São Paulo, 27 out (EFE).- Trabalhadores e empresários do setor têxtil protestaram nesta segunda-feira em São Paulo contra o que consideram “concorrência desleal” dos produtos importados da China.
O protesto bloqueou a principal rua de acesso a um centro de exposições onde ocorre um evento da câmara chinesa de importadores de produtos têxteis e calçados, na zona norte da cidade.
Os manifestantes colocaram cruzes no canteiro central da rua em frente ao local como símbolo da “morte” de 14 mil mil postos de trabalho perdidos no setor têxtil brasileiro nos últimos 12 meses.
“A China se transformou em uma fábrica do mundo porque se planejou para isso e está colhendo os frutos de uma maneira que entendemos não ser a correta”, declarou o diretor superintendente da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente.
Ele destacou que as leis trabalhistas, os índices de poluição e a carga tributária pesam “contra” os brasileiros, em relação aos produtores chineses.
“Não estamos contra ninguém, mas a favor do Brasil. Não podemos abrir mais espaço para uma concorrência desleal”, comentou o presidente da Abit, que reivindica que seja aplicada a proposta do setor que contempla um regime tributário capaz de aumentar em 117% a produção até 2025.
Segundo a Abit, citando dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o volume de peças de vestuário importadas cresceu 25 vezes na última década, sendo que nos primeiros nove meses de 2014 as importações de produtos têxteis cresceram 5,7%, enquanto as exportações caíram 6,1%. EFE
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