Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As verdades inconvenientes que a indústria do fast fashion não quer que você saiba

As ridículas campanhas de “greenwashing” da indústria do fast fashion servem para distrair os consumidores de outras verdades inconvenientes ​​que estão acontecendo nos bastidores da produção. As grandes redes de fast fashion se esforçam para fazer com que os consumidores acreditem que essas redes são sustentáveis, gastando um monte de dinheiro em maciças campanhas de relações públicas para mostrar seus “esforços verdes” e lançar novas linhas de roupas “orgânicas” ou “ecológicas”. Isso, no entanto, é uma reivindicação impossível porque o consumismo exagerado cria os mecanismos de produção necessárias para que o sistema do fast fashion possa ser viável, e por ser muito grande, é intrinsecamente insustentável. Quaisquer afirmações em contrário é mero greenwashing.

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A indústria da moda, no entanto, tem muitas razões para se esconder por trás de suas campanhas de relações públicas e redirecionar o foco do consumidor para os seus “esforços verdes”, seja inútil ou não. Há tantas outras coisas desagradáveis ​​acontecendo nos bastidores da indústria que, pelo menos, serve como uma distração. O Huffington Post recentemente publicou uma lista de ” cinco verdades que a indústria da moda não querem que você saiba “, todos os quais são fatos profundamente perturbadores sobre os métodos de produção por trás dessas roupas da moda que são expostas em manequins de lojas como Zara, H & M, Forever 21, Topshop, TJ Maxx, J. Crew, C&A entre inúmeros outras. Segundo Paulo Borges idealizador do São Paulo Fashion Week, “o fast fashion é um vírus que infectou a indústria da moda“.

Vou compartilhar três das cinco “verdades”, mas seria bom darem uma olhada no artigo original, escrito por Shannon Whitehead, que é muito informativo.

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1. As roupas de fast fashion estão cheias de produtos químicos tóxicos, incluindo chumbo.

Várias cadeias varejistas de moda assinaram acordos para reduzir as quantidades de metais pesados ​​em suas roupas, mas elas não seguiram completamente. Muitas dessas cadeias continuam a vender bolsas contaminadas por chumbo, sapatos e cintos que estão bem acima do limite legal.

Vou acrescentar que o Greenpeace tem feito várias denúncias nesta área, lançando uma campanha chamada “Little Monsters“, que descreve os restos químicos que vem nas roupas novas infantis e que permanecem nelas por muito tempo depois que deixaram as fábricas. O efeito que estes produtos químicos podem ter sobre os usuários, especialmente as crianças, é grave.

Greenpeace testou 12 grandes marcas de roupa (um total de 82 produtos têxteis infantis), incluindo empresas como a American Apparel, Disney, Adidas, Burberry, Primark, GAP, Puma, C & A e Nike. Cada marca continha produtos químicos tóxicos como perfluorados químicos (PFC), ftalatos, nonilfenol, etoxilato de nonilfenol (NPE) e cádmio. legal né?

2. Missangas e lantejoulas indicam trabalho infantil.

Que mulher não gosta de um brilho fashion em suas roupas? Um grande número de peças produzidas no exterior são feitas em fábricas improvisadas nas casas das pessoas, onde os trabalhadores que vivem em cortiços dividindo quarto com suas famílias lutam para completar o máximo de peças possível. Muitas vezes, as crianças ajudam os pais a fazer o bordado intrincado, talvez porque seus pequenos dedos são ágeis, mas também porque quanto mais peças finalizadas, mais dinheiro virá.

Aparentemente, as máquinas que podem fazer este tipo de trabalho são extremamente caras para serem adquiridas por essas fábricas, e é improvável que as comprem se a mão de obra humana é a mais barata disponível.

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3. A indústria da moda quer que você se sinta “fora da tendência” imediatamente.

Com os estilistas cada vez mais lançando novos estilos e as lojas inundando as araras e vitrines com novos produtos diariamente ou semanalmente, é simplesmente impossível manter-se na moda. Os consumidores nunca vão sentir que encontraram um “estilo atemporal” porque a moda muda constantemente.

O modelo de negócio do fast fashion é construído sobre a venda de grandes volumes de produtos baratos, o que significa que as lojas têm de vender um lote, a fim de ter lucro, então eles vão fazer de tudo para manter as pessoas comprando. Perpetuando uma sensação constante de insatisfação com inúmeras campanhas publicitárias que incentivam aos clientes irem nas lojas todos os dias pois tem “novidades quentinhas do último grito da moda”.

É melhor ficar longe. Existem várias loja de segunda mão como os brechós, compre roupas em lojas de novos designers ou boutiques que vendam novos designers que tem produção mais artesanal, compre menos e também itens de maior qualidade, ou retrabalhe roupas fora de moda, se você tem uma máquina de costura. Há uma abundância de alternativas lá fora, contanto que você esteja disposta a afastar-se da facilidade viciante de compras do fast fashion. Você nasceu para ser uma vítima da moda? Veja as imagens abaixo, é dessa forma que a indústria do fast fashion te enxerga.

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Fast fashion nunca será sustentável, não importa o que as empresas digam

Fast fashion e sustentabilidade são completos opostos. A idéia por trás do fast fashion é a de produzir novas coleções baratas e estimular o consumo, e não há nada sustentável sobre isso. É impossível produzir de forma ética, roupas sustentáveis com a quantidade exigida pelas altíssimas demandas de produção do fast fashion, o que é ambientalmente insustentável.

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Muitas empresas de vestuário gostariam de nos fazer pensar o contrário. Eles criam linhas “sustentáveis ​​e amigáveis” para atrair os clientes um pouco mais exigentes ou céticos. Um artigo na Al Jazeera aponta que a H & M, Puma, Adidas, Uniqlo, Zara e Gap se beneficiam com o trabalho escravo feito por mulheres. Mas estes “esforços sustentáveis” das grandes marcas de varejo não passam de greenwashing, pois a “sustentabilidade e consumismo não andam de mãos dadas.” As marcas de fast fashion tem que mudar seus modelos de negócios. Enquanto elas continuarem a produzir com tais volumes exorbitantes e em tais preços ridículos, seus esforços de “sustentabilidade” não passam de mentiras para enganar a opinião pública.

Um problema adicional com esses esforços é que eles muitas vezes se concentram em um único aspecto de ser verde ou ético. A camiseta feita de algodão orgânico é uma boa ideia, mas ela ainda pode ser fabricada em uma instalação que usa trabalho escravo e produtos químicos tóxicos que são perigosos para os trabalhadores de vestuário e comunidades vizinhas.

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Isto está a ser abordado pelo Sustainable Apparel Coalition e seu Higg Index , que mede cinco fatores na produção de vestuário. Uso da água, as emissões de carbono, as condições de trabalho, desperdício e uso de produtos químicos. Al Jazeera disse que ouve uma adesão crescente de empresas varejistas no SAC que agora cobre cerca de 35% do volume de negócios de vestuário do mundo e, desde 2011, inclui as principais marcas Nike, Target e a Gap. Esperemos que isto signifique que mais empresas vão prestar atenção para como peças de vestuário são produzidas.

Mas o verdadeiro impulso para a mudança precisa vir dos consumidores que se preocupam com o que se passa nos bastidores da indústria da moda, em vez de deixar que essas empresas limpem seus atos. O trágico colapso de fábrica em Bangladesh levantou questões importantes sobre as normas de produção, mas o interesse dos consumidores parece ter perdido força. A maneira mais fácil de evitar o greenwashing é boicotar a indústria do fast fashion, denunciá-la sempre e resistir à tentação de comprar roupas novas em uma base semanal ou mensal. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, você não precisa ser rico para fazer isso.

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– Apoie as empresas de moda pequenas, uma vez que são mais fáceis de rastrear a origem de seu produto do que as empresas de fast fashion.
– Compre de estilistas que fazem pequena produção ou compre de uma costureira ou alfaiate.
– Procure peças que são feitas localmente ou no mercado interno.
– Se possível, compre itens de alta qualidade; eles são mais propensos a durar, e é mais provável que você cuide deles.
– Compre roupas e calçados que sejam reparáveis.
– Compre roupas e acessórios de segunda mão em um brechó, pois esses itens têm provado a sua durabilidade.
– Certifique de viver com menos roupas. Resista ao impulso de ter a “última novidade” e mantenha a mesma roupa o maior tempo possível.
– Faça uma troca de roupa com os amigos, em vez de fazer compras.

Assim, você ajuda a quebrar a espinha dos gigantes do fast fashion pois pare eles continuarem nessa insanidade, eles precisam do seu aval. Ao fazer compras, é importante discernir entre as empresas que realmente querem minimizar a sua pegada e melhorar a transparência da cadeia de suprimentos, e aqueles que estão pulando na onda sustentável só para “parecer amigáveis”. O poder na verdade está nas mãos dos consumidores e não das grandes empresas não se esqueça disso! Elas só existem porque compramos seus produtos nada mais.

A cadeia inconsequente da moda fast fashion está com os dias contados, é o que diz a pesquisadora e trendhunter holandesa Li Edelkoort, que já foi apontada pela revista Time como uma das pessoas mais influentes do mundo da moda. Ela apresentou recentemente o “Manifesto anti-fashion”, em que apresentou, em dez tópicos, as razões que a motivam a acreditar que a moda do jeito que conhecemos hoje está obsoleta devido a essa imensa exploração de mão de obra escrava, produtos tóxicos ao ambiente e o ritmo desenfreado de produção e descarte sem pensar nas consequências ambientais e sociais.

Fonte: TreeHugger

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   A cadeia inconsequente da moda fast fashion está com os dias contados, é o que diz a pesquisadora e trendhunter holandesa Li Edelkoort.

    Assim, você ajuda a quebrar a espinha dos gigantes do fast fashion pois pare eles continuarem nessa insanidade, eles precisam do seu aval.

    Um artigo na Al Jazeera aponta que a H & M, Puma, Adidas, Uniqlo, Zara e Gap se beneficiam com o trabalho escravo feito por mulheres. Mas estes “esforços sustentáveis” das grandes marcas de varejo não passam de greenwashing, pois a “sustentabilidade e consumismo não andam de mãos dadas.” 

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