A Teka, fabricante de produtos de cama, mesa e banho, negocia com grandes companhias de capital aberto a venda de um crédito fiscal da ordem de R$ 400 milhões para fazer caixa e voltar a produzir no país. A companhia também negocia com a Estamparia Têxtil, de Minas Gerais, um contrato para licenciar a marca Teka em troca de royalties.
A Teka tenta vender esses direitos creditórios para outras empresas por um valor entre R$ 200 milhões e R$ 220 milhões. O recurso seria usado para recompor o caixa da companhia, permitindo à Teka ampliar a produção e as vendas.
A empresa tem um gasto mensal da ordem de R$ 16 milhões, mas gera um faturamento inferior a esse valor e enfrenta dificuldades para ampliar a linha de produção, informou uma fonte familiarizada com o assunto, que preferiu manter o nome em sigilo. De acordo com essa mesma fonte, a empresa está, no momento, sem recursos em caixa para produzir.
A Teka entrou com pedido de recuperação judicial em 2012. À época, a companhia acumulava um passivo a descoberto de R$ 780,9 milhões. No mesmo ano, ganhou uma causa no valor de R$ 400 milhões, referente ao pagamento de Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucros Líquidos (CSLL) pagos indevidamente nos anos de 2003 a 2011.
Em agosto do ano passado, a 6ª Vara da Justiça Federal publicou um acórdão estabelecendo que a companhia tinha direito de usar os créditos tributários para abater o valor do pagamento de impostos futuros. De acordo com uma fonte familiarizada com a operação, que preferiu manter seu nome em sigilo, a Teka tem feito um abate mensal de aproximadamente R$ 1 milhão, equivalente a 5,6% da sua receita.
A Teka possui atualmente uma dívida com a Receita Federal de R$ 350 milhões e dívidas com fornecedores e bancos entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. A companhia poderia usar os créditos fiscais para zerar a dívida com a Receita Federal, mas, no momento, o objetivo da Teka é fazer caixa para aumentar o faturamento, segundo a fonte.
A Teka encerrou 2014 com uma receita bruta de R$ 138,6 milhões, ante R$ 114,6 milhões em 2013, um aumento de 20,9%. O prejuízo líquido foi de R$ 137,1 milhões, ante R$ 154,9 milhões no ano anterior, uma melhora de 11,5%.
No processo de recuperação judicial, a Teka reduziu o número de funcionários de 7 mil para 1,8 mil e vendeu duas fábricas para melhorar os resultados financeiros. Uma fábrica localizada em Blumenau (SC) foi vendida por R$ 69 milhões para a Savoy Engenharia. No momento, a Teka aguarda liberação do negócio pela Justiça para concluir a operação. De acordo com a fonte, desse valor, R$ 35 milhões serão destinados ao pagamento de dívidas e R$ 34 milhões irão compor o caixa da fabricante. A Teka também vendeu para a Savoy Engenharia uma fábrica em Arthur Nogueira (SP), no valor de R$ 70 milhões, que está em fase de aprovação.
A companhia tem ainda expectativa de receber R$ 17 milhões em precatórios, sendo um com pagamento previsto para dezembro de 2015.
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A Teka possui atualmente uma dívida com a Receita Federal de R$ 350 milhões e dívidas com fornecedores e bancos entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões.
Nossa que coisa heim! nem da para acreditar. A teka tem muito tempo de mercado.
Fiquei chocada.
Participei da empresa entre 89 a 93. Aconselhei uma Joint Venture com a Coteminas em 92, que a empresa não conseguiu efetivar. Na época, ela era 3 vezes maior que a Coteminas, mas era previsível que a Coteminas ultrapassaria a mesma e se fixaria como uma gigante do setor, (o que acabou acontecendo) só que não tinha distribuição, nem marca para varejo, que a Teka poderia disponibilizar no acordo. Dai pra diante, a teoria de mercado de Nikolai Kondratiev explica tudo: desde os anos 80 estamos (mercado como um todo) vivendo a onda descendente de mercado e os sinas eram claros. A onda ascendente veio do pós guerra até anos 70.
A companhia tem ainda expectativa de receber R$ 17 milhões em precatórios.
Oi Helen Piva! Fui eu que citei o Kondratiev. Sim, a onda descendente começou muitos anos atrás, nos anos 70 já. Veio do pós guerra até anos 70 em sua linha ascendente, e dos 70's à 2000 em sua descendente. Todos os movimentos de mercado, no tocante aos têxteis davam indicação disso. Quanto à Teka, vejo que está bem assessorada juridicamente, e estas últimas informações dão alento. Mas a questão não é só sanear, é ter uma continuidade saudável, e é aqui que o bicho pega!
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