Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Com o real enfraquecido, a rede varejista TNG planeja fisgar as compras dos antigos frequentadores dos EUA com a abertura de outlets próprios pelo país.

 Por: André Jankavski

Bessa Junior, presidente da TNG: “Com a valorização do dólar, nos tornamos uma alternativa para Miami”
Bessa Junior, presidente da TNG: “Com a valorização do dólar, nos tornamos uma alternativa para Miami” ( foto: Gustavo Epifanio/Agência IstoÉ)

A cena de brasileiros carregados de sacolas de roupas de grife caminhando por cidades dos Estados Unidos, como Miami, Orlando e Nova York, parece coisa de filme antigo. A alta do dólar, que está na casa dos R$ 4, fez com que os brasileiros evaporassem dos outlets americanos, lojas especializadas em roupas de coleções passadas, que comercializam algumas das marcas internacionais mais cobiçadas do mundo. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, os gastos dos brasileiros despencaram 46% em agosto, em comparação ao mesmo período de 2014.

A má notícia para os empresários americanos, no entanto, tem representado oportunidade para algumas redes varejistas no Brasil. “Com a valorização do dólar, nos tornamos uma alternativa para Miami”, diz Tito Bessa Júnior, presidente e fundador da loja de roupas TNG, com sede em Barueri, na Grande São Paulo, e cujo faturamento superou R$ 450 milhões no ano passado. A estratégia de Bessa Júnior está alinhada com a alta do dólar. Seu plano é triplicar a fatia dos outlets nas receitas, atualmente em 15%, para algo próximo a 45%.

Neste ano, das 15 lojas que o empresário pretende abrir, três serão destinadas exclusivamente às vendas das coleções passadas. Com isso, a TNG prevê encerrar o ano com 205 unidades espalhadas pelo País e crescimento de 10%. “Queremos ter um modelo de negócio semelhante ao das grifes internacionais, nas quais as vendas dos outlets são próximas aos das lojas tradicionais.” A americana GAP é um exemplo da importância desse segmento. Depois da reestruturação da companhia, que, em junho, anunciou o fechamento de 175 pontos de venda na América do Norte, foram mantidas 800 lojas abertas.

Desse total, 300 são outlets. Além da GAP, Tommy Hilfiger, Colcci e Ralph Lauren seguem estes mesmos patamares. A TNG também aproveita o aumento dos shoppings destinados aos outlets. Grandes grupos do setor, como o JHSF, General Shopping e Iguatemi, estão investindo na criação desses espaços, geralmente mais afastados das cidades, localizados nas proximidades de rodovias de grande movimento. Segundo a Agência Brasileira de Outlets (About), há oito centros de outlets de grande porte no Brasil e a previsão é de que este número dobre até 2017.

“Temos muito interesse nesses locais, mas também há espaços para criar lojas de ruas”, diz Bessa Júnior. A estratégia do fundador da TNG é de inaugurar novos outlets em ruas movimentadas. A empresa já possui algumas lojas do gênero, como a localizada na popular Rua São Bento, no centro antigo de São Paulo. “Se tiver espaço para implantar sem canibalizar as lojas em shopping e na própria rua, vamos fazer”, afirma. Segundo especialistas, no entanto, a canibalização é só um dos possíveis problemas.

“Existe a questão de um possível prejuízo à marca, que pode ser lembrada como ponta de estoque”, diz Alberto Sorrentino, da consultoria Varese Reatil. “Apesar do momento de crise e do crescimento dos outlets, não vejo o mesmo potencial no Brasil como acontece nos EUA.” Além da queda no consumo dos brasileiros no exterior, Bessa Júnior espera que a alta no dólar diminua o apetite de marcas internacionais de fast fashion no País, como a espanhola Zara e a americana Forever 21, que vêm lotando suas lojas praticando preços tão baixos quanto os encontrados no exterior.

Para aumentar a sua competitividade, a TNG vai reduzir à metade a importação de roupa, que representa 30% de suas compras, atualmente. “Quero ver se eles serão bons o suficiente para manter esses preços”, diz Bessa Júnior, para quem a Forever 21 recebe incentivos dos shoppings para se instalar no Brasil. “E não temos uma associação que nos proteja, pois quem paga a conta dessas lojas são os pequenos e médios varejistas.” A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), em resposta, afirmou que não pode interferir em negociações individuais entre shoppings e seus clientes.

“Não é omissão, mas não cabe à entidade facilitar ou prejudicar a entrada de ninguém”, afirma Luis Ildefonso, diretor da Alshop. Para diluir o impacto das turbulências macroeconômicas, a TNG também mudou a sua estratégia de marketing. Fez cortes pontuais no ano passado, como a diminuição no número de vendedores nas lojas. Uma das providências de maior repercussão, no entanto, foi dar menos atenção ao glamour do mundinho fashion.

Depois de dois anos desfilando seus modelos, a empresa não participará do São Paulo Fashion Week, considerado evento de moda mais importante do País. Por meio de uma pesquisa, Bessa Júnior constatou que a sua clientela não se importava com a participação da marca nesse tipo de evento. “Era um investimento muito grande para quase nenhum retorno,” afirma. “Podemos voltar com desfiles próprios, mas serão gastos feitos de maneira mais inteligente.”

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20151015/dolar-ca...

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    A Forever 21 recebe incentivos dos shoppings para se instalar no Brasil. “E não temos uma associação que nos proteja, pois quem paga a conta dessas lojas são os pequenos e médios varejistas.”

Oi, pessoal da Cadeia Têxtil, vamos acordar?

Julio Caetano

nem se preocupe, eles continuam deitado eternamente em berço explendido, out let de marca brasileira no exterior, é somente abrir e depois fechar, a TNG é uma marquinha popular de fast fashion, copia de copia, com produçao feita na china, tudo que nos estados unidos tem em toda esquina, eles nao tem design, nao tem modelagem, tinham um bom marketing no SPFW que agora nem tem mais e diga-se de passagem este evento tambem esta afundando, os brasileiros compravam nos out lets, marcas mundilamente famosas, esta ai nao é popular nem aqui no brasil, nao tem nada que hering (que tem sua produçao no brasil), a riachuelo, a colcci e tantas outras nao tenha, pense numa furada, dolar barato é para vender produto diferenciado de alto valor agregado, fast fashion, eles tem sobrando la, por isto as forever 21 e outros lixos vem parar aqui e por todo lugar do mundo, quanto aos shoppings eles podem ate doar o ponto que ninguem pode fazer nada, eu ja recebi uma proposta de uma incorporadora destas ai de sao paulo, oferecendo o ponto para meu produto sem pagar luva, como nao é minha opçao o varejo eu agradeci, mas se eu quisesse ninguem poderia fazer nada

Francisca Gomes Vieira, não sei as razões as quais que lhe levaram às "ofensas", sejam elas quais forem, dada a "relevância" de quem as fez... VOCÊ... seu bordão "não se preocupe" me tranquiliza...

    “Era um investimento muito grande para quase nenhum retorno,” afirma. “Podemos voltar com desfiles próprios, mas serão gastos feitos de maneira mais inteligente.”

este jornal é um jornal democratico onde qualquer pessoa expressa sua opiniao e nem sempre gostamos de recebe-las, eu ja fui ofendida ate em relaçao a minha cor, por ser mulata, por so elogiar materias quando estao elogiando a minha marca e nem vou falar do que escrevem sobre minhas posiçoes politicas, entao quando emiti a minha opiniao, foi apenas uma analise do que vejo no comportamento dos brasileiros la fora, nossas marcas nao valem nada para eles, nao interessa onde esta exposta se é em paris, tokyo, nova york, eles vao la fora comprar chanel, dior, dona karan e isto nao é diminuir a marca, porque senao eu estaria fazendo isto tambem com a minha, quando chego la fora eu vendo para europeu, japones, jamais um brasileiro vai comprar uma peça minha com a etiqueta MADE IN BRASIL, nao comento para depreciar marca nem produto, apenas para mostrar que brasileiro so valoriza o que é de fora.

Tito Bessa disse:

Francisca Gomes Vieira, não sei as razões as quais que lhe levaram às "ofensas", sejam elas quais forem, dada a "relevância" de quem as fez... VOCÊ... seu bordão "não se preocupe" me tranquiliza...

A “democracia” seja ela manifestada através deste jornal ou qualquer outro meio de comunicação não lhe permite ofender, desrespeitar ou denegrir a imagem de marcas e pessoas ou empresas, portanto, como já deve ser de seu conhecimento os esclarecimentos a respeito de suas colocações sobre seus comentários de minha empresa, deverão ser respondidos em “juízo”, uma vez que as mesmas causaram danos a nossa reputação construída ao longo desses 31 anos ...



francisca gomes vieira disse:

este jornal é um jornal democratico onde qualquer pessoa expressa sua opiniao e nem sempre gostamos de recebe-las, eu ja fui ofendida ate em relaçao a minha cor, por ser mulata, por so elogiar materias quando estao elogiando a minha marca e nem vou falar do que escrevem sobre minhas posiçoes politicas, entao quando emiti a minha opiniao, foi apenas uma analise do que vejo no comportamento dos brasileiros la fora, nossas marcas nao valem nada para eles, nao interessa onde esta exposta se é em paris, tokyo, nova york, eles vao la fora comprar chanel, dior, dona karan e isto nao é diminuir a marca, porque senao eu estaria fazendo isto tambem com a minha, quando chego la fora eu vendo para europeu, japones, jamais um brasileiro vai comprar uma peça minha com a etiqueta MADE IN BRASIL, nao comento para depreciar marca nem produto, apenas para mostrar que brasileiro so valoriza o que é de fora.

Tito Bessa disse:

Francisca Gomes Vieira, não sei as razões as quais que lhe levaram às "ofensas", sejam elas quais forem, dada a "relevância" de quem as fez... VOCÊ... seu bordão "não se preocupe" me tranquiliza...

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