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Raf Simons para Dior: o (novo) new look

Em quatro temporadas, o estilista belga conseguiu modernizar a maison sem desprezar sua história e essência. E, com seu olhar contemporâneo, ainda reinventou os looks desfilados pelas famosas nos tapetes vermelhos mais concorridos do mundo.

Raf Simons se baseia no passado para construir o futuro da grife francesa. Seu segredo é decifrar os códigos das criações do próprio Christian Dior - desde a introdução do New Look, em 1947, até sua morte prematura, em 1957 - antes de transformá-las em algo atual.

1947 - Jaqueta Bar

Elemento essencial do New Look e também da história da moda, a jaqueta, de cintura totalmente marcada, trouxe a feminilidade de volta ao guarda-roupa no pós-guerra. Seu nome é uma sugestão ao que seria elegante para uma mulher usar em coquetéis ao final da tarde. "A peça define a essência da Dior na memória coletiva das pessoas ao redor do mundo", diz Simons.

1949 - Femme Fleur

A obsessão de Christian Dior por flores influenciou o shape das roupas desenhadas por ele. Saias rodadas, por exemplo, sugerem tulipas de cabeça para baixo. Longe de qualquer literalidade, Simons prefere utilizar as flores em vestidos de couro preto ou até mesmo no cenário dos desfiles: "Há toda uma forma de pensar como Dior, mas isso não quer dizer que tudo tem de ser idêntico ao criado pelo estilista".

1951- Pregas

"As Pregas e as Anáguas de Dior." Essa foi a chamada de capa de uma edição da revista Life em 1951. Para a coleção de primavera 2014, Simons fez mais de uma dúzia de pregas diferentes, reunindo dobras na altura dos quadris ou drapeados ao longo das saias. "Desenvolvemos novas maneiras de fazer pregas e plissados para que eles se tornassem o centro das atenções", afirma o estilista.

Queridinho das estrelas

Com cores, tecidos e shapes marcantes, os vestidos de Raf Simons já entraram para a galeria dos red carpets. "Fico empolgado ao ver uma atriz usando uma criação minha", diz. "Mas o visual só funciona se ela se sentir bonita e confiante."

Marion Cotillard, Charlize Theron e Jennifer Lawrence.

Marca registrada

Na coleção primavera 2014, o smoking foi desconstruído (e reconstruído) em uma série de vestidos para a noite. O resultado foi considerado mais autoral pela crítica. O ponto de conexão com a história da Dior aparece nos brasões com o xadrez pied-de-coq, que enfeitam as roupas. Na coleção de inverno 2015, foi a vez de as cores fortes chamarem a atenção.