Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Trabalhadores da indústria têxtil no Camboja pressionam H&M, Walmart e Zara por um salário digno

Trabalhadores cambojanos apelam a grifes globais de confecção por um salário mínimo de US$177. Foto de Licadho

Trabalhadores cambojanos apelam a grifes globais de confecção por um salário mínimo de US$177. Foto de Licadho

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Após lançar uma greve nacional em dezembro passado, os trabalhadores de confecção do Camboja voltaram às ruas exigindo um salário minimo mensal de 177 dólares americanos.

A greve do ano passado foi organizada para pressionar o governo a aumentar o salário mensal, que naquele período era de 80 dólares. Os trabalhadores queriam o dobro do salário que recebiam, mas o governo autorizou uma aumento de apenas 15 a 20 dólares. A greve mobilizou dezenas de milhares de trabalhadores em todo o país, mas foi dispersada violentamente pelas forças de repressão do estado em janeiro, o que levou à morte quatro trabalhadores.

O salario minimo mensal atualmente pago aos trabalhadores têxteis no Camboja está fixado em 100 dólares. O lucro de exportação no setor de confecções representou, no ano passado, aproximadamente um terço do PIB de 15,25 bilhões de dólares do país. Existem mais de 600.000 trabalhadores têxteis no Camboja e a maioria deles é formada por mulheres. Mas, além de receberem baixos salários, os trabalhadores também sofrem com condições de trabalho precárias, o que leva casos de desmaio em massa em várias fábricas com condições de exploração de trabalho.

Essa semana, os trabalhadores retomaram a campanha por aumento de salário, mas desta vez direcionaram suas reivindicações às grifes de confecções internacionais que compram e subcontratam fornecimento do Camboja. A campanha, denominada “O comprador deve proporcionar o salário básico de 177 dólares”, tem como objetivo pressionar marcas globais como H&M, Walmart, Levi's, Gap, Puma, C&A, Adidas e Zara a negociar salários mais altos para os trabalhadores diretamente com seus fornecedores.

[#Precisamosde177] Insira o logotipo verde em toda postagem para grifes que compram do Camboja exigindo o aumento do salário mínimo para US$177 pic.twitter.com/7CnJSRIXmb

Mais de 500 trabalhadores têxteis se reuniram no Parque Industrial Canadia, em Phnom Penh, a capital do país, para pleitear aumento salarial. Segundo os sindicatos do setor de confecções, aproximadamente 300 fábricas, em todo o país, se juntaram ao protesto.

Esse vídeo mostra trabalhadores segurando faixas enquanto pedem a empresas internacionais a não os deixarem passar fome no Camboja:

Líderes de sindicatos explicaram que a exigência de um salario minimo de 177 dólares é baseada na média de gastos mensais com trabalhadores têxteis. Um dos trabalhadores que participou do comício expressou o sentimento dos colegas para o jornal de língua inglesa The Cambodia Daily:

Queremos aumento salarial porque atualmente não temos dinheiro suficiente para nos mantermos, porque tudo está caro, como aluguel, energia, água e alimentação.

Trabalhadores cambojanos exigem um salario minimo mensal de 177 dólares.

Trabalhadoras do Camboja reinvindicam um salário mínimo de US$177. Foto de Licadho

O Community Legal Education Center, um grupo local de direitos humanos, está apoiando a campanha e insistiu para que as grifes e seus fornecedores “assumam sua responsabilidade e garantam dignidade humana para os trabalhadores cambojanos.”

O governo respondeu instalando unidades policiais e militares no local do protesto. Enquanto isso, a oposição garantiu aos trabalhadores levar a campanha salarial para o parlamento.

Um soldado filmando o protesto de trabalhadores #confecção em #phnompenh enquanto estes continuam a exigir um aumento salarial. #cambojapic.twitter.com/YxiuWZzLku

A campanha para o aumento salarial é apoiada por sindicatos trabalhistas em vários países. No Canadá, existe um petição online motivando consumidores a não comprar roupas “contaminadas com exploração e repressão.”

Com sorte, a série planejada de protestos vai ocorrer de forma pacífica e o governo vai respeitar os direitos dos trabalhadores de reivindicar melhores condições de trabalho e de vida. Também é importante para as marcar internacionais de roupa provar o seu compromisso em melhorar o bem estar dos trabalhadores nas fábricas de confecção no Camboja.

http://pt.globalvoicesonline.org/2014/09/23/trabalhadores-industria...

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Respostas a este tópico

Eles pedem apenas US$ 177, vejam que não tem férias + 1/3, o caminhão de feriados que temos, o outro caminhão de atestados médicos, 13 salario, FGTS e por ai vai... e vai ver a produtividade deles, no minimo 4 vezes a nossa, pergunto: como competir?

  Queremos aumento salarial porque atualmente não temos dinheiro suficiente para nos mantermos, porque tudo está caro, como aluguel, energia, água e alimentação.

Importar de lá, como já fazem as grandes redes, importar confecção pronta.

Com os custo de energia eletrica,  impostos, furto de carga, encargos trabalhistas e   mão de obra de baixa produtividade que temos, onde somos obrigados a ter que incluir nos custos as  malandragens praticadas por  funcionários acobertados por nossas leis trabalhista e uma  justiça trabalhista que sempre considera o patrão um explorador,  não temos como competir.

E o que é certo?

Deve ser investido, por parte daquele governo que cobra leis trabalhistas, bastante dinheiro em campanhas de consumo e /ou vigilância à forma como são feitos esses produtos que entram neste país, não permitir que produtos confeccionados em condições inumanas possam ser colocados à venda destruindo a livre concorrência e os negócios dos que criam empregos com dignidade.

Com os sócios que somos obrigados a ter (governo + sindicato + pt + cut) sabe quando nuca.................


antonio Nogueira de Lucena disse:

Eles pedem apenas US$ 177, vejam que não tem férias + 1/3, o caminhão de feriados que temos, o outro caminhão de atestados médicos, 13 salario, FGTS e por ai vai... e vai ver a produtividade deles, no minimo 4 vezes a nossa, pergunto: como competir?

 Caros amigos, quando se fala de trabalhador assim ou assado, eu relato uma raridade, um trabalhador com nada mais, nada menos, 70 anos de trabalho numa única Fábrica de Tecidos, São Joanense, nome fantasia da Pirapora Têxtil S/A. A Fábrica é de 1891, portanto 123 anos. Boa parte desse tempo o Seu Napoleão testemunhou. Caso tenham paciência, leiam um pouco da história desse "personagem". Desculpe-me, mas eu não sei inserir a foto que coloquei no word.

        

O Grande Colaborador da São Joanense Têxtil

 

 

 

Lá vai o trem com o menino

Lá vai a vida a rodar

Lá vai a ciranda e destino

Cidade e noite a girar

Lá vai o trem sem destino

Pro dia novo encontrar

Correndo vai pela terra

Vai pela serra

Vai pelo mar

Cantando pela serra do luar

Correndo entre as estrelas a voar

No ar no ar no ar no ar no ar...

 

                        Trenzinho Caipira

                        Ferreira Gullar e Heitor Vila Lobos

 

“A felicidade não depende nem do luxo nem da fortuna, porém, que o respeito e a confiança entregues aos esposos, um para com outro, trazem paz, contentamento e prazer ao lar.”

 

 

O que faz você feliz, pergunta a propaganda do hipermercado acompanhada de uma musiqueta singela e alegre que cativa a crianças e adultos? O que faz você feliz? Insiste e persiste a pergunta até o fim do comercial. 

A pergunta é feita de maneira geral e aponta, com toda razão, que é preciso coisas muito simples para se ter uma vida feliz.

 

“O ESFORÇO é grande e o homem é pequeno.” (F P)

 

            Ele começou sua lide ainda criança com apenas 11 anos e jamais parou. (Lá vai o trem com o menino/ Lá vai a vida a rodar/ Lá vai ciranda e destino).

            É evidente que, na época própria, bom seria que estivesse na Escola, aprendendo os mistérios da Matemática e, o mundo mágico das Palavras e, ter viajado pela Geografia e, ter aprofundado o conhecimento do passado através da História. Neste mesmo período poderia estar brincando de bola de gude ou correndo atrás de pique esconde ou nadando no Água Limpa.

 

            Com esse nosso grande personagem isso não foi possível: as premências lhe empurraram por outros caminhos. Todavia, ele não demonstra ressentimentos quando fala daquele tempo, conta com alegria as brincadeiras escondidas que fazia, passando-nos a ideia de que foram bons tempos. Não nos importa saber, nesse momento exatamente quais foram às razões para um começo tão prematuro na vida do trabalho.     Era comum naquele tempo, foi também a situação enfrentada por muitos outros meninos e meninas, às vezes órfãos, pobres e desamparados socialmente que necessitavam de trabalhar e encontravam nas fábricas de tecidos a sua oportunidade, as fábricas tornavam-se amparo de famílias (Pro dia novo encontrar).

Seguindo os conselhos dos pais, manteve-se “sempre diligente como uma abelha que faz o seu mel." (Eça de Queiros)

           

            E prosseguiu nessa jornada sendo amigo dos colegas, dos chefes e dos diretores da Fábrica. E o que o faz diferente, então? Ele foi muito diferente (Cantando pela serra do luar/ Correndo entre as estrelas a voar.)

 

            É comum se ver operários que se aposentam com 40 anos de trabalho, alguns poucos conseguem sua jubilação aos 50 anos. Mas ele foi além, permanecendo durante 40, 50, 60, agora, 70 anos na mesma Empresa. Pois é, 70 anos! Não é para qualquer um. É digno de pesquisa, não se conhece pessoa assim, quem sabe até pode ser inscrito no livro dos recordes. Completou 82 anos de vida (No ar no ar no ar no ar no ar).

 

            Na nomenclatura contemporânea é praxe chamar os operários de colaboradores. Não vamos pôr em discussão se é próprio ou conveniente esse modismo. Mas quando se trata dele é próprio, perfeito, é plausível chamá-lo assim. Ele é o GRANDE COLABORADOR da São Joanense, atingiu a marca inigualável em todos os123 anos de existência da Companhia.

 

            E ele é feliz. Todos os sofrimentos e as desventuras pelas quais certamente passou, acabaram servindo para “construir essa felicidade.”

Hoje é referência de simplicidade e com altivez é o conselheiro de muitos. Sabe das histórias das pessoas, das máquinas e construções da Fábrica. Quem quer conhecer a História da Fábrica, é só perguntar a ele. Ele conta tintim por tintim. Ele encontra e apresenta os documentos, as fichas com retrato. Ele encontra tudo. Quando se precisa, se pede a ele, ele sabe onde está. Em qual armário, qual divisão e em qual pasta se encontram. Todos os livros ou envelopes. Ele é o próprio arquivo formal e informal da São Joanense.

           

            Falemos agora do homem. Na família é o esposo companheiro, casado com D. Maria de Lourdes, a alegre Luluca, tem cinco filhos Ligia, Ângela, Ana Paula, Simone e Geraldinho. Mora ali no IAPI.

            Fora da Fábrica trabalha em prol da sua Igreja e para Irmandade do Santíssimo. Reza os terços e não esquece dos amigos que precisam de suas orações. Canta missas num coral que tem viajado por outras Paróquias. Nos momentos difíceis das famílias dos amigos é presença certa. Visita os doentes e cumpre o mandamento do Evangelho, segundo São Mateus. Sua bondade é notável.

            Ele em sua indefectível bicicleta, faz uma imagem gostosa de ver singrando nas históricas ruas de São João del Rei. Ele é miúdo e com gracejo diz que “a Fábrica cresceu muito, somente ele não cresceu, estou quase do mesmo tamanho de quando entrei” e dá um sorriso sinalizando com a mão a sua altura.

            Mas afinal quem é ele, essa figura incrível e singular?

 

            O nome dele é Napoleão Pereira da Silva, o Napô.  Assim é que as meninas o chamam. Por ocasião da comemoração dos 120 anos da Fábrica foi homenageado pela Diretoria e por todos os seus colegas como símbolo de todos. Todos o conhecem na Fábrica e fora dela. Chega cedo à Fábrica, prepara café para os colegas que chegam depois. É solícito, durante as longas reuniões da Diretoria, sem que precise lhe pedir, bate à porta, entra com passos apertados, deixa a garrafa de café fresco sobre a mesa e saí no mesmo passo.

           

            Na Portaria recebe representantes e visitas. Orienta a entrada e saída dos colegas. Tem um jeito próprio de falar, olhando para frente sem trocar os olhares e, com os braços entrelaçados às costas, responde ou reporta seus casos. A voz é baixa. Tem um bom e distraído papo, ao telefone é sucinto, comunica as intercorrências de modo objetivo e em seguida desliga o telefone, às vezes, sem esperar que o interlocutor esboce qualquer comentário. Faz questão de registrar toda a movimentação da Portaria. É a pessoa de confiança para fazer os movimentos de banco. Faz questão de ir de bicicleta, a sua bicicleta.

 

            Nós não sabemos muito bem como finalizar: se, cumprimentando, efusivamente, pela marca alcançada ou, lhe agradecendo, calorosamente, por tudo que nos proporciona. Ficam as duas coisas e mais ainda: agradecemos a Deus a vida do Seu Napoleão. Que ele desfrute de saúde e Paz, harmonia e felicidade. Ao Seu Napoleão, desejamos uma vida sempre alegre e repleta da família e amigos. E que a vida siga sempre assim, pois você faz a gente feliz.

 

            Todos querem e devem homenageá-lo como exemplo de pessoa e vida: a família, os amigos e colegas, a Fábrica São Joanense, a comunidade saojoanense.

Muito obrigado, seu Napoleão.

 

                                                                                  José Carlos Dias

                                                                        São João del Rei, 15/09/2014

Este caso realmente é RARÍSSIMO, de ambas as partes, tanto do Sr. Napoleão quanto da São Joanense, acredito que seja único. Hoje, normalmente, quando os mais descompromissados,  atingem o periodo que faz jus ao seguro desemprego, arrumam um jeito de serem despedidos para receberem tal beneficio e continuarem trabalhando e recebendo clandestinamente dos dois lados. Infelizmente é um numero enorme que age assim.

,Quando vejo uma reportagem referente a prestação de serviço em confecções, já vem em mim uma tristeza muito grande, porque sei que tem mão de obra forçada, e isto  não traz tristeza só para mim, mais para quem si sensibilize com esta tipo de escravidão, e isto é uma epidemia mundial que tem de acabar mas quando chegara este fim, a minha quinta geração vai ver este tipo de exploração, porque as grandes potencia neste contexto vivem de exploração e de explorar quem não tem como defender, porque suas lideranças também estão atolada ante o pescoço diretamente as grandes marcas munidas, exemplos zara entre outras, dilacerando vidas  em todo mundo, assim como no Camboja nos becos do brasil na índia tem que aver uma punição para quem pratica este tipo de escravidão, nem só para as grandas marcas mais também para os atrevesadores de mão de obra que platica este tipo de delito, levando famílias enteiras  a si escravizares dando lucros absurdos a quem burlam impostos entre outros, mesmo porque isto so faz denigrir o profissional  que tenta levar a serio o que faz, realmente mim cinto diminuído.  

A potência dessas grandes Empresas se deve integralmente ao trabalho escravo exercido por profissionais sem nenhuma esperança de reconhecimento e apoio Internacional.

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