A fim de manter a demanda, as empresas estão estudando e investindo cada vez mais em outros nichos
Para driblar os problemas enfrentados pelo setor, que incluem o crescimento da importação de produtos asiáticos, questões internas, como a alta carga tributária, e também os efeitos da crise econômica mundial, a indústria têxtil e de confecção no Brasil tem investido cada vez mais em nichos de mercado, apostando em produtos diferenciados. Exemplo disso é a Santana Textiles, cujo foco tem se voltado para o mercado de moda e também para a produção de fios de alta qualidade.
A Santana Textiles tem focado no denim premium, jeans que vende como moda FOTO: DIVULGAÇÃO
"Estamos começando a estudar nichos de mercado e a focar neles para manter a nossa demanda. A moda é um desses nichos, uma vez que o fator moda é muito relevante na decisão de compra do cliente. Temos focado no fast fashion (termo utilizado para a produção rápida e contínua de novidades), no denim premium, no jeans que a gente vende como moda. Outro nicho é o fio de algodão, que a gente vende como commodity. Estamos investindo em processos que conferem ao nosso fio uma qualidade superior. Somos a única fiação brasileira 100% com fios penteados e compactados. É um melhor, que não tem tanto pelo e que você consegue enxergar a cor perfeitamente na malha. Fica uma cor viva", conta o diretor de Marketing da Santana Textiles, Raimundo Delfino Neto, acrescentando que esse estudo em nichos começou a ser feito há três anos e, desde então, a empresa tem evoluído.
Na sua avaliação, o foco em nichos de mercado será uma tendência cada vez mais forte entre as empresas do setor têxtil e de confecção do Brasil, caso nenhuma medida eficaz seja tomada a fim de reduzir os impactos negativos da maior importação de produtos asiáticos. "Caso não exista uma política compensatória que traga realmente um benefício para o industrial retomar sua base produtiva da forma como era antes, acredito que o setor irá encolher nos próximos cinco anos. A tendência é que a indústria brasileira se volte para nichos e que a grande massa (do consumo) seja atendida por produtos vindos do exterior", diz.
Itens sem substitutos
Conforme Delfino, a saída da indústria nacional será investir na produção de itens que não possuem substitutos semelhantes fabricados pelos países que mais importam têxteis e confecção para o Brasil. "Será preciso trabalhar em produtos que a China e outros países asiáticos vão ter dificuldade de replicar rapidamente. São coisas que não têm muito volume de vendas e que, por isso, não compensaria aos chineses atenderem. A nossa indústria vai ficar sujeitada a atender somente nichos de consumo, que são de baixa quantidade de vendas, mas de valor agregado melhor", afirma.
Embora a indústria nacional possa ser "compensada" em termos de valores ao investir em produtos diferenciados, a produção do setor, em termos de quantidade, será afetada, uma vez que esses itens não são vendidos em larga escala. Com a produção menor, a tendência é enxugar ainda mais o quadro de trabalhadores e ampliar a exigência de qualificação para os profissionais da área.
"Você compensa no preço, mas fica longe de retomar a base de produção do passado. Os empregos também reduzem e as empresas vão selecionar e qualificar melhor a sua mão de obra. Esse é o caminho natural da indústria têxtil, caso não haja nenhuma política eficaz para corrigir essas distorções que existem hoje. Acho que o governo é sensível à situação, mas ela não é prioridade", ressalta Delfino.
Iniciativa
A fim de encontrar soluções para os problemas internos, aumentar ainda mais a competitividade do setor e reduzir os impactos negativos das importações de produtos asiáticos, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) é uma das entidades que tem atuado para pleitear medidas mais eficazes com o governo.
"Temos focado em pilares como: ambiente regulatório mais previsível, redução de impostos, fortalecimento de acordos internacionais com países desenvolvidos, taxa de câmbio competitiva, redução da burocracia e fortalecimento da legítima defesa nas nossas fronteiras", afirma o superintendente da Abit, Fernando Pimentel. (DM
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1344189
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querido, o flagelo não é chines - é do governo Brasileiro e de seus empresários, que não tomam posturas ( como justiça), estratégicas(de desenvolver, desonerar ) e criam planos ( educação, distribuição, logistica) para o Brasil
Jorge Trindade disse:
Gostei particularmente desta publicação. A estratégia para fugir ao flagelo chinês é exactamente a que aqui está exposta. Temos de saber está sempre um passo à frente em termo de inovação .
Parabéns ao autor.
eu sempre digo que a unica forma do brasil competir la fora e com diferenciação de produtos, porque nosso pais passsou anos sem fazer nenhum acordo comercial sem investir em exportação, agora tem que ficar com o que sobrou e o que nos restou foi ter produto diferenciado, esta na frente dos chineses e isto so o empresario pode fazer.
Caramba Sr. Pimentel... Nem se quer toca no assunto aumento de produtividade nas empresas ? Ficamos como nosso mercado consumidor fechado até poucos anos; o mundo divulgou a globalização econômica, o acordo multifibras, etc.. e agora a culpa é SÓ do governo de não manter as fronteiras fechadas?
Não fizemos a lição de casa... fizemos especificações para não deixar entrar no país matéria-prima e tecidos fabricados fora do país; nos deleitamos e nos enganamos copiando a moda europeia; somos bons somente dentro de nosso país; meu concorrente é tão ruim quanto eu, então porque melhorar? - isso ouvi muito; para que controles e sistemas de gestão se o concorrente troca de carro e cresce a fábrica sem fazer isso ? ...
Temos 70% de empresas confeccionistas com menos de 20 funcionários, 97% de empresas com até 100 funcionários (que correspondem por apenas 65% da produção total); maquinário com idade média de 10 anos; produtividade da pequenas e médias empresas de 6,26 mil peças ano/funcionário (97% das empresas) contra 9,25 mil peças /funcionário (3% das empresas) - logo com 97% das empresas com 25% a menos de resultado produtivo comparados- não com outros países- mas com empresas brasileiras de maior escala .
Ora, então como vamos aumentar nossa produtividade se os planos de investimentos que vemos é de incentivo a formação de micro e pequenas empresas que não possuirão escala produtiva ? - como solução social e ferramenta política pode ser que funcionem - mas estamos falando de iniciativa privada e política industrial e não de planos de assistência social de governos. Os ganhos de escala são um dos pilares da competitividade; a gestão de processos, a inovação são outros pilares. Mas como vamos aumentar nossa produtividade se incentivamos aqueles que insistem na indústria da cópia e não incentivamos a formação acadêmica e de aproximação empresarial em nosso setor?
...bem desde que Adão jogou a culpa na Eva e em Deus porque ele mordeu a maçã, assistimos os Homens não assumirem sua parcela de culpa nos erros que possuem... ou como diz aquele homenzinho amarelo do cartoon da tv " A culpa é minha e coloco em quem eu quero".
a vinte anos atras, quando chegou ha onde de privatizacao, era umm absurdo, governo federal ter uma conpania de tecido, CIANE, o que esta em questao, sao onde os chineses leva vantagem, nosso jeans esta bem obrigado a cadeia funciona super bem, ainda mais com foccus de producao em pernambuco e parana, com a cadeia toda de producao, mao de obra de chines, o problema, tem relacao aos produtos que os chineses leva vantagem , e o fio de poliester, e o fio de polieter com algodao, isso e problema, pq a porra do brasil, nao tem producao de fio de polieter, entao o que o governo esta esperando. ou empresario , nem o vice do ex presidente do lula, que era do ramo nao conseguiu enxergar, isso, kd um empresario de peito e raca, para vender fio de poliester. este tecido sim e consumido pela classe c e d, tinha um projeta petroquimico, em pernambuco que ja consumiu bilhoes e nada, tambem projeto do lula com hugo chaves, quem nao sabe disso, fica chorando,
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