Se apaixonar por uma roupa na vitrine e não encontrá-la no tamanho ideal é sempre chato, mas viver essa frustração toda vez que você tenta comprar uma peça nova é desanimador. Para comprovar que mulheres que vestem peças acima do 44 passam por situações desagradáveis e constrangedoras quando tentam adquirir uma simples camiseta, a reportagem do R7 foi a um shopping de classe média de São Paulo em busca de um presente tamanho GG.
Durante cerca de duas horas, a reportagem passou, sem se identificar, por redes de fast fashion procurando calças, camisas e camisetas que pudessem vestir uma amiga gordinha de estilo despojado e ligada às tendências. E a conclusão foi que, se o presente precisasse ser entregue no dia da busca, a amiga plus size provavelmente ganharia um livro, ou até um kit de sabonetes e esponjas, como foi sugerido pelas vendedoras que nos atenderam.
A saga começou na Renner, onde poucas peças na loja chegam aos 48. Para quem veste mais do que isso há apenas uma arara, cuja numeração vai até o 54. Mas nada ali impressionaria nossa presenteada, já que os jeans eram azuis, retos e sem nenhum detalhe e as camisas eram formais demais para o estilo jovial da moça. O preço também não agradou. O jeans simples custava R$ 119,90. 25% a mais do que um jeans básico e azul número 44, que sai por R$ 89,90.
Na C&A, a busca foi um pouco mais difícil. As peças vão até o 48, e embora a marca tenha coleção plus size, ela não está disponível em todas as lojas. Portanto, nada de presente por ali também.
A Riachuelo provavelmente seria a escolhida, já que oferece uma sessão cujos tamanhos vão até o 52. Os preços são os mesmos das demais coleções, e algumas peças até estavam em promoção. O problema é que a linha plus size da loja é clássica e cheia de camisas e calças de alfaiataria. Ok, moças gordinhas precisam trabalhar, mas e na hora de ir ao cinema, dar uma volta no shopping, ir ao barzinho com os amigos, o que elas vestem? Para a Riachuelo, a mesma roupa do escritório.
Na Le Lis Blanc as peças vão até o tamanho 48 e as blusas chegam ao GG, mas nada de manequim maior do que isso por lá. Cheia de boa vontade, a vendedora perguntou o estilo da amiga e mostrou duas batas coloridas e largas, que embora abaixo do tamanho necessário, poderiam servir. Diante do descontentamento demonstrado, sugeriu um kit bem estar composto por sabonetes e buchas. Por que gordinhas não podem ganhar roupas legais de presente?
Na Hering a busca foi rápida: a vendedora prontamente informou que as peças vão até o 46 e não há coleção plus size, assim como na Siberian e na Zara, que só chega ao 44. Uma atendente da loja explicou que algumas peças chegam ao 46, mas são poucas e é preciso garimpá-las. A reportagem não encontrou nenhuma.
Já na Centauro, loja de artigos esportivos, há um espaço para camisetas e tops nos tamanhos GG, XG e XGG. Mas ninguém soube informar o equivalente em números, portanto, seria necessário arriscar o XGG e torcer para que a amiga presenteada não precisasse de uma peça maior.
A conclusão é que as redes brasileiras não estão preparadas para atender os 15,8% da população brasileira que está obesa e os 44,7% das mulheres que estão acima do peso, de acordo com pesquisa promovida pelo Ministério da Saúde em 2011.
É claro que além das lojas de shopping, há marcas especializadas em mulheres plus size. Nestes lugares, não é necessário o garimpo para presentear alguém ou encontrar com facilidade o que vestir. Porém, o espantoso é que até em grandes redes de fast fashion, que incentivam o consumo constante atualizando semanalmente as araras, o público GG não seja considerado um nicho digno de mais apostas.
Enquanto essas consumidoras continuarem segregadas em poucas araras, com opções escassas e pouco diversificadas, a amiga plus size vai precisar se contentar com um kit de sabonetes.
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Como Iris Apfel disse :
“Estilo só pode ter aquele que se conhece bem. O grande erro que uma mulher pode fazer é olhar-se ao espelho e não se reconhecer. Apenas aquelas que conseguem destacar a sua personalidade através da Moda, é que ficam autênticas"
Quem manda na "Moda" é quem vai usar, vista o que você sente que " é" você. Trabalho com moda desde criança,tenho uma confecção em tricô, e faço casaquinhos e blusinha de Modal até o manequim 60.Posso fazer maior. Blusas coloridas, acinturadas, do comprimento que a cliente quer. Com brilho,com rendas... Porque usar uniforme, todo mundo igual, cadê a originalidade, seja você mesmo. Por isso quero muito saber o que as pessoas querem vestir, qual o modelo que elas gostariam de encontrar, esqueça as regras ditadas sobre moda.
Aguardo muitas respostas. Mara Belchior-marabelchiortricot@gmail.com.
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