Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 

As eleições presidenciais passaram – uma das mais conturbadas dos últimos tempos no Brasil – e, por fim, Dilma Rousseff foi reeleita presidenta, com um pacote e tanto no colo para tentar dirimir ao longo dos próximos quatro anos: um Brasil pesado, lento, tropeçando em seus próprios problemas, políticos e econômicos. Incongruências de um país que tem tudo, todas as ferramentas para crescer, se desenvolver, mas que insiste em ficar para trás em favor de alguns poucos bolsos cheios, enquanto o restante da população “que se vire”.

Pessoas prontas para empreender, trabalhar, transformar, crescer e ajudar existem muitas, e creio que essa é a melhor parte desse Brasilzão. O que falta são condições para que elas possam realmente fazer o que sabem, ou seja, movimentar as engrenagens do progresso, que estão travadas.

Só entre outubro do ano passado e outubro deste ano, 14 mil empregos deixaram de existir no setor têxtil e de confecção, e, se o ritmo continuar o mesmo, chegaremos aos 20 mil rapidamente, conforme afirmou o diretor-superintendente da Abit e do Sinditêxtil-SP, Fernando Pimentel, em manifestação feita junto a outros sindicatos do segmento, um dia após o resultado das eleições. Segundo ele, os alertas feitos ao governo no ano passado se realizaram, como a extinção de empregos, a queda na produção e o aumento no déficit da balança comercial, com os importados. Enquanto aqui dentro as empresas são compelidas a seguir rígidas normas de trabalho e ambientais, lá fora essas questões são deixadas de lado.

Por que aqui se exige a produção de um jeito enquanto os produtos asiáticos, que dominam nosso varejo, podem entrar irrestritamente? Por que os próprios grandes magazines nacionais não incentivam o mercado vendendo mais produtos “fabricados no Brasil”em vez daqueles com a triste etiqueta de “importado por...”, que dominam as araras? Sim, sabemos que a questão toda é o custo, e quem deveria ajudar e dar o exemplo não o faz, nosso próprio governo. Um exemplo recente? Os uniformes de todos os voluntários e da equipe técnica dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio 2016 serão feitos na China.

A sorte está lançada, esperamos que a presidenta tenha um novo olhar sobre o “nosso” país. É a nosso favor que ela tem que governar, e não o contrário. E é isso o que queremos de verdade.

Um grande abraço e que 2015 venha com novos ares e boas notícias!

 

SILVIA BORIELLO É EDITORA DA REVISTA COSTURA PERFEITA.

editora@costuraperfeita.com.br

 

 

 

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  Por que aqui se exige a produção de um jeito enquanto os produtos asiáticos, que dominam nosso varejo, podem entrar irrestritamente?

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