Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Os Ballets Russes – precursores de grandes transformações

Que a década de 1920 foi incrível na sua capacidade de revolucionar, tendo derrubado paradigmas e seduzido a todos, ninguém discorda. Mas, é interessante notar alguns movimentos anteriores, precisamente nos anos ’10, que precederam os “anos loucos”.

Um desses movimentos “transgressores” para a época, surgiu com a bailarina americana Isadora Duncan. Ela causou polêmica ao propor uma nova dança, em que ignorava todas as técnicas do balé clássico e contemplava a improvisação.

Outros eventos também marcaram esta época. O empresário artístico russo e produtor da companhia Ballets Russes, Sergei Diaghilev, levou uma exposição de arte russa à Paris. A ida de Diaghilev à França mobilizou um grande grupo de profissionais, os quais foram responsáveis por profundas reestruturações no que se refere à dança e às atividades no seu entorno.

Os figurinos dos espetáculos traziam como inspiração o folclore russo, feitos a partir de pesquisas de trajes tradicionais folclóricos. Leon Bakst é o grande nome dos figurinos para os espetáculos de Diaghilev. Contudo, produziram figurinos também Nicholas Roerich, responsável pelo trabalho em “A Sagração da Primavera”, Natalia Goncharova, e Coco Chanel - esta com figurinos para “O Trem Azul”.

Em “A Sagração da Primavera”, de 1913, a música foi composta Igor Stravinsky e a coreografia elaborada por Vaslav Nijinsky. As estruturas rítmicas usadas no espetáculo e o uso das dissonâncias fizeram dele uma referência para a música e a dança do século XX.

Diaghilev, enquanto produtor, foi visionário na aposta que fez levando os Ballets Russes para Paris e agregando em torno de si figuras exponenciais, como Pablo Picasso, responsável por vários cenários dos ballets, e DeChirico, responsável por alguns figurinos.

Paul Poiret trouxe cores fortes e vibrantes para as roupas femininas do século XX / Reprodução


Antes mesmo dos Ballets Russes, Paul Poiret vinha revolucionando as cores da moda feminina, substituindo os tons pálidos por roxos, vermelhos, laranjas e azuis expressivos. Ao entrar em contato com o orientalismo dos ballets de Diaghilev, surgiram entre suas criações os turbantes, as saias entravés, túnicas suntuosas e capas pesadas. Era o início do legado que os Ballets Russes deixariam para a história.

Por Ana Carolina Steil
Pós graduando em Mídia Moda e Inovação Senac/RS

http://www.audaces.com/br/Criacao/Falando-de-Criacao/2013/7/19/os-b...

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Olá Ana,

Muito boa sua matéria...admiro muito Paul Poiret que foi um grande concorrente de Coco Chanel, foi audacioso e corajoso ao sair com seu "Book" debaixo do braço para mostar seus designs e  encontrar um estilista que acreditasse na sua arte e aceitasse ele como um novo estilista que libertou a mulher dos espartilhos e inovou no mundo da moda...saiu em busca de um lugar no mercado da moda e encontrou...

Coco Chanel estava na mesma década trabalhando para lançar o perfume Chanel No. 5, seu primeiro perfume, que se tornou o mais famoso e o  mais caro no mundo, cujo livro O CHANEL No. 5 é maravilhoso,  (recomendo a leitura) onde conta sobre a vida de Coco Chanel e mostra que foi um trabalho de muita luta e de muita conquista... terminou tendo Paul Poiret como amigo e concorrente ao mesmo tempo...

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