Inspirado pelo cinema e pelos uniformes das universidades de maior prestígio nos EUA, o estilista criou o "clássico americano"
POR SORAIA YOSHIDA
Antes de Ralph Lauren, a classe alta norte-americana — a chamada high society — já existia. Mas lhe faltava uma identidade mais americana que não se espelhasse tanto nos ideais e formas criados por estilistas europeus. Ao tentar criar o "clássico americano", inspirado pelo look de astros de cinema dos anos 1940 e 1950, Lauren lhe deu um peso semelhante ao da aristocracia europeia. E aí reside seu maior triunfo.
Das camisas coloridas aos suéteres que se transformaram em itens básicos do guarda-roupa de homens e mulheres, ele elevou seu estilo ao que ficaria conhecido como “clássico americano”. Ralph Lauren conquistou as socialites americanas, mas a jogada de mestre viria ao assinar os figurinos do filme “O Grande Gatsby”, produção de 1974 que estourou com Robert Redford como o misterioso Gatsby e Mia Farrow como a tola e desesperada Daisy Buchanam. Foi o casamento perfeito do estilo, do sonho americano e Hollywood.
Três anos depois, a consagração total: em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977), a personagem de Diane Keaton veste roupas masculinas com uma atitude nova-iorquina que se transformaria em febre. Ela misturou seu toque pessoal às peças assinadas por Lauren. E bem mais de uma década depois, as mulheres continuaram copiando esse estilo.
Ainda no cinema, a grife Ralph Lauren e sua segunda marca Polo, aquela do jogador e do cavalinho, fazem aparições constantes, como com Leonardo Di Caprio em “O Lobo de Wall Street” (2013).
Se nas passarelas e no cinema o look da grife se consolidou em imagens marcantes, não atrapalhou em nada o fato de celebridades como Gwyneth Paltrow (para quem desenhou o vestido rosa com o qual fez seu discurso de vencedora do Oscar de melhor atriz por “Shakespeare Apaixonado”), Beyoncé e Taylor Swift se declararem fãs. Até o rapper Kanye West rasga elogios para o visual mais comportado, quem diria.
E não é todo designer que pode se orgulhar de ter vestido e acompanhado a princesa Diana em eventos de gala.
Alguns lembrariam que esse aceno aos britânicos se consolidaria ao fazer com que sua marca Polo Ralph Lauren fosse a primeira a patrocinar o torneio de tênis de Wimbledon, sempre tão avesso a logos, em 2006. O estilista redesenhou os uniformes dos juízes e dos ball boys e ball girls, responsáveis por correr atrás das bolas. Assinou também os uniformes da equipe americana para os Jogos Olímpicos de 2008 e 2012. E é dele e de sua equipe a criação dos uniformes de juízes e jovens que trabalham no torneio US Open.
Tudo isso o ajudou a construir um negócio de US$ 7,5 bilhões – do qual deixou o comando esta semana, antes de completar 76 anos. Ele permanecerá como estilista chefe, o que fez respirar aliviados os admiradores de um estilo que, para o bem e para o mal, nunca sai de moda.
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Tudo isso o ajudou a construir um negócio de US$ 7,5 bilhões – do qual deixou o comando esta semana, antes de completar 76 anos.
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