Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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De populares, hoje, elas não têm mais nada: estão chiques e frequentam as vitrines de grifes sofisticadas como Chanel, Gucci e Tory Burch.

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Alpargatas, ou “espadrilles” , como são conhecidas na Europa, já foram calçados associados aos hippies. Depois que a moda “flower power” minguou, elas seguiram firmes e fortes como calçados com pouco charme, mas com conforto para dar e vender ­ graças ao cabedal feito de lona e o solado de corda. Pois de populares, hoje, elas não têm mais nada: estão chiques e frequentam as vitrines de grifes sofisticadas como Chanel, Gucci e Tory Burch.

No site da loja de departamentos Nordstrom, os modelos femininos da Gucci variam de US$ 285 a US$ 350. No e­commerce da Tory Burch, um par de alpargatas custa US$ 135.

No Brasil, as alpargatas, tradicionalmente mais usadas no verão, são apostas para o inverno deste ano. Elas estão nas coleções das marcas Rosa Chá e Schutz. “Percebemos o sucesso do produto desde o verão de 2013″ , diz Fabiola Guimarães, diretora da Schutz, grife bastante alinhada com as tendências da moda internacional. “Mas neste último verão, com a volta da tendência dos anos 70, elas ganharam um destaque maior.”

A Schutz aposta em materiais como a camurça e nos tons outonais. Os novos modelos já estão nas lojas da grife, por um preço médio de R$ 290. Bordados, aplicação de cristais e de metal completam o menu oferecido pela Schutz, em sua releitura das alpargatas.

Mas se na Schutz as alpargatas são mais um modelo da coleção, na marca gaúcha Perky elas são o carro­chefe. Criada em 2011 pelos empresários Rodrigo Casas e Gabriella Giovanini, a Perky faturou R$ 11 milhões em 2014, três vezes a receita do ano anterior. Para este ano, a projeção é crescer 70%. “Esse é um tipo de calçado que se presta tanto ao verão quanto ao inverno” , diz Gabriella, responsável pelo estilo da marca.

Muito usadas no sul do País, inclusive pelos homens, as alpargatas têm um vasto território a conquistar. “Temos a região Nordeste inteira para explorar” , diz Rodrigo Casas. Nascido na Argentina, ele conhecia a popularidade do calçado entre os jovens descolados de seu país. Daí a ideia de desenvolver o produto aqui.

Com uma produção de quase 8 mil pares por semana e distribuição para 400 pontos de venda, a marca já é exportada para Japão, Austrália e Escandinávia. O sucesso das alpargatas animou o comando da Perky a investir em outras linhas de produtos feitos de lona e tecido jacquard. A empresa já dispõe de tênis, botas, mochilas e artigos infantis. Ainda que sem o “glamour” de hoje, as alpargatas circulam pelos pés dos brasileiros há bastante tempo.

Os primeiros calçados desse tipo produzidos em série, no Brasil, datam do início do século XX, quando o escocês Robert Fraser (associado a um grupo inglês) fundou a Sociedade Anonyma Fábrica Brazileira de Alpargatas e Calçados ­ atualmente, apenas Alpargatas. O modelo “roda” , cujo desenho é a base do calçado até hoje, teve adesão instantânea pelos trabalhadores das lavouras de café. De lá pra cá, esse tipo de sapato surgiu e sumiu do mercado, ao sabor dos modismos. Atualmente, ele faz parte do portfólio de produtos mais vendidos da Havaianas, grife do grupo Alpargatas.

A marca lançou os seus primeiros modelos, na Europa, em 2009. Um ano depois, as alpargatas Havaianas foram apresentadas aos brasileiros. “O lançamento faz parte da extensão da marca”, diz Carla Schmitzberger, diretora de Havaianas. “Elas são uma evolução natural das sandálias: com um cabedal de lona costurado na sola de borracha.” O que mais atraiu os consumidores, diz Carla, foi o conforto. O tecido, as padronagens e os acabamentos mudam conforme a estação, sempre atualizando os modelos. “É um produto que veio para ficar, tendo, inclusive, uma boa aceitação por parte dos homens.”

Fonte: Valor Econômico

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