Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O plano pode, em uma iniciativa inédita, estabelecer regras claras para o apoio a projetos de moda

Desfile Alexandre Herchcovitch no SPFW 2011

Desfile Alexandre Herchcovitch: em agosto, Herchcovitch teve aprovado um projeto para apresentar seus próximos desfiles por meio da Lei Rouanet, o que provocou polêmica

São Paulo - Se há uma tendência na moda brasileira hoje, é a da discussão se é ou não cultura. Ainda que o debate tenha se tornado um clássico do setor - há tempos, profissionais da área debatem políticas de incentivo à área e até se reuniram com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, no final de 2012 para pedir que desfiles fossem apoiados por meio da Lei Rouanet -, só agora o tema ganha atenção de diversos setores da sociedade.

A discussão se aqueceu no final de agosto, quando os estilistas Pedro Lourenço, Ronaldo Fraga e Alexandre Herchcovitch tiveram aprovados seus projetos para captação de recursos para apresentar seus próximos desfiles por meio da Lei Rouanet. A questão até então mais restrita ao mercado fashion se tornou nacional.

Houve quem comemorou, defendendo a moda como expressão cultural. Houve quem se indignou e questionou o método de avaliação dos projetos. Já para a maioria dos profissionais do setor, a questão não se encerra quando o assunto é o incentivo à moda como expressão cultural, mas sim como cadeia produtiva que une diversos setores, como a indústria têxtil, a de comércio, artesanato e a cultural.

Parte da polêmica pode ter fim com a criação do Plano Setorial de Moda, que deve ser anunciado ainda este ano e aberto à consulta pública. Atualmente em desenvolvimento pelo Colegiado Setorial de Moda, o plano pode, em uma iniciativa inédita, estabelecer regras claras para o apoio a projetos de moda.

Órgão ligado ao Conselho Nacional de Política Cultural e pertencente ao Ministério da Cultura, o Colegiado foi criado em 2010 com a função de debater, acompanhar e definir diretrizes e estratégias para o setor da moda brasileira.

Composto por cinco representantes do poder público e quinze civis (entre eles estilistas, acadêmicos e profissionais), tem como um de seus maiores desafios a criação do inédito Plano Setorial de Moda.

"A questão não é se moda é cultura ou não. Isso já é certo. É preciso discutir a quem e como dar o incentivo. Não se questiona se um desfile seria expressão cultural, mas até que ponto seu eixo principal é mais ligado ao setor industrial ou cultural?", declarou Lucas da Rosa, professor de Moda da Universidade de Santa Catarina e membro do Colegiado Setorial de Moda, em conversa com a reportagem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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o problema agora e avaliar quem tem referencia em trabalho de moda atrelado a cultura como bem faz o ronaldo fraga e quem vai cair de paraquedas nesta historia, porque tem estilista que nunca olhou para cultura e ja esta procurando o artesanato do nordeste para fazer uma colecao e um projeto para mandar para o ministerio, este filme nos ja vimos pois e o caso do hercovtch e do pedro lourenco, que espero que nem uma empresa apoie os projetos dos dois,quanto ao artesanato nas colecoes e muito bom para os artesoes do nordeste, desde que sejam bem pagos, o que quase nao aconteceu ate hoje, mas nao e so isto tem que ter dna, pois se voce nao for envolvido com as comunidades e acompanha-las no dia a dia nao e trabalho cultural, nem sustentavel e somente oportunismo e vao aparecer um monte destes agora para entrar na lei rouanet, fiquem de olho.

Espero que o Plano setorial não se fique restrito a se moda é ou não arte, ou ainda, como um plano social de ajuda apenas às comunidades  para garimpar votos ou tentar ser politicamente corretos " ajudando aqueles que mais precisam" , esquecendo-se que se não gerarmos riqueza (e isso só se dá com produtividade nas atividades econômicas) vamos ser uma cadeia assistencialista e fonte de apoio a governos populistas.

Não se pode fazer justiça econômica e social sem a geração de riqueza nas atividades econômicas. É ilusão pensar que o pré sal ou as atividades agrárias irão sustentar economicamente em país de mais de 200 milhões de pessoas, elevando-se o nível socioeconômico e cultural dessa população.

Tanto nas finanças domésticas como nas estatais, só se avança economicamente e socialmente com trabalho e geração de riqueza, com o trabalho produtivo, o demais é puro socialismo utópico ou social capitalismo míope e um dia será mandada a conta para a nação. Basta ver a Europa e EUA que até 2008, pensavam que poderiam desfrutar de evolução sócio econômica sem a respectiva contrapartida de produtividade na economia

Ainda há muito o que discutir e elaborar. Espero que as pessoas do lado criativo da moda se engajem nessa discussão. E em muitas outras que são necessárias, como as políticas de taxação dos importados, o custo "brasil" de inviabiliza o crescimento das marcas...

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