A produção de resina PET da Petroquímica Suape (PQS), situada no Complexo Industrial Portuário de Suape, está parada. Segundo informações de fontes ligadas à empresa, o motivo da paralisação seria a dificuldade em comercializar o produto, cujo volume de vendas caiu nos últimos meses. A linha de PET parou de funcionar há cerca de dez dias e, por consequência, a produção de PTA – a matéria-prima utilizada na fabricação das resinas -, também estagnou. “Eles (a direção da empresa) disseram que as atividades seriam retomadas no dia 25 de abril”, afirmou uma fonte, que preferiu não ser identificada.
De acordo com as fontes consultadas pela reportagem, a parada pode estar relacionada a uma estratégia comercial em virtude da baixa demanda nos mercados interno e externo, como forma de evitar o acúmulo de estoque. De um lado, com o fim do verão, a resina sofre queda na demanda, por ser utilizada na produção de embalagens, sobretudo, de bebidas como refrigerantes, águas, sucos, e outros itens. Por outro, o produto também estaria enfrentando dificuldades de negociação no mercado externo, em virtude do desaquecimento das economias latino-americanas que são um dos alvos principais das exportações.
A queda nas vendas acontece antes mesmo da inauguração da segunda linha de produção de resina PET, que vai elevar a produção para 450 mil toneladas por ano. Atualmente, a primeira linha produz 225 mil toneladas anuais.
Procurada pela reportagem, a Petrobras, que controla a PetroquímicaSuape, informou por meio de nota que “tanto a planta de PTA como a de resina PET estão em parada programada, um procedimento operacional que ocorre em toda a atividade produtiva”. A estatal informou que essa é a “primeira parada de manutenção da resina PET e que, em função da produção de PTA ser destinada à fabricação de resinas e dos custos do procedimento, realizou-se as operações de forma simultânea”.
A Petrobras ressaltou que a produção não foi fechada e que a unidade continua vendendo a resina PET. A empresa confirmou a retomada da PTA em 25 de abril, mas informou que a linha da PET só voltará às atividades em maio.
Empregados
Enquanto as atividades não são retomadas, os aproximadamente 120 funcionários diretos e 60 terceirizados atuam nas atividades de manutenção do maquinário. Além da falta de informação sobre os rumos da empresa após o término da paralisação, os funcionários convivem com outros problemas dentro da planta. Hoje, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Petroquímicas de Ipojuca participa de audiência no Ministério Público do Trabalho de Pernambuco sobre a carga horária dos trabalhadores.
Em setembro do ano passado, a PQS aboliu os turnos de 12 horas diários, por vezes acrescidos de horas extras, aos quais os funcionários eram submetidos. Entretanto, algumas distorções continuam sendo praticadas, segundo a entidade. “Alguns cargos permanecem com o turno de 12 horas”, informou a coordenadora do sindicato, Júlia Renvenuto.
FONTE: http://www.apauta.com.br/index.php/petroquimica-paralisa-operacao-e...