Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Confecção mineira faz lingerie para homens e vende cueca com renda e laço

Cansada de trabalhar no ramo de esportes radicais, a mineira Herika Secundino, 34, decidiu mudar de área e inovar. Em maio, criou a HSMen's, fábrica que faz cuecas com rendas e laços de fita. As peças, adequadas à anatomia masculina, são inspiradas em calcinhas.

"Estudei muito o mercado. Há homens que usam calcinhas, em vez de cuecas, o que é extremamente desconfortável para eles", afirma a empresária. Daí a ideia de produzir roupas íntimas masculinas com cara de lingerie.

Os modelos são feitos com lycra, renda e microfibra e custam entre R$ 29,90 e R$ 49,90. A empresa de Belo Horizonte vende os produtos exclusivamente pela internet e, nos últimos três meses, comercializou cerca de 300 unidades por mês, afirma Secundino.

A empresária conta que pesquisou o mercado por cinco anos e percebeu que o público-alvo é composto, em sua maioria, por homens gays, mas o produto também atinge a heterossexuais.

As peças são confeccionadas por ela própria e pela mãe, que trabalha com costura há mais de 40 anos. Para começar o negócio, o investimento foi de R$ 60 mil para a compra de quatro máquinas industriais de costura e de matéria-prima e a criação do site. 

Hoje, a maior parte dos pedidos são encomendas de uma a três peças. A meta da proprietária é triplicar as vendas até o início de 2015 e chegar à comercialização de 900 unidades por mês. Para isso, aposta na divulgação: 30% do seu investimento é em marketing.

Especialização é acerto para pequenas empresas

Secundino diz que não pensa em entrar na produção de roupas íntimas tradicionais nem de peças para sex shop. Para ela, o diferencial de sua empresa é exatamente apostar em um nicho de mercado pouco explorado. 

O diretor do Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial), Marcelo Prado, concorda com a avaliação da empresária. "Não existe mais mercado de massas, e sim mercado de nichos. A empresa pequena tem de ir por esse caminho. Ser única e singular. Oferecer um bom produto e com um preço bom, para um nicho de mercado específico", afirma.

Para ele, essa é a melhor maneira de concorrer em um mercado com muitos produtores. De acordo com a última pesquisa do setor de roupas íntimas, feita pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções), em 2012 havia 3.500 fábricas do setor no país, com faturamento anual de US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 8,9 bilhões). 

Logística é dificuldade em comércio virtual

Para a analista de indústria do Sebrae Minas (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas Gerais) Denize Pinho, a empresária mineira deve estar atenta à logística para que seu comércio virtual tenha lucro.

Pinho diz que, ao colocar seus produtos à venda na internet, a empresa mineira abre suas portas para clientes de todo o país e tem de estar pronta para atendê-los com qualidade e eficiência. "A empresa tem de estar preparada para aumento rápido [de pedidos] e entrega ágil quando participa do comércio eletrônico. Isso é básico", afirma.

Os custos da logística ainda são o ponto fraco da empresa, confirma Secundino. Nesse primeiro semestre de experiência, ela conta que sua margem de lucro é baixa, em torno de 10%. Isso porque seu custo de frete é alto --entre R$ 20 e R$ 25-- e ela reduz os preços dos produtos para que o consumidor não desista da compra.

De acordo com ela, essa questão será resolvida com o crescimento das vendas, pois assim poderá contratar serviços de entrega mais baratos direcionados a empresas de comércio virtual.


1 / 8
Para entrar no mercado de confecção, a empresária Herika Secundino, 34, decidiu lançar uma coleção pouco tradicional de roupas íntimas: cuecas com renda, laço (foto) e tecidos de calcinha; a empresa, criada em maio de 2014, vende cerca de 300 unidades por mês, segundo ela; clique nas imagens acima e conheça os produtos Divulgação


2 / 8
A Hsmen's, de Belo Horizonte, faz roupas íntimas com o corte adequado ao corpo masculino e tecidos tradicionais de lingeries femininas; na foto, cueca de tecido jacquard sai por R$ 46,90.


3 / 8
Criada em maio, a confecção mineira Hsmen's se especializou na fabricação de cuecas inspiradas em calcinhas femininas; a empresa vende pela internet modelos com renda e laços; na foto, cueca de microfibra, vendida por R$ 29,90


4 / 8
Segundo a empresária Herika Secundino, o público-alvo da Hsmen's, que vende cuecas com tecidos de roupas íntimas femininas, é composto em sua maioria por homossexuais, mas também inclui heterossexuais; na foto, cueca de microfibra é vendida por R$ 49,90 no site da empresa

 

5 / 8
Para começar a fabricação de roupas íntimas e abrir uma loja virtual, Herika Secundino investiu R$ 60 mil; na foto, cueca do tipo 'boxer' feita de microfibra com detalhe em tecido jacquard (R$ 44,90)

 

6 / 8
A Hsmen's, de Belo Horizonte, faz roupas íntimas com o corte adequado ao corpo masculino e tecidos tradicionais de lingeries femininas; na foto, cueca de microfibra com detalhe de estampa de oncinha sai por R$ 44,90


7 / 8
Na foto, cueca de microfibra com estampa floral vendida pela Hsmen's por R$ 46,90; a empresária Herika Secundino diz que não pretende entrar na fabricação de roupas íntimas masculinas tradicionais

 

7 / 8
Na foto, cueca de microfibra com estampa floral vendida pela Hsmen's por R$ 46,90; a empresária Herika Secundino diz que não pretende entrar na fabricação de roupas íntimas masculinas tradicionais

Exibições: 801

Responder esta

Respostas a este tópico

 Já pensou Se essa moda pega Erivaldo?

Responder à discussão

RSS

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço