Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Terminada a temporada de lançamentos para o outono/inverno 2014 do “calendário oficial da moda brasileira” – o São Paulo Fashion Week e o Fashion Rio – fica a pergunta: é realmente necessário ter 2 semanas de moda, uma em São Paulo e outra no Rio? Quando empresas diferentes organizavam o evento ainda havia uma justificativa para a separação, mas desde que a Luminosidade assumiu a responsabilidade por ambos e mais recentemente ainda se uniu à Eloysa Simão e seu (ex)Fashion Business, quais são as razões para manter as duas semanas?

Vamos aos fatos: o line-up dos eventos teve baixas significativas nos últimos anos por causa da crise na indústria da moda e como a situação não dá sinais de melhora a curto prazo, vai ser difícil substituir todas as marcas que debandaram, mesmo com novos integrantes chegando.

Pelo que vejo nas semanas de Nova York, Londres, Milão e Paris há uma programação contínua de desfiles, de manhã até a noite, durante todos os dias, o que leva a crer que uma semana de moda digna deva ter uma agenda de desfiles considerável – e não 1 show pela manhã e mais uns 3 ou 4 à noite. O Fashion Rio chegou a ter apenas 3 desfiles no primeiro dia – começando às 20h30 por causa das obras da Perimetral (outro problema: o local e acesso são um pesadelo para os profissionais envolvidos). Não seria mais lógico e econômico para todos compactar tudo em apenas 1 semana com uma programação mais abrangente?

Mais uma questão: o sucesso do evento depende bastante de patrocinadores – que liberam verbas que vão desde cenários de desfiles a cachês de tops, passando por lounges cheios de atrações e celebridades. Basta lembrar os tempos em que as operadoras de celular patrocinavam as temporadas para entender o que estou falando. Nos últimos anos, os patrocínios foram reduzidos e com isso os eventos ficaram mais “simples”, o que é mais uma razão para maximizar as verbas em apenas uma semana de moda, né?

Por fim, muita gente alega que tem marca que se recusa a mudar de cidade e ponto. Bom, aí entra mais uma questão delicada: a falta de união do setor. Acredito que isso não seja problema da moda exclusivamente, mas um traço da cultura brasileira em que cada um pensa apenas em si e dane-se os outros (mesmo que a união com os outros signifique melhores oportunidades). Enfim, a solução mais óbvia seria apresentar o inverno em São Paulo e o verão no Rio, assim cada um cede um pouco mas no fim todos ganham pois com uma semana única mais profissionais poderiam fazer a cobertura completa,  o dinheiro dos patrocinadores seria proporcionalmente maior e o line-up ficaria mais robusto justificando até o título de 5º maior evento de moda do mundo (se o SPFW ocupa esse lugar, imagino como são o 6º, o 7º e assim por diante…).

No fim das contas, fica a pergunta: será que existe um real interesse em promover a moda brasileira ou tudo é restrito a egos e interesses pessoais que só atrasam seu desenvolvimento e relevância?

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No fim das contas, fica a pergunta: será que existe um real interesse em promover a moda brasileira ou tudo é restrito a egos e interesses pessoais que só atrasam seu desenvolvimento e relevância?

A questão da MODA no Brasil perpassa uma série de problemas das mais diversas ordens. Propicio apontar a relação cultural em um país com tantas diferenças, compreender os bons exemplos (alcançados ao longo de muito tempo de trabalho) servem de luz para um túnel infindável a seguir. As semanas de moda tem seus altos e baixos, basta estudar seus índices no Global Language... A moda como um todo esta se questionando "Qual a nova formula para atender um século cada vez mais revolucionário e rápido?" SUCESSO E PAZ

É lógico que não! O Brasileiro gosta de brincar de moda. Da mesma forma outro absurdo: temos 5 escolas técnicas para formar Engenheiros Têxteis e 250 Escolas de Moda! Para que? E mais: com a importação pelo varejo de vestuário da moda atingindo a casa dos 50%, quem faz esta moda não está no Brasil! Precisamos trabalhar para salvar a cadeia nacional da Indústria Têxtil, que ainda hoje é a 4a. ou 5a. maior do mundo. Mas até quando? Abraços a todos, Frits.

As semanas de moda são um pouco  "distrações" que não refletem toda a rede da indústria da moda no Brasil, e que adoradas sobretudo pela mídia. Nesse contexto, todos os outros segmentos e empresas são ignoradas: "moda brasileira" vira sinônimo de roupas caríssimas desfiladas na passarela.

E, ainda assim, essas semanas de moda no país não têm a mesma força comercial que as grande semanas internacionais. Prova disso é a necessidade de patrocínio para os desfiles. As marcas não deveriam ser sustentáveis e financiar seu próprio desfile?

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