para Senhora : > 20, Kgs
Para Homem : /span> 17,5 Kgs
Tecidos Cardados:
Para Senhora : > 15, Kgs
 
  Pilling
     O Pilling é a produção de pequenos borbotos  criados nas fibras  à superfície dum tecido. Estes pequenos borbotos
são resultantes da combinação de  dois efeitos.
a)-Tendência de feltragem das fibras têxteis. Esta tendência é mais acentuada nas matérias primas muito finas e curtas.
b)-Existência de pêlos à superfície dum tecido.
    Os fatores que mais influenciam o aparecimento de "Pilling" num tecido são:
  1) Natureza da matéria prima
2) Finesse da fibra. (Quanto mais fina for, a fibra, maior é o risco de fazer Pilling).
3) Comprimento da fibra. (Quanto mais curta for, a fibra, maior é o risco de fazer Pilling).
4) Coeficiente da torção do fio. (Quanto menor for o coeficiente de torção, do fio,  maior é o risco ao Pilling).
5) Coeficiente da construção do tecido. (Quanto menor for o coeficiente da construção, maior é o risco ao Pilling).
6) Tamanho do alinhavo do debuxo. ( Quanto maior for o alinhavo, do debuxo, maior é o risco ao Pilling).
7)Ultimação do  tecido. (Uma boa termofixação, e uma boa tesouragem  diminúiem  o risco ao Pilling).
  ● Uso
Como resistência ao uso entende-se o comportamento do tecido depois de confeccionado e usado diáriamente.  Isto depende
muito do uso dado ao vestuário. Em laboratório não se pode medir isto pois não há um "Usómetro" para testar.
  ●Deslizamento
Entende-se por "deslizamento" a resistencia que um tecido tem às costuras, tanto à teia como à trama,este deslizamento tem
limites toleráveis e são os seguintes:
   Homem formal:         Calças e fatos: /font> 6,mm           Casacos: /font> 10, mm         Blusões e Capotes: /font> 12,mm
   Homem casual:        Calças e fatos: /font> 7,mm           Casacos: /font> 11, mm         Blusões e Capotes: /font> 13,mm
   Senhora casual:       Calças e fatos: /font> 8,mm            Casacos: /font> 12, mm         Blusões e Capotes: /font> 14,mm
  ●Amarrotamento
Entende-se como amarrotamento a resistência que um tecido tem à criação de rugas.
  ●Deslizamento
A variação dimensional dum tecido que se produz durante a confecçãotem duas possibilidades; ou o tecido encolhe ou o tecido
estica. Isto é um problema muito frequente e tem a ver com uma má estabilização durante a operação de beneficiamento.
A maioria das confecções europeis não aceitam encolhimentos superiores a: /font> 2%à teia e   /font>1,3% à trama.
Os valores acima indicados são respeitantes a tecidos vulgares e normais para o consumidor comum. Para tecidos destinados

a outras aplicações como fardamentos deve ter-se em conta o "Caderno de Encargos" para cada caso.

Temos de ter em atenção que quando estamos a tratar de tecidos não estamos a tratar de ouro, quero com isto dizer que há tolerâncias aceitáveis internacionalmente.

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Respostas a este tópico

Gostei das informações João.E sobre padronagem o que você pode informar?

Caro Rogério o meu nome é Jorge e não João. A minha experiência na fabricação de colecções para homem e senhora é muito grande pois faço colecções para a Europa no maior grupo textil Europeu, posso realmente ajudar mas para isso necessito de saber que tipo de tecidos é que você trabalha, que fios usa e qual o Nm deles, que estacão é que está a fazer. As duas ultimas colecções que fiz, uma de homem e outra de senhora que foram apresentadas em Fevereiro, foram de primavera/verão de 2014 . Dê-me essa informação e eu verei o que posso fazer.

Caro Jorge Trindade,

muito bom o assunto apresentado pelo companheiro.

saiba que é  bastante importante,  para  todos  que  acompanham o blog.

parabéns,

petrucio jose  rodrigues

Caro Petrucio obrigado pelo seu comentário . É minha intenção publicar assuntos de natureza.técnica de forma a esclarecer os técnicos mais novos. Para além de debuxador sou também formador e tenho dado formação em algumas fabricas, por estas razões tenho muito prazer em ensinar gente jovem que esteja interessada no têxtil. Quem tem amor ao têxtil, como é o meu caso, tem o dever de contribuir, dentro dos seus limites, para alavancas este nobre e tradicional indústria.

Olá, Jorge!

Muito importantes e úteis essas informações sobre a estrutura dos tecidos.

Minha dúvida, é aceitável que uma malha 100% algodão, fio 30/1, de acabamento peletizado(excelente toque e acabamento, antes de lavar) sofra um encolhimento de até 7% no comprimento e na largura após primeira lavagem da peça?

Att.

Germana Lira.

Olá Germana (lindo nome) no que concerne à estabilização dimensional dum tecido de malha em algodão tenho a dizer-lhe o seguinte: São os tecidos onde, o problema que questiona, mais problemas apresentam no que diz respeito à sua estabilidade dimensional, trata-se dum problema muito antigo e de difícil solução. No  entanto 7% de encolhimento é muito elevado pois cria problemas ao consumidor final, 3/3,5% é aceitável, mais do que isso é problema.

As causas da instabilidade são devidas às alterações que acontecem após o processo de fabricação e ocorrem no próprio fio, nas tensões existentes na textura da malha. As variáveis que mais influenciam  a instabilidade têm a ver com: a forma da laçada aplicada na malha o seu tamanho, a qualidade da fibra, o beneficiamento final que é dado na fábrica e também o tingimento, se é feito no fio ou se é feito na malha já feita. Muitas vezes até a forma como é acondicionado o tecido tem influência pois este pode ser enrolado muito esticado e isso vai-se reflectir na confecção das peças. Para minimizar o problema o melhor é fazer o relaxamento do tecido com uma prévia vaporização. Nada melhor que o calor (neste caso seco) para estabilizar tecidos, sejam malhas ou não. Por exemplo em tecidos com elastan a última operação é sempre a vaporização.

Espero ter ajudado a resolver a sua dúvida. Tenha um bom dia e disponha sempre.


Germana LIRA disse:

Olá, Jorge!

Muito importantes e úteis essas informações sobre a estrutura dos tecidos.

Minha dúvida, é aceitável que uma malha 100% algodão, fio 30/1, de acabamento peletizado(excelente toque e acabamento, antes de lavar) sofra um encolhimento de até 7% no comprimento e na largura após primeira lavagem da peça?

Att.

Germana Lira.

Obrigada Jorge pelos esclarecimentos e assim posso estar mais embasada para discutir o assunto com o fornecedor.

Abraço.

Germana

Jorge Trindade disse:

Olá Germana (lindo nome) no que concerne à estabilização dimensional dum tecido de malha em algodão tenho a dizer-lhe o seguinte: São os tecidos onde, o problema que questiona, mais problemas apresentam no que diz respeito à sua estabilidade dimensional, trata-se dum problema muito antigo e de difícil solução. No  entanto 7% de encolhimento é muito elevado pois cria problemas ao consumidor final, 3/3,5% é aceitável, mais do que isso é problema.

As causas da instabilidade são devidas às alterações que acontecem após o processo de fabricação e ocorrem no próprio fio, nas tensões existentes na textura da malha. As variáveis que mais influenciam  a instabilidade têm a ver com: a forma da laçada aplicada na malha o seu tamanho, a qualidade da fibra, o beneficiamento final que é dado na fábrica e também o tingimento, se é feito no fio ou se é feito na malha já feita. Muitas vezes até a forma como é acondicionado o tecido tem influência pois este pode ser enrolado muito esticado e isso vai-se reflectir na confecção das peças. Para minimizar o problema o melhor é fazer o relaxamento do tecido com uma prévia vaporização. Nada melhor que o calor (neste caso seco) para estabilizar tecidos, sejam malhas ou não. Por exemplo em tecidos com elastan a última operação é sempre a vaporização.

Espero ter ajudado a resolver a sua dúvida. Tenha um bom dia e disponha sempre.


Germana LIRA disse:

Olá, Jorge!

Muito importantes e úteis essas informações sobre a estrutura dos tecidos.

Minha dúvida, é aceitável que uma malha 100% algodão, fio 30/1, de acabamento peletizado(excelente toque e acabamento, antes de lavar) sofra um encolhimento de até 7% no comprimento e na largura após primeira lavagem da peça?

Att.

Germana Lira.

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