Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Moda e geração Z: estamos preparados para essa nova realidade?

Nascida entre 1990 e 2010, na era do boom tecnológico, do avanço da internet e da comunicação virtual, a geração Z muito em breve chegará ao mercado. Como consumidores ou profissionais, serão estes os indivíduos que farão parte do futuro (nem tão futuro assim) de nossos negócios. Eles já nascem conectados, não querem mais esperar por mudanças e, diferentemente do que muitos imaginam, não querem se acomodar ou esperar que a mudança aconteça de forma gradativa. A geração Z é a própria mudança. E ela afetará todo o sistema, inclusive a moda.

Há alguns anos eu tive que parar para entender que não estava entregando o que o meu cliente queria, que não estava valorizando as estampas e as cores brasileiras e que precisava valorizar toda a nossa cultura e diversidade. Hoje eu paro e vejo também que os processos internos precisam ser revistos e adaptados para a chegada de um novo perfil de consumidor e profissional.

Parar para repensar os processos de criação, dar liberdade e valor às criações e imprimir identidade a nossas peças, estampas e processos é o mínimo que podemos fazer. Mas precisamos ir além. Estamos preparados para receber em nossas empresas profissionais questionadores, sedentos por mudanças, que não querem ficar atrás de um computador, mas participar das mudanças, imprimir novas formas de trabalho e mostrar que a moda brasileira pode mais? Estamos preparados para lidar com uma geração com pressa e vontade de ir além?

Como empresários, profissionais de moda, criadores de tendências, é preciso parar e avaliar tudo o que estamos fazendo. Direcionar nossos negócios de acordo com o que o futuro nos espera é mais do que necessário: é uma questão de sobrevivência. Precisamos oferecer ambientes mais colaborativos, que valorizem as ideias e ideais, que permitam novas formas de trabalho.

É preciso deixar o corporativismo, a seriedade e a rotina fechada para outros ramos. Vamos trazer para a moda tudo o que ela tem de melhor: criatividade, identidade, cor e sabor. Vamos mostrar a essa nova geração que, sim, é possível produzir, e muito, sem a caretice de um escritório padrão.

Além de uma mudança no jeito de trabalhar e viver, será uma mudança que afetará diretamente nossos negócios e nossos produtos. Afinal, você não quer perder espaço por falta de inovação e opções para as pessoas que farão o futuro acontecer, não é mesmo?

 

Bruno Hansen é diretor do Estúdio Elaiá e da Digra.

www.digra.com.br

 

Foto: Daniel Zimmermann/Divulgação

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/30/materia/negocios.html

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