Se não fossem tantos impostos, uma peça de vestuário poderia custar bem mais barata para o consumidor. Os impostos abocanham, em média, 55% do preço final. A tributação, na indústria das confecções, traduz-se em forma de muitas siglas: IR, PIS, ICMS, Cofins, entre outros que, para facilitar, já foram compactados dentro de uma outra denominação: Simples ou, para complicar, Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte.
A indústria têxtil, no Paraná, paga 3% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o preço de venda; outros 7,6% da receita bruta vão para a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins); e mais 1,65% sobre a receita bruta vai para o Programa de Integração Social (PIS); de tributos trabalhistas, o empresário chega a pagar 28% do salário bruto de cada trabalhador contratado; e o Imposto de Renda, a partir de 15% sobre a margem de lucro.
A carga tributária é tão pesada que a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) tenta mecanismos para reduzi-la. Segundo a entidade, atualmente as indústrias de confecções pagam de 12% a 25% da receita bruta em impostos e reivindicam uma redução para 5% em toda a cadeia produtiva. O presidente da Abit, Fernando Pimentel, defende ações para fortalecer o ramo em todo o Brasil.
Soluções As dificuldades do setor vão além dos altos impostos praticados no País, de acordo com o empresário do ramo da confecção Carlos Pechek. "O parque fabril da indústria brasileira está sucateado porque o Brasil não fabrica máquinas de última geração e é caro para importar." Na opinião dele, o governo não dá incentivos fiscais para a importação de maquinário de ponta. "No final, você faz a planilha de custos e vê que seu produto é caro."
Pimentel diz que é preciso ações para manter o setor no Brasil gerando empregos. "Cabe às entidades representativas trabalharem junto às autoridades, aos trabalhadores, para a criação do melhor ambiente dentro de seu território."
Diante do cenário atual, considera o presidente da Abit, cabe a cada empresário avaliar como estão seus negócios e quais são os melhores lugares pra se investir.
"O empresário não pode quebrar, ficar cantando o Hino Nacional e quebrar. O Paraguai está com propostas interessantes, acho que o país está querendo outra pegada no mundo, mas a solução maior é ficarmos competitivos aqui dentro (no Brasil)", diz ele.
PARAGUAI É UMA OPÇÃO
No Paraguai, o imposto é de 1% sobre o faturamento, e empresários estimam que a mão de obra chegue a custar 50% a menos que no Brasil. De Maringá e região, segundo apuração da reportagem, nenhuma empresa se deslocou ao Paraguai, pelo menos não ainda. "Temos uma consultoria que está realizando um trabalho no Paraguai para verificar a viabilidade de algumas empresas levarem a produção para lá. Aqui (no Brasil), ficaria apenas o corte e o acabamento", diz o empresário Carlos Pechek, que tem uma indústria de confecções em Mandaguaçu.
Ele explica que as pequenas e médias empresas – não só do ramo de confecções – procuram países da América Latina para se estabelecerem enquanto que as grandes seguem para países do Oriente, como Paquistão, Afeganistão, China e Índia, entre outros. "Isso gera emprego lá fora e desemprego aqui", conclui. ///Vanda Munhoz
55% DE IMPOSTOS é o que pagamos em média por uma peça de roupa na loja. A tributação, na indústria têxtil, traduz-se em forma de muitas siglas, como IR, PIS, ICMS, Cofins, entre outros.
FONTE: http://m.odiario.com/economia/noticia/1241516/imposto-encarece-roup...
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Pessimistas, donos de fábricas estudam alternativas de produção no Paraguai
Hilário e João Carlos,
Embora há indícios de discordância no assunto em pauta, acredito que ao final das contas, tudo se converge em: O Governo do Brasil precisa fazer algo pela Indústria Têxtil. Ou seja, ambos estão perfeitamente corretos.
Imagino que ir para o Paraguai não é o melhor caminho e nem permitir que um estado, ao usar de forma abusiva, abocanhe 50% do suor de um empresário, em forma de "imposto".
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