No último ano, foram mais de mil demissões, em média, a cada mês. Empresários culpam, principalmente, os produtos chineses.
O setor têxtil, um dos mais tradicionais do Brasil, está atravessando um período muito difícil. No último ano, foram mais de mil demissões, em média, a cada mês. Os empresários culpam, principalmente, os produtos chineses.
Durante 25 anos, seu Rubens teve uma tecelagem em um galpão em Americana, no interior de São Paulo. Quando as portas fecharam, no ano passado, 280 pessoas ficaram desempregadas.
“Saudades da indústria, não. Eu tenho saudades da minha equipe”, diz Rubens da Silva.
Seu Rubens mudou de ramo. Hoje, é consultor imobiliário. “E dou graças a Deus pelo chinês não exportar terreno!”, diz.
E essa é mesmo a grande reclamação. Os representantes da indústria dizem que produtos importados e muito baratos, especialmente os chineses, são os principais culpados.
“Nós não podemos concordar que produtos venham aqui subfaturados. Uma roupa no Brasil, um biquíni a um centavo de dólar por quilo, isso não é uma importação justa nem leal e nem possível”, diz Rafael Cervone, da Associação Brasileira de Indústria Têxtil.
Segundo o Ministério do Trabalho, nos últimos 12 meses, 14 mil vagas foram fechadas no setor têxtil brasileiro.
“Um container que entra aqui derruba pelo menos 10 empregos na indústria de confecção”, afirma Alfredo Bonduki, presidente do Sinditêxtil/SP.
O técnico Ricardo Cardoso ficou sem trabalho na semana passada. "Estou fazendo faculdade, quero seguir outro rumo, fazer outro negócio", diz.
A história de Americana tem origem na indústria têxtil. A cidade foi fundada por imigrantes americanos que desenvolveram no local um polo do setor que já foi o maior da América Latina.
Mas hoje algumas empresas trabalham apenas com metade da capacidade. Nos últimos 20 anos, duas em cada três fábricas fecharam as portas, principalmente as pequenas confecções.
Um grande galpão desativado e mais um do outro lado da rua.
Os empresários afirmam que, além da concorrência dos importados, custos diversos, com os impostos e com o transporte, por exemplo, contribuem para a crise.
"Para gente importar uma tonelada de algodão do Texas para as fábricas do Nordeste custa US$ 120 dólares a tonelada. E para nós levarmos do Mato Grosso para as fábricas do Nordeste custa US$ 240, o dobro", afirma o empresário Ricardo Steinbruch.
E para encontrar soluções, a criatividade tem ajudado. Uma empresa de Americana agora usa fios coloridos, feitos com garrafas pet. O material sustentável é usado em roupas e calçados encomendados até por estilistas de Nova York
"Era uma matéria-prima até então utilizada muito em artesanato, e nós conseguimos fazer com que ela rodasse em máquinas de alta tecnologia. É uma forma de a gente tentar driblar essa crise", diz Marisa Ferragutt, diretora de produto e riação
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o setor têxtil tem sido alvo de uma série de medidas para fortalecer a indústria nacional e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros.
Entre as medidas citadas pelo ministério, estão a simplificação e a redução de impostos, as parcerias com os fabricantes e a adoção de regras para evitar a concorrência desleal com os artigos importados.
Fonte: portal G1
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Parabéns !! a Sra. Marisa Ferragutt pela visão empreendedora do seu negocio.
A China vai sim tomar o mercado têxtil, não só no Brasil mas no mundo e, não adianta lamentar, espernear, plantar cruzinhas ridículas na frente da exposição Chinesa , atestando a própria incompetência. Precisamos sim, é lutar por uma reforma tributária justa, apoiar de forma real os pequenos empresários, não com essa historinha da CEF , BNDES, BB, etc ... onde para se obter algum crédito, você precisa deixar como garantia a sua casa, carro, e o que tiver de bens reais. Reinventar e buscar novos nichos de mercados, clientes, opções, em suma, se mexer.
O empresário acomodado, esse sim fechou as portas aguardando a tão esperada ajuda do Governo que não veio e, não virá. Os interesses comerciais com o cliente China estão muito acima dos comodismo da Indústria Têxtil.
A informação perniciosa emitida por entidades do setor, mostrando um horizonte promissor, leva empresários erroneamente a realizar investimentos, muitas vezes verticalizando a sua produção acreditando em dias melhores e, após gastar o que tem e o que não tem em aquisições fabris erradas, descobre que ao invés de otimizar o seu custos, arrumou um divida imensa onde certamente não irá recuperar o seu investimento, porque não tem como concorrer com a China, resultado: culpa do Governo, o mercado, o Cliente , entra em depressão , fecha tudo, manda todo mundo pro olho da rua e vai viver de renda, quando é possível.
Falo porque, já procurei diversos empresários da Indústria Têxtil com projeto atuais na área de prestação de serviço, onde a concorrência Internacional existe, mas o mercado cresce exponencialmente. O retorno é garantido através de contratos, diferente de vendas sazonais. Bom... até agora só escutei, estou envolvidos em outros projetos , coisa e tal... o medo do novo engessa e então ele vai fazer fila no coro contra os Chineses.
É preciso saber a diferença entre Empresario e Empreendedor, aqueles que souberem certamente sairão vencedores num mercado globalmente competitivo .
Eu entendo que a ABIT e o SINDIVEST não sabem fazer oposição ou sabem onde devem atacar para mitigar os efeitos das importações chinesas! Lutar contra um país não vai resolver nada pois o atual governo brasileiro não possui uma política externa... o governo simplesmente tem um ódio mortal da classe "burguesa" e "elitistas", mais conhecida como empresários!!! Contudo, não podemos ficar de mãos atadas esperando o governo reagir. Se a ABIT, o SINDVEST e a indústria textil querem diminuir os impactos negativos, devem se aliar e unir esforços contra:
- pirataria e shopping populares/lojas/"feiras" que vendemos os produtos falsificados
- crime de descaminho (sacoleiros de luxo e falsos turistas que viajam e trazem peças do vestuários sem pagar os tributos);
- produtos que não atendem a portaria da ANVISA e IBAMA; e por aí vai!
Existem várias formas. Porém, a pergunta que deixo é.. até quanto quem nos representa realmente quer engajar uma guerra que afeta política sociais? Por exemplo, em BH, todos os shopping populares foram tomados por chineses e o que você NÃO encontra nos quiosques são produtos originais!
José carlos, veja que na sua fala, você prega que, o preço tem que ser a base de tudo, porém, sou obrigado a discordar quanto ao sistema tarifário de importação, já que temos situação de ex-tarifário e 35% em cima de quem produz com dumping social é absolutamente nada. O que prego é que em pouco tempo, se a indústria textil brasileira morrer, nem as lojas brazucas vão se sustentar, visto que, os produtos asiáticos estão vindo muito abaixo do custo de produção legal e sem cerimônia, abrem uma loja ao lado da sua, param de te vender e vendem sem pagar qualquer tipo de imposto. Se possuem sua mercadoria apreendida, em duas horas o estoque é todo reposto!
Existem sim fábricas no nordeste fabricando bermudas a 10 e até a 12 reais. O problema é que temos um custo logístico e tributário que é de responsabilidade do governo, e este, nada tem feito para fazer com que a indústria seja mais competitiva!
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