Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Uma vez a fábrica do mundo, indústria têxtil da China cada vez mais desfavorecida

Operários trabalham numa fábrica de roupas em Hefei, província de Anhui, leste da China. (STR/AFP/Getty Images)

Fabricantes de roupas da província Guangdong na China estão enfrentando redução significativa nas encomendas e excesso de estoque. Devido à desaceleração da economia e aos custos crescentes, a China está perdendo seu status de fábrica do mundo para o Sudeste Asiático.

“As ordens recebidas este ano foram pelo menos 30% menores do que no ano passado. Os preços de venda são mais baixos, enquanto os custos trabalhistas são maiores. Enquanto o custo trabalhista aumentou cerca de 20%, os lucros diminuíram significativamente”, disse o Sr. Chen, o gerente de uma empresa de comércio de vestuário em Guangzhou.

A indústria chinesa de fabricação de vestuário está passando por uma crise, disse ele numa entrevista ao Epoch Times. Chen também disse que as vendas internas estão diminuindo e que como resultado demissões em larga escala acorreram em muitas fábricas locais.

Custos crescentes causados pela inflação colocam as indústrias manufatureiras em perigo. Os economistas acreditam que esta inflação das matérias-primas e dos salários é devido a frouxas políticas monetária e fiscal destinadas a combater a crise financeira, bem como o vínculo da China ao dólar norte-americano.

No município de Dalang, localizado na cidade de Dongguan, província de Guangdong, um conjunto de fábricas, o maior centro de distribuição da produção de lã, está tendo dificuldade de pagar o salário dos trabalhadores.

“Normalmente, o salário mensal de um trabalhador básico é 393 dólares (2.500 yuanes) por mês e para trabalhadores e administradores experientes é entre 550 e 787 dólares (3.500 e 5.000 yuanes)”, disse Xiao Qiang, proprietário de uma fábrica de malha de Dalang, que acrescentou que seu negócio não está indo bem.

Como as ordens de empresas ocidentais diminuíram, outras fábricas do grupo se tornaram ferozes concorrentes. “Às vezes, eu não quero aceitar uma ordem porque o preço é muito baixo”, disse Xiao. “Muitos deles usam máquinas digitais para a fabricação. Se você não quiser aceitar uma ordem de serviço, logo alguém a pegará.”

Para lidar com este novo ambiente competitivo, as empresas estão recorrendo a cortes salariais e demissões; a Xingye Malha Co. Ltda., uma das mais antigas fábricas em Dalang, já teve 1.300 funcionários, dos quais apenas 500 permanecem.

As ordens da Xingye este ano caíram 50% em relação ao ano passado, uma redução muito maior do que em 2008, durante a profunda crise financeira, segundo o China Securities Journal, um jornal estatal empresarial.

Situações semelhantes são encontradas em outras indústrias e localidades. Na cidade de Dongguan, uma fábrica de brinquedos chamada Guanyue saiu do negócio em julho, segundo o Diário Metropolitano do Sul, um jornal relativamente liberal publicado em Guangzhou. O atual proprietário, Ai Lize, comprou a fábrica em 2008 de Li Kashing, o homem mais rico da Ásia.

Não somente chineses estão deixando o mercado. A Adidas anunciou recentemente sua decisão de fechar sua fábrica em Suzhou até o final deste ano, segundo o Wall Street Journal. Além disso, uma fonte disse ao International Finance, um jornal supervisionado pela mídia estatal Diário do Povo, que 300 fábricas que produziam bens para marcas esportivas foram notificadas sobre o fim de seus contratos.

Segundo o Daily Telegraph, a Adidas alegou que pagou 130 dólares por mês para trabalhadores cambojanos que fizeram os produtos da empresa alemã para os Jogos Olímpicos de Londres, um salário muito mais baixo do que o que a Adidas tinha pagado a seus trabalhadores chineses em Suzhou, China. Eles teriam ganhado 472 dólares (3.000 yuanes) por mês, segundo o Securities Daily.

Devido ao elevado custo diferencial, países como Bangladesh, Vietnã, Mianmar, Camboja e Índia são agora locais preferidos para fabricação de roupas. Grandes marcas ocidentais estão se ajustando de acordo.

Não só as empresas ocidentais estão movendo sua produção, a mídia estatal informou que junto com as marcas internacionais, marcas de roupas chinesas também estão se mudando do Delta do Rio Pérola para o Sudeste Asiático.

Baixos custos e salários são as vantagens do sudeste da Ásia, disse Xiaoyu Jing, gerente-geral da Corporação de Vestuário Licancheng, baseada na cidade de Zhongshan, em Guangdong.

Ela disse que os salários dos trabalhadores fabris no Vietnã e Camboja estão entre um quarto a um quinto dos pagos aos trabalhadores chineses.

Não só os salários são mais baratos, algumas matérias-primas também são significativamente menos caras no Sudeste Asiático; na China, a taxa atual de uma tonelada de algodão é 19.800 yuanes (3.114 dólares), 5.000 yuanes mais cara do que o custo de algodão importado do Sudeste Asiático.

https://www.epochtimes.com.br/uma-vez-a-fabrica-do-mundo-industria-...

Por Gao Zitan

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Ela disse que os salários dos trabalhadores fabris no Vietnã e Camboja estão entre um quarto a um quinto dos pagos aos trabalhadores chineses.

Não só os salários são mais baratos, algumas matérias-primas também são significativamente menos caras no Sudeste Asiático; na China, a taxa atual de uma tonelada de algodão é 19.800 yuanes (3.114 dólares), 5.000 yuanes mais cara do que o custo de algodão importado do Sudeste Asiático.

Como é que fica a situação no Brasil ? É mais fácil colocar a culpa na "incapacidade" e "ganância" dos empresários brasileiros. Quando não mais existirem fábricas em nosso país, quero ver em quem vão colocar a culpa.... Haja "bolsas".....

A Adidas anunciou recentemente sua decisão de fechar sua fábrica em Suzhou até o final deste ano.

As MULTI MARCAS, escancaram seus tentáculos gananciosos em busca de custo baixo, o que no mundo globalizado é o que move a maquina, mas lá fora a estes custos de MO, NÃO É TRABALHO ESCRAVO?

Volto a insistir, temos que parar de ser HIPOCRITAS, nosso Brasil, ainda necessita de governancia, deve aprender a como lidar com as intempéries globalizadas e fazer o mesmo. Ficar buscando uma MARCA, para surrar, esta matando outras menores que tem que sobreviver e empregar pessoas. Não sabem lidar com impostos, não sabem lidar com os nichos de mercado( aqui não falo somente de vestuário), falo de auto peças tb.. Uma sugestão é colocar em cada ministério, técnicos voltados a cada atividade industrial e estes levarem mastigado ao incompetente governo, as sugestões  para fazer de cada uma, uma potencia latente.

Há tanto cabide de emprego no governo, que pelo menos este seria produtivo, acho.

Não se esqueçam que o Brasil já foi um Camboja um dia. Já tivemos custos bem baixos, porém com um preço: a miséria assolava o país.

Hoje temos um país emergente, em uma situação tremendamente confortável, se compararmos com os miseráveis da Índia ou de Bangladesh (procurem no Google fotos e verão do que os coitados vivem). Temos um mercado maior, mais rico e que compra mais, porém, temos uma MO mais cara.

Como resolver isso onde é possível? Automação, meus queridos. Vejam o sistema de tênis seamless, sem costura, que economiza até 90% de mão de obra na produção. Ou seja, onde trabalhavam 10, hoje trabalha um.

Agora onde não tem jeito de diminuir, e os custos principais são aqueles mesmos, e é impossível bater de frente com o salário de um cambojano, então a solução que dou se quiser continuar nesse ramo que atua, é ir produzir lá.

Pegue o avião e terceirize sua produção. 

É meu pensamento.

Henrique, você é simplista de mais.

Quais facções/confecções do Brasil tem capacidade de ir lá fora tercerisar a M.O. ???? As grandes grifes, nem passariam pelas facções, vão lá fora direto e aqui? Ficamos com o povo sem emprego! Se você colocar uma maquina robotizada, você coloca 10 pessoas no olho da rua, ai é que lhe digo que você é simplista.

Temos que ter as maquinas, mas não esqueçamos do ser humano. Ai temos que lhes dar estudo, cultura, para que eles façam as maquinas. Quem banca isto o GOVERNO .

Caro Alfredo,

Acredito em primeiro lugar que estamos falando entre empresários até agora. É o nosso emprego amigo Alfredo, e antes de defendermos os demais, pensemos em defender os nossos. O resto é pura consequência da sua proficiência e crescimento no mercado. Falando simplisticamente, quanto mais cresce, mais emprego gera POR NECESSIDADE de mão de obra, não por caridade.

Em segundo lugar, realmente acho triste pensar que muitos ficarão sem colocação, porém eles aceitam trabalhar por menos? E se aceitarem, vão fazer isso sem ir para a justiça daqui a 6 meses, como estão fazendo os bolivianos?

Em terceiro lugar, cada um deve se adaptar ao mundo em que vive. Você adapta sua empresa a realidade, seu funcionário tem de fazer o mesmo. Se ele não tem mais lugar como costureiro, galoneiro etc., que se especialize e procure uma colocação compatível com o nível de maquinário que a sua empresa disponibiliza vagas, tanto em nível técnico como operacional.

Em quarto lugar, como empresário, o sr. tem por obrigação saber todas as manobras possíveis e imagináveis para sobreviver em qualquer cenário, dentre eles, importar. Não é aquela maravilha de ter tudo do seu jeito, mas que vem as peças no preço que seus clientes querem pagar, e com margem de lucro razoável, elas vem. Há milhares e milhares de confecções e facções private label nesses países, basta se informar e colocar em prática.

Não estou dizendo para ninguém importar aqui, só que se o seu ambiente de negócio está nesse nível, ou você encontra alternativas dentro da sua fábrica, ou fora dela. Pensar nos outros quando a corda está NO SEU pescoço é um exercício inglório de altruísmo, se valendo da célebre frase de Mises: O capitalismo é em sua essência desprovido de qualquer moral e ética.

É o meu pensamento.

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