Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Forte concorrência chinesa leva à revisão de estratégias-Setor Têxtil

O cenário desfavorável com perda de velocidade do consumo e desequilíbrio na balança comercial reforçou a busca de estratégias de tecelagens nacionais de pequeno e médio porte para enfrentar a enxurrada de produtos chineses de baixo custo. No Estado de São Paulo, onde polos regionais como o de Americana foram fortemente atingidos nos últimos anos, as fábricas investem em novos nichos e mercados para manter os negócios.

De acordo com o presidente em exercício do Sindicato da Indústria Têxtil de São Paulo (Sinditêxtil ­ SP), Francisco Ferraroli, entre 2012 e 2013 o número de empresas com até 99 empregados caiu de 292 para 268, no caso de tecelagens, e de 195 para 187, entre as malharias. O cenário, diz, vem de longe e exige avaliação do nível de produtividade e eficiência para entender a distância que separa o empresário de seus competidores e traçar um plano para cobrir a diferença. "As PMEs são fornecedoras de outros segmentos industriais e precisam estar dentro de uma cadeia que no conjunto seja competitiva", indica.

A constituição de clusters para somar capacidades de forma cooperada, como é usual na China, ainda não faz parte de nossa cultura, diz Ferraroli. Outra fórmula é o consumo de proximidade em uma determinada região. O polo têxtil de Americana foi sustentado por esta premissa, mas viu o número de tecelagens cair pela metade em duas décadas. "Em 1990 eram em torno de 1,2 mil. Hoje são 560 empresas", diz o presidente do sindicato local, Dilésio Camargo.

Se lá atrás a abertura das importações encontrou a indústria despreparada com mercado fechado para importações de maquinário, agora a questão é o baixo custo da mão de obra em mercados como o chinês, onde também são menores as preocupações com carga tributária e meio ambiente. O pacote fez de 2014 um ano complicado para o setor. A Wilson Pelisson, fundada em 1971, ilustra o quadro. Com 48 teares, chegou a operar em três turnos até 2008, mas com os preços dos produtos chineses 30% inferiores hoje tem 15 empregados em turno único para fazer cerca de 70 mil metros de tecido ao mês.

A saída foi abandonar as commodities, trocar o poliéster pelas fibras de algodão brasileiras, produzir quantidades menores e pedidos exclusivos ­ e sair da região. "O Brasil está criando polos têxteis fortes em outros Estados, como Goiás, Paraná e Pernambuco", observa Wilson Pelisson.

Já a PBS, da vizinha Nova Odessa, partiu para a diversificação. Com produção verticalizada e foco primário em etiquetas, investiu mais de R$ 1 milhão em equipamentos para abordar segmentos como tecidos carnavalescos ou para calçados. Tecidos puros representam só 10% da venda. O restante decorre de processos como estampa, dublagem, resinagem, corte em etiqueta e fita. "Muitas vezes compro mercadoria para transformar, inclusive chinesa", diz o empresário Paulo Barakat Skaf, que contabiliza consumo entre 350 mil a 400 mil metros de tecido ao mês.

No mesmo polo, a Tramare Tessile é outra que ampliou o leque de ofertas. No mercado há 18 anos, com foco em jacquard, conta com 150 funcionários e especializou­se em decoração. Criou uma linha para acessórios, bolsas e calçados que hoje compõe cerca de 15% do faturamento e agora retoma o segmento de confecção, abandonado há mais de uma década. Segundo a gerente de vendas Thaissa Wiezel, os clientes estão voltando a procurar produtos diferenciados para sair da guerra de preços e desmobilizar a comoditização dos produtos chineses.

Veículo: Valor Econômico

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Respostas a este tópico

   Tecidos puros representam só 10% da venda. O restante decorre de processos como estampa, dublagem, resinagem, corte em etiqueta e fita.

Interessante esta reportagem, pois só por aqui é que se demora a reverter os problemas, pois nos brasileiros, somos todos retardador mentais. Em outra reportagem eu disse que os EUA, estavam ou diziam estar no fundo do poço. Em menos de 12 meses, reverteram a situação e estão bancando US$500 milhões para o setor têxtil crescer. Algo muito parecido com decisões brasileiras, onde nossos governantes muito nacionalistas(mentirinha), resolvem os problemas com uma rapidez e fluidez, que o mundo se espanta, até nos empresários.

Mas desde os anos 90 é que os chinas estavam invadindo, só agora 2015 os caras acordaram, porque será??????? 25 anos não é muito, quase uma vida..............

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