Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

São apenas 200 hectares nesta safra. Se comparada com os mais de 800 mil hectares em todo o Brasil, a área plantada com algodão na Paraíba é quase nada, mas tem um significado importante. Campina Grande, pólo da cotonicultura paraibana foi, na década de 1930, o segundo maior centro mundial de comercialização do algodão, perdendo apenas para Liverpool, na Inglaterra. Porém, nos anos 1980, as lavouras foram praticamente dizimadas pelo bicudo -uma praga que continua sendo uma das maiores dores de cabeça dos cotonicultores brasileiros - e agora a realidade é outra.

 
Sediada em Campina Grande, a Embrapa Algodão, que estará presente no 9ºCongresso Brasileiro do Algodão, entre os dias 3 e 6 de setembro, em Brasília, conseguiu devolver o algodão ao semi-árido da Paraíba. As pesquisas começaram ainda na década de 1980, com a coleta de amostras de algodão herbáceo em diversos estados. O pesquisador da Embrapa Algodão, Luiz Paulo de Carvalho, lembra que a variedade arbórea plantada na Paraíba favorecia a proliferação do bicudo: "Por isso nossa opção por espécies herbáceas, que são plantadas todos os anos". O algodão arbóreo é semiperene, produzindo até cinco anos seguidos. "Assim, o bicudo tinha alimentação praticamente o ano todo e era difícil combatê-lo", explica Carvalho.
 
Na análise das amostras coletadas, os pesquisadores verificaram fibras naturalmente coloridas. Inicialmente, a Embrapa Algodão desenvolveu uma variedade semiperene, com produção em até três anos. "A empolgação foi grande por parte dos produtores e chegamos a ter 3 mil ha de algodão", lembra o pesquisador. Mas a incidência do inseto e o mercado restrito fizeram os agricultores paraibanos recuarem mais uma vez.
"Na continuidade da nossa pesquisa, conseguimos variedades mais precoces, que facilitam o controle da praga e proporcionam maior produção", explica.
 
Foram estudadas 35 novas linhagens de algodão nos municípios de Patos e Monteiro. Como resultado, Campina Grande e regiões vizinhas são, hoje, centros de produção algodoeira reconhecidos no país.
 
A pesquisa de melhoramento genético de sementes resultou no lançamento em 2000 de uma variedade na cor creme, a BRS 200. Em 2003, veio a BRS Verde e, em 2005, a BRS Rubi e a BRS Safira, ambas de nuances marrons. "Orgânica ou não, a produção de algodão colorido já se torna vantajosa ao dispensar o tingimento, uma das etapas mais problemáticas do processo", diz Carvalho.
 
O pesquisador lembra que o algodão, seja colorido ou branco, tem mercado garantido. Mas para que a produção chegue ao consumidor, é preciso incentivar a organização da produção, buscar apoio do governo e facilitar o acesso às tecnologias por parte dos produtores rurais. "Mostramos que era preciso ter uma organização para garantir a colocação do produto no mercado", diz.
 
Assim, uma cooperativa de 31 associados em Campina Grande transforma as plumas de algodão colorido em peças de vestuário e para casa. Com as sobras de tecidos, fazem bonecos e bichinhos de pano para crianças. A cooperativa já exporta para a Europa brinquedos e almofadas produzidas com o algodão naturalmente colorido.
 
Carvalho lembra que a Embrapa Algodão busca também interessados pela pluma colorida em Santa Catarina e no Paraná: "Tanto produtores rurais que queiram apostar na variedade como empresas que queiram processar a pluma". Na opinião do pesquisador, a Paraíba tem potencial para ampliar a produção de forma rápida e eficaz. "Se houver demanda, os produtores ampliarão suas áreas", garante.
 
Mas e o bicudo? Segundo o pesquisador, a convivência com bicudo não é mais um problema porque o besouro poderá ser eliminado com o arranquio e o espaçamento do tempo de plantio de uma safra à outra, que dever ser de, no mínimo, três anos.
 
9º Congresso Brasileiro do Algodão
Promoção: ABRAPA - Associação Brasileira dos Produtores de Algodão
Realização: AMPA - Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão
Organização: Ponto Expo Eventos e Congressos
Data: 3 a 6 de setembro de 2013
Local: Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada – Brasília (DF)
Tel.: (11) 5052-0296
E-mail: contato@congressodoalgodao.com.br
www.congressodoalgodao.com.br
 
Fonte: CBA

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Campina Grande, pólo da cotonicultura paraibana foi, na década de 1930, o segundo maior centro mundial de comercialização do algodão, perdendo apenas para Liverpool, na Inglaterra.

Mas e o bicudo? Segundo o pesquisador, a convivência com bicudo não é mais um problema porque o besouro poderá ser eliminado com o arranquio e o espaçamento do tempo de plantio de uma safra à outra, que dever ser de, no mínimo, três anos.

O dr luis paulo esquece apesar da embrapa ficar em campina grande , os peodutos que sao exportados sao o dos fabricantes de joao pessoa como a marca natural cotton color cujo modelo de gestao hoje esta sendo apresentado em outros estados como o parana e santa catarina, infelizmente por discordar de algumas praticas la dentro da embrapa o grupo de joao pessoa e sempre ESQUECIDO, porem e este grupohoje que tem distribuidores no japao, para melhor informar sao dois no japao, 2 nos estados unidos, um na Alemanha e esta indo para a biofach no japao em novembro,  o que e totalmente inedito, pois ninguem ousou ir naquele pais ainda entao seria bom que a embrapa  tivesse um pouco de respeito por quem realmente leva este produto pro exterior

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