Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

353 confecções fecharam as portas até setembro em São Paulo

Na rua Maria Joaquina (foto), no Brás, placas de 'aluga-se' e lojas vazias revelam a crise enfrentada pelos fabricantes de roupasNa rua Maria Joaquina (foto), no Brás, placas de ‘aluga-se’ e lojas vazias revelam a crise enfrentada pelos fabricantes de roupas

O que as fábricas da Vale, em Corumbá, da Petrobrás, em Caraguatatuba e da Honda, em Sumaré, têm a ver com as confecções do Brás, bairro da região centro-leste de São Paulo?

À primeira vista, a resposta seria negativa. Sucede que as demissões ocorridas nessas companhias atingiram em cheio algumas das mais tradicionais confecções do Brás, como a Rikwil, especializada em moda jovem.

As dispensas afastaram a clientela das lojas nestas três cidades, que, por sua vez, cortaram as compras das confecções.

Com 25 anos no mercado, a situação da Rikwill é emblemática do que ocorre com as cerca de 5.000 confecções do Brás, nas quais lojistas de todo o país se abastecem..

“As demissões estão provocando um forte efeito em nosso setor”, afirma Richard Narchi, sócio-proprietário da Rikwil.

E não é somente a crise que faz isso. Em Ubatuba, segundo Narchi, os lojistas afirmam que o que têm tirado os clientes das lojas são os altos reajustes do IPTU e da energia elétrica.

Quando orçamento doméstico dos moradores de Ubatuba aperta, os clientes desaparecem e os lojistas abandonam o Brás. É o chamado efeito dominó.

Outubro, tradicionalmente, é um dos meses mais aquecidos para as confecções em geral. É a época em que os comerciantes de todo o país vão atrás de artigos de verão para abastecer as lojas para o final do ano. Mas o que se observa hoje são lojas vazias e abarrotadas de mercadorias.

O semblante preocupado dos vendedores e as placas de ‘aluga-se’ espalhadas pelas ruas do bairro atestam o clima recessivo.

Em apenas um trecho da rua Maria Joaquina, uma das mais tradicionais da região, o Diário do Comércio contou dez placas de ‘aluga-se”, na sexta-feira passada (16/10).

Na Clarevidência Jeans Wear, confecção que opera há sete anos, os funcionários estimam queda de até 70% nas vendas neste ano em comparação com o ano passado.

“Nesta época, as vendas costumavam bombar. Neste ano, o lojista está vindo aqui só para repor o pouco que vendeu”, afirma Caio Jr., gerente da loja.

Os comerciantes, diz ele, voltaram a correr atrás de preço, uma situação que não se via nos últimos anos, quando a qualidade das peças era o mais importante para o cliente.

Clientes do Rio, de Minas e do Sul do Brasil, que costumavam frequentar a loja a cada 15 dias, diz Caio Jr., agora aparecem a cada dois meses. O que a confecção mais vende hoje são peças de R$ 30.

Com 46 anos, a Dinho`s Jeans, informa que o lojista mudou os hábitos de compra.

“Se ele costumava comprar 1.000 peças para o Natal, agora compra 200. Se comprava dez modelos, agora compra três, e só trabalha com reposição”, afirma Fauze Yunes, sócio-proprietário da confecção.

Essa é a situação vivida por boa parte das confecções do Brás visitadas pela reportagem do DC.

FALTA DE CONFIANÇA

A insegurança em relação ao desempenho da economia e da política brasileira é o principal motivo da retração do setor de confecção.

“O mercado está parado. O lojista não está comprando. Ou a empresa tem capital de giro para suportar este momento ou, simplesmente, fecha as portas”, diz Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário, e sócio-diretor da Darling, uma das mais tradicionais marcas de lingerie do país.

De janeiro até setembro, segundo levantamento do sindicato, 1.732 confecções fecharam as portas no país, das quais 353 baseadas em São Paulo, causando 11.600 demissões em São Paulo e 38.700 dispensas no Brasil.

O Sindivestuário estima que, até o final do ano, cerca de 24 mil pessoas devem perder o emprego no setor em São Paulo.

No levantamento anterior do sindicato, até abril passado, eram 150 empresas. Desde então, portanto, mais 203 confecções paulistas entraram para a lista de empresas que sucumbiram com a crise.

Em vez de comprar novas mercadorias, os lojistas, estão tentando desovar estoques antigos.

As que estão em pior situação financeira, segundo afirma Masijah, são as que produzem roupas de moda. As empresas mais focadas em peças básicas, como as fabricantes de lingeries, ainda têm a chance de guardar as mercadorias para vender em 2016.

LOJA VAZIA NO BRÁS: REGIÃO TRADICIONAL DE ATACADISTAS FOI VITIMADA PELA RECESSÃOLOJA VAZIA NO BRÁS: REGIÃO TRADICIONAL DE ATACADISTAS FOI VITIMADA PELA RECESSÃO

“As lojas estão às moscas em pleno final de ano. Os vendedores estão encostados no balcão”, diz o presidente do Sindivestuário.

De fato, na última sexta-feira (16/10), os balconistas mais treinados estavam postados junto à calçada, tentando convencer potenciais clientes a ver peças em promoção.

ACOMODAÇÃO IMOBILIÁRIA

Além da crise, o que tem feito muitas confecções fechar as portas, de acordo com os empresários, é o alto preço dos aluguéis.

O que está havendo nas regiões de comércio de São Paulo, dizem eles, é “uma acomodação do mercado imobiliário”. Isso significa a troca de pontos com locações mais caras por mais baratas.

Essa seria também uma razão, além da crise, da proliferação de placas de ‘aluga-se’ por toda a cidade.

Na rua Maria Joaquina, por exemplo, era comum, até pouco tempo atrás, um comerciante ter de pagar luva para estabelecer um ponto comercial.

Com a crise, a luva não só deixou de existir como, no início do ano, 28 pontos comerciais estavam fechados por falta de clientes.

“Uma parte dos imóveis voltou a ser ocupada recentemente, mas com preços bem mais baixos de locação”, afirma Jean Makdissi Jr., conselheiro da Alobrás, associação que reúne os confeccionistas e lojistas do bairro.

Essa troca de pontos comerciais criou oportunidade para alguns confeccionistas.

EDSON PAULINO: "BRASIL VIVE UMA CRISE POLÍTICA"EDSON PAULINO: “BRASIL VIVE UMA CRISE POLÍTICA”

A Rush, confecção especializada na linha surf, acaba de abrir as portas na rua Maria Joaquina, local que sempre cobiçou.

“Não dá para baixar a cabeça. Nós acreditamos no país. A crise que o Brasil vive é política”, afirma o gerente Edson Paulino.

No dia da inauguração, na última quarta-feira (14/10), a empresa conseguiu vender cerca de R$ 2.500. Isso foi possível, diz Paulino, porque a confecção chamou clientes de outra loja que possuí pertinho dali, a Litoral Surf.

“Estamos ligando e mandando mensagem para os clientes o tempo todo”, diz.

Uma das confecções mais tradicionais do Bom Retiro, a Controvento, especializada em roupas clássicas femininas, tem utilizado fortemente o WhatsApp para atrair a clientela.

“O WhatsApp se tornou uma importante ferramenta de vendas”, afirma Stéfanos Anastassiadis, diretor comercial da confecção.

Os pedidos que os lojistas faziam nesta época do ano para vendas para o Natal, diz ele, estão sendo postergados. “Eles estão aguardando uma mudança na economia.”

A esperança dos donos de confecções é que, com o dólar na casa dos R$ 4, a importação de produtos da China diminua e os lojistas voltem a comprar das confecções nacionais.

Por enquanto, isso ainda não foi sentido no polo de confecção do Brás.

Fonte: Diário do Comércio

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Respostas a este tópico

A esperança dos donos de confecções é que, com o dólar na casa dos R$ 4, a importação de produtos da China diminua e os lojistas voltem a comprar das confecções nacionais.

   Além da crise, o que tem feito muitas confecções fechar as portas, de acordo com os empresários, é o alto preço dos aluguéis.

Olá Romildo, amanhã terei reunião com a diretoria da Associação Comercial do Bom Retiro, para articulação de protesto dos profissionais,empresários ,lojistas, atacadistas  e confeccionista de SP junto a Fiesp. Já consegui adesão do Mega Polo e estaremos contatando tb a Associação Comercial do Brás. Em cima da matéria publicada por vocês, como profissional da indústria, fiz um chamado na minha página do facebook. Gostaria de saber se você tem interesse em divulgar ou participar? Ainda não tenho a data, mas será em horário não comercial, para não prejudicar ainda mais o setor. A idéia é reunir forças e lutar pela industria brasileira, mais que negligenciada e em franco colapso. O evento não contará com sindicatos, e sim com quem efetivamente faz a industria acontecer.

  Ok , estamos prontos a divulgar.

denise morais disse:

Olá Romildo, amanhã terei reunião com a diretoria da Associação Comercial do Bom Retiro, para articulação de protesto dos profissionais,empresários ,lojistas, atacadistas  e confeccionista de SP junto a Fiesp. Já consegui adesão do Mega Polo e estaremos contatando tb a Associação Comercial do Brás. Em cima da matéria publicada por vocês, como profissional da indústria, fiz um chamado na minha página do facebook. Gostaria de saber se você tem interesse em divulgar ou participar? Ainda não tenho a data, mas será em horário não comercial, para não prejudicar ainda mais o setor. A idéia é reunir forças e lutar pela industria brasileira, mais que negligenciada e em franco colapso. O evento não contará com sindicatos, e sim com quem efetivamente faz a industria acontecer.

   “As lojas estão às moscas em pleno final de ano. Os vendedores estão encostados no balcão”, diz o presidente do Sindivestuário.

“Não dá para baixar a cabeça. Nós acreditamos no país. A crise que o Brasil vive é política”, afirma o gerente Edson Paulino. este ai é um dos poucos que tem cerebro, nesta regiao de acomodados que passaram duas decadas vendendo a mesma porcaria barata, este ai entende que é uma crise implantada pela grande midia que nao aceita o governo que o povo elegeu, sao estes acomodados que ao inves de arregaçar as mangas fica colocando a culpa no governo federal e nao sabem nem quem e responsavel por qual tributo, mas como o PIG diz que é o governo federal eles ficam vomitando o que engoliu a noite, ao inves de olhar que faz 20 anos que ele compra a mesma materia prima vagabunda 100% poliester, nunca foi a uma feira de moda internacional tipo premiere vision por exemplo e ai agora a classe C que antes queria apenas cobrir o corpo, porque eles nao tinha direito a isto, esta mesma classe C agora quer vestir uma roupa mais confortavel, quer vestir seu filho com uma camiseta de algodao, ou de viscose, algo que nao o deixe fedendo meia hora depois, que absorva seu suor que em um pais tropical como o nosso e o que acontece o dia todo, entao acorda Bras, Bom Retiro, a receita de 20 anos caducou, bem como disse mario queiros, enquanto isto nos temos peças que chegam a custar 2500 reais que sao peças numeradas e que so vendemos uma para cada lojista, mesmo que ele queira comprar duas nao vendemos, ela é exclusiva e é assim que nossa marca vai se firmando cada dia mais la fora, abrimos uma loja virtual para atender todo o brasil, porque foi a forma que encontramos de atender as pessoas que viajam pra buzios, porto seguro entre outras praias e compra nosso produto e depois quer comprar mais e nao encontra nas grandes cidades, entao agora eles podem comprar qualquer dia e qualquer hora na nccecobrands.com.br, porque ir pra paulista fazer panelaço nao deu certo, saiam da zona de conforto, o mundo mudou, o brasil mudou graças a deus

Dona francisca é "show de bola".

francisca gomes vieira disse:

“Não dá para baixar a cabeça. Nós acreditamos no país. A crise que o Brasil vive é política”, afirma o gerente Edson Paulino. este ai é um dos poucos que tem cerebro, nesta regiao de acomodados que passaram duas decadas vendendo a mesma porcaria barata, este ai entende que é uma crise implantada pela grande midia que nao aceita o governo que o povo elegeu, sao estes acomodados que ao inves de arregaçar as mangas fica colocando a culpa no governo federal e nao sabem nem quem e responsavel por qual tributo, mas como o PIG diz que é o governo federal eles ficam vomitando o que engoliu a noite, ao inves de olhar que faz 20 anos que ele compra a mesma materia prima vagabunda 100% poliester, nunca foi a uma feira de moda internacional tipo premiere vision por exemplo e ai agora a classe C que antes queria apenas cobrir o corpo, porque eles nao tinha direito a isto, esta mesma classe C agora quer vestir uma roupa mais confortavel, quer vestir seu filho com uma camiseta de algodao, ou de viscose, algo que nao o deixe fedendo meia hora depois, que absorva seu suor que em um pais tropical como o nosso e o que acontece o dia todo, entao acorda Bras, Bom Retiro, a receita de 20 anos caducou, bem como disse mario queiros, enquanto isto nos temos peças que chegam a custar 2500 reais que sao peças numeradas e que so vendemos uma para cada lojista, mesmo que ele queira comprar duas nao vendemos, ela é exclusiva e é assim que nossa marca vai se firmando cada dia mais la fora, abrimos uma loja virtual para atender todo o brasil, porque foi a forma que encontramos de atender as pessoas que viajam pra buzios, porto seguro entre outras praias e compra nosso produto e depois quer comprar mais e nao encontra nas grandes cidades, entao agora eles podem comprar qualquer dia e qualquer hora na nccecobrands.com.br, porque ir pra paulista fazer panelaço nao deu certo, saiam da zona de conforto, o mundo mudou, o brasil mudou graças a deus

Romildo, muito obrigada, estaremos atualizando como estão os preparativos para o Manifesto Pró Indústria Têxtil, montamos a página para atualizar todos dos setor. https://www.facebook.com/ManifestoOGritodaModa/?fref=ts
Hoje contamos com o apoio da Associação Comercial de São Paulo, industriais, profissionais do setor. Semana que vem terei reunião na Abit. A data da Manifestação será na primeira semana de Dezembro.
Peço a todos que curtam a nossa página e mantenham-se atualizados sobre a data e local da primeira manifestação dos que fazem efetivamente a moda brasileira. A manifestação não tem vinculo a nenhum partido, queremos redução de tributos e competitividade para os nossos produtos.
Mais uma vez agradeço a abertura, e coloco a nossa página a serviço de todos, toda ajuda na divulgação é bem-vinda. Obrigada

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