Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Imposto encarece roupas e desestimula empresários. Tributação responde por mais de 50% do valor de uma calça jeans, por exemplo

Se não fossem tantos impostos, uma peça de vestuário poderia custar bem mais barata para o consumidor. Os impostos abocanham, em média, 55% do preço final. A tributação, na indústria das confecções, traduz-se em forma de muitas siglas: IR, PIS, ICMS, Cofins, entre outros que, para facilitar, já foram compactados dentro de uma outra denominação: Simples ou, para complicar, Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte.
A indústria têxtil, no Paraná, paga 3% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o preço de venda; outros 7,6% da receita bruta vão para a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins); e mais 1,65% sobre a receita bruta vai para o Programa de Integração Social (PIS); de tributos trabalhistas, o empresário chega a pagar 28% do salário bruto de cada trabalhador contratado; e o Imposto de Renda, a partir de 15% sobre a margem de lucro.
A carga tributária é tão pesada que a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) tenta mecanismos para reduzi-la. Segundo a entidade, atualmente as indústrias de confecções pagam de 12% a 25% da receita bruta em impostos e reivindicam uma redução para 5% em toda a cadeia produtiva. O presidente da Abit, Fernando Pimentel, defende ações para fortalecer o ramo em todo o Brasil.

Soluções As dificuldades do setor vão além dos altos impostos praticados no País, de acordo com o empresário do ramo da confecção Carlos Pechek. "O parque fabril da indústria brasileira está sucateado porque o Brasil não fabrica máquinas de última geração e é caro para importar." Na opinião dele, o governo não dá incentivos fiscais para a importação de maquinário de ponta. "No final, você faz a planilha de custos e vê que seu produto é caro."
Pimentel diz que é preciso ações para manter o setor no Brasil gerando empregos. "Cabe às entidades representativas trabalharem junto às autoridades, aos trabalhadores, para a criação do melhor ambiente dentro de seu território."
Diante do cenário atual, considera o presidente da Abit, cabe a cada empresário avaliar como estão seus negócios e quais são os melhores lugares pra se investir.
"O empresário não pode quebrar, ficar cantando o Hino Nacional e quebrar. O Paraguai está com propostas interessantes, acho que o país está querendo outra pegada no mundo, mas a solução maior é ficarmos competitivos aqui dentro (no Brasil)", diz ele.

PARAGUAI É UMA OPÇÃO

No Paraguai, o imposto é de 1% sobre o faturamento, e empresários estimam que a mão de obra chegue a custar 50% a menos que no Brasil. De Maringá e região, segundo apuração da reportagem, nenhuma empresa se deslocou ao Paraguai, pelo menos não ainda. "Temos uma consultoria que está realizando um trabalho no Paraguai para verificar a viabilidade de algumas empresas levarem a produção para lá. Aqui (no Brasil), ficaria apenas o corte e o acabamento", diz o empresário Carlos Pechek, que tem uma indústria de confecções em Mandaguaçu.
Ele explica que as pequenas e médias empresas – não só do ramo de confecções – procuram países da América Latina para se estabelecerem enquanto que as grandes seguem para países do Oriente, como Paquistão, Afeganistão, China e Índia, entre outros. "Isso gera emprego lá fora e desemprego aqui", conclui. ///Vanda Munhoz

55% DE IMPOSTOS é o que pagamos em média por uma peça de roupa na loja. A tributação, na indústria têxtil, traduz-se em forma de muitas siglas, como IR, PIS, ICMS, Cofins, entre outros.

FONTE: http://m.odiario.com/economia/noticia/1241516/imposto-encarece-roup...

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Pessimistas, donos de fábricas estudam alternativas de produção no Paraguai

(dados que tenho no momento (http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas...) são de 2007, mas creio que não mudarão o contexto do que vou dizer.
A carga tributária no Brasil, na ordem de 35% , não atinge somente o setor têxtil, é generalizada em todas as atividades econômicas. Na China, essa carga é de 21%, na Alemanha , 43,9%; no Canadá, 33,29%; na Alemanha, 43,9%; na Suécia, 58,7%. Logo, o velho argumento: não é a alta carga tributária é na gestão dessa arrecadação que reside o problema; e aí não há nenhuma sinalização de melhorias.
Se solicitarmos igualdade de condições com a China, a redução de 10% da carga tributária irá reduzir significativamente a diferença entre o produto local e o importado a ponto de evitar essas importações, ou ainda fortalecer nossas exportações?
Apenas reduzir a carga tributária resolve?

Pensar que as desonerações dadas para alguns setores (principais arrecadadores da União) contribuíram para o déficit atual das contas públicas, e que mediante esse déficit o futuro ministro não acena com novas desonerações buscando o equilíbrio das contas públicas , não sinaliza um cenário promissor às desonerações. E lembrar que a redução de 50% nos postos de trabalho no setor (desde 1995) não sensibilizaram a economia ou a gestão pública, também não nos dá maiores esperanças.
A situação que ai está não irá mudar: as tributações continuarão, os custos de mão-de-obra e custo Brasil permanecerão pelo menos nos próximos dois anos. Temos que aceitar isso e dentro dessas limitações será dimensionado o setor têxtil. Podemos sentar e chorar, é nosso direito, mas depois de chorar bastante temos que compreender essa nova situação e buscar caminhos de sobrevivência. Será que o mercado de altos volumes e preço baixo é interessante nesse cenário? Vamos conseguir evitar o consumo de importados via internet ou ainda via liberação das alíquotas de importação, vamos conseguir abastecer o mercado interno caso haja aumento na renda novamente ?
Ou então, conforme a evolução econômica global, nichos crescentes de maior poder aquisitivo não estão dispostos a comprar e pagar por produtos de melhor qualidade e diferenciados?
Como países com alta carga tributária e alto custo de mão de obra conseguem manter o setor têxtil? E pior , será que conseguiram?
João Carlos,

Renda per capta traduz na capacidade de geração de renda por uma população. Se tivéssemos a mesma produtividade desses países teríamos a mesma renda per capta, e portanto mesmo nível de desenvolvimento econômico. Portanto não é a quantidade, mas a produtividade de seus habitantes. Como torna-los mais produtivos é que faz a diferença.
Poderemos ter uma baixa carga tributária, mas com uma baixa produtividade econômica, não nos levará a lugar algum.
Com isso não quero dizer que sou a favor da carga que aí está, somente julgo impossível reduzi-la no contexto econômico atual, de desordem das finanças públicas e seus déficits provocados pelo estímulo ao consumo. Não creio numa mudança tributária para redução (e sim para aumento) nos próximos anos, salvo alguma ruptura política ou econômica; portanto não podemos assumir a redução da carga tributária como uma saída possível - e assim não quero dizer que não seja contabilmente viável.

Hilário e João Carlos,

Embora há indícios de discordância no assunto em pauta,  acredito que ao final das contas, tudo se converge em:  O Governo do Brasil precisa fazer algo pela Indústria Têxtil. Ou seja, ambos estão perfeitamente corretos.

Imagino que ir para o Paraguai não é o melhor caminho e nem permitir que um estado, ao usar de forma abusiva, abocanhe 50% do suor de um empresário, em forma de "imposto".

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