Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Numa primeira análise, o que nos ocorre é justamente o contrário, ou seja, que esses tipos de tecido são improdutivos e muito complicados de se trabalhar. Confesso que eu era uma das pessoas que pensava desse modo e nem sempre conseguia enxergar vantagem em trabalhar com esses produtos.

O que vem me fazendo mudar de ideia são os cenários que vim encontrando ultimamente. Tive a oportunidade de passar por algumas empresas nos últimos meses cujo foco de trabalho era justamente esse tipo de produto. Lógico que precisamos aplicar alguns ajustes que já conhecemos (cronometragem, balanceamento, apontamento), o que torna a produção mais eficiente. O fato que nos surpreendeu muito foi que até então acreditávamos que era totalmente inviável trabalhar com esse produto devido ao “trabalho” que ele dá, mas, quando começamos a fechar os números, chegamos a algo surpreendente. Por exemplo, em uma camisa de chiffon com aplicação de renda o tempo cronometrado do produto foi de 30’21’’ e o custo-minuto da empresa que estou usando como exemplo é de R$ 0,57. Logo, essa camisa tem um custo de R$ 17,21 para a facção e o bacana dessa história é que o valor fechado de mão de obra dessa camisa foi de R$ 18,70, logo houve uma margem de R$ 1,49 por peça. Pode parecer pouco, mas, levando em consideração que dentro do custo-minuto já estão todos os custos e a margem de lucro, essa diferença é livre e pode vir direto para o nosso bolso.

Começamos esperando uma produtividade de 60%, algo que já seria aceitável pelo tipo de produto, mas o retorno que estamos conseguindo é bem maior, chegando à casa dos 75%. Outra questão dessa empresa é que o custo-minuto dela ainda está muito elevado devido a passivos anteriores. Imaginem que valor esse lucro pode alcançar se atingirmos a casa dos R$ 0,40 de custo-minuto! Vejam abaixo o quadro com a ficha de cronometragem e o balanceamento de sete costureiras para este produto.

 

 

É fato que existe uma maior necessidade de treinamento de mão de obra e investimento em aparelhos e peças para costura, como, por exemplo, calcador e transporte de silicone. Outro ponto importante a ser destacado é que encontramos principalmente nos tecidos importados certa irregularidade (torção), o que é uma dificuldade a mais para o faccionista, mas com paciência e boa comunicação com o confeccionista isso rapidamente se resolve.

Como sempre falo, temos de buscar o diferencial para continuarmos nesse ramo onde existe tanta concorrência. Hoje posso afirmar que quem optar por trabalhar com esse nicho do mercado e tiver um pouco de paciência para o treinamento, estará sim entrando numa boa, uma vez que existe certo déficit de empresas especializadas nessa mão de obra.

 

Wellington Nunes é graduado em administração, graduando em processos gerenciais pela FGV e consultor júnior em gestão industrial na Megatech Consultoria.

wellington@megatechconsult.com.br

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/24/materia/ranking.html

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Respostas a este tópico

Ficou meio bagunçado essa matéria de difícil interpretação; mas foi boa.

   Percebi esse nicho em aberto através desta rede.  Aqui todo mundo faz uniformes, jeans em geral ou quase, camisas polo, malharia e roupas para bebê. E todas as outras categorias? O brasileiro tem um ponto de vista limitado quanto ao trabalho, nós vemos o que o vizinho faz e o fazemos também. O que não foi comentado nesse artigo: o corte é o maior gargalo. Foi bom ver esse artigo, meu preço não está ruim, cobro R$ 60,00 pela modelagem nos tamanhos P, M e G; e R$ 19,00 pelo corte, costura e acabamento. Meu preço está uma pechincha!

O minuto a R$ 0,25.

   Mas essa tabela dos índices de produção está errada. As metas não condizem com o tempo apurado na cronometragem. Pregar uma etiqueta na gola = pregar + rebater gola. Ele deve ter feito no excel: insira um dado na ordem errada e foi-se embora a precisão na formulação.

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