O Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a Guararapes Confecções S.A., do Grupo Riachuelo, a pagar uma indenização no valor de R$ 10 mil e uma pensão mensal a uma costureira que recebia R$ 550 para realizar todas as operações do ciclo de confecção da empresa. A funcionária acabou perdendo a capacidade de trabalho no processo.
Segundo informações do TST, a operaria era pressionada a produzir cerca de mil peças de bainha por jornada de trabalho, além de colocar elásticos em 500 calças ou 300 bolsos por hora. Ela relatou também que evitou em diversas ocasiões beber água para evitar idas ao banheiro, que eram controlas pela pessoa encarregada do setor. As atividades exigiam que ela realizasse uma repetição de movimentos contínua. De acordo com o TST, o supervisor do trabalho exigia que fossem atingidas metas diárias que iam além dos limites físicos e psicológicos dos funcionários da empresa.
Na defesa apresentada pela Guararapes, a empresa afirmou que não havia uma relação clara entre a doença da funcionária e a função que a costureira exercia. Ojuiz da 8ª Vara do Trabalho de Natal (RN) conheceu a reponsabilidade da empresa e a condenou ao pagamento de R$ 10 por donos morais. No entanto, ele negou o pedido de indenização por danos matérias que também havia sido pedida uma vez que foi constatado em um laudo técnico que a costureira ainda seria capaz de exercer outras atividades, inclusive na Guararapes.
Apesar da condenação, procurada pelo iG, a Riachuelo afirmou que “que cumpriu a legislação trabalhista apontada pelo TST no processo em questão”.
http://economia.ig.com.br/2016-01-14/riachuelo-vai-indenizar-funcio...
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Não acredito que a Guararapes tenha agido ilegalmente. Em anos de atividade, a empresa deve ter uma equipe técnica competente de engenharia de produção para estudos do trabalho, que estuda os limites toleráveis de esforço e habilidade para execução das tarefas e sua organização. Pensar numa equipe técnica como um capataz com chicote na mão é o ideário de sindicalistas e patrões com pensamentos ultrapassados. Atualmente, o entendimento é que Capital e trabalho são dependentes, pelo menos na indústria manufatureira, e cada um deve executar seu papel. O patrão que paga aquém do que deveria e poderia e cobra além da capacidade do trabalhador, está errado; e o trabalhador que produz aquém do seu potencial também está errado.
Não temos detalhes do julgamento. Será que foi apresentado o estudo do trabalho da trabalhadora para ver se o volume exigido em seu trabalho era realmente exploratório? Se havia rodízio de atividades, como alegar repetição de movimentos ao nível de provocar lesões permanentes? Em produção seriada como não repetir movimentos ao nível menor além do rodízio de atividades e da ginastica laboral?
Temos um problema de produtividade no país, além do aspecto econômico, temos o aspecto cultural. Patrões preferem um mercado protegido, isenções fiscais e financiamentos estatais (como vimos nos últimos anos, caravanas irem à Brasília atrás de benefícios em troca de bom comportamento) e empregados se acham no direito de produzir como um funcionário da Volvo sueca, sem a capacitação, a formação, a tecnologia e a produtividade do mesmo; comparecendo a juízo com as mãos entre as pernas, como quem trabalha tanto e só é explorado.
E o que me surpreende é quando vejo que industrias muitas vezes são proibidas de controlar a produção individual de seus funcionários, controlar sua qualidade, e até sua frequência ao trabalho que atualmente está na mão de quem emite atestados médicos, de depressão, e qualquer coisa que o valha para depois encontrarmos o tal afastado pulando carnaval no bloco de sua preferência. Como administrar uma produtividade assim quando a cultura, formação e educação para o trabalho são mancos e socialmente míopes? E a cultura empresarial ainda apoiada no clientelismo estatal? Como controlar e ser produtivo sem controlar individualmente as atividades quando equipes tem sua produtividade paulatinamente reduzida porque “ninguém quer carregar ninguém nas costas” ou ainda porque se questiona constantemente se deve trabalhar no seu potencial se o outro não trabalha, e ganha a mesma coisa? Queremos ter administração de produção da Suécia com uma cultura e leis trabalhistas do século passado? Competividade requer equilíbrio entre direito e deveres.
Essa miopia e esquizofrenia da nossa indústria e sindicatos não nos leva a outro lugar a não ser o fechamento de fábricas. O Brasil e o setor industrial têm que escolher que caminho irá querer trilhar. Nos últimos 10 anos, com economia aquecida e consumo maior que a capacidade produtiva não fomos capazes de evoluir competitivamente. Ficar com chapéu na mão e na aba do Estado, já se viu que não dá certo.
Olhem o que aconteceu com a indústria americana e a história de seus sindicatos de trabalhadores. Vejamos a história econômica de Detroit recente, ou até o grande ABC da grande São Paulo. Os EUA não perderam a liderança da indústria automobilista somente pelos méritos da indústria japonesa.
A indústria manufatureira requer disciplina produtiva e produtividade da mão de obra. Se achamos que nossos trabalhadores não podem ser expostos a esse ambiente produtivo, então devemos abrir mão da indústria manufatureira, deixa-la para países que estão dispostos a fazê-la; e então teremos que planejar, investir em industrias de maior valor agregado (para isso investir em educação, formação profissional e participação da cadeia produtiva global que nos dará maiores escalas). O que não dá é querer ser competitivo na indústria de manufatura com escalas reduzidas de produção, baixa qualificação e praticar jornadas, atividades produtivas e comportamentos de industrias de alto valor agregado.
E não estou defendo a exploração do trabalho, estou defendendo que se queremos uma indústria manufatureira, temos como fator principal de custos, o controle da produtividade; e temos meios legais e científicos de fazê-lo. Basta deixar a esquizofrenia empresarial, sindicalista e social de lado.
Senão...vamos continuar nos afogando e dependendo do setor agrícola e de recursos naturais para melhorar as condições econômicas e sociais do país. O que queremos que o Brasil seja no futuro?
...Eu que estou planejando para entrar no mercado (faccionista) preciso arrumar uma "armadura de aço" rs* para enfrentar as dificuldades e ter sempre uma equipe alinhada e equilibrada... Me achei por aqui! Absorvento todo conteúdo para amadurecer e dar norte nas minhas próximas decisões.
Agradecida!
Eliene Nunes, quer uma opinião?? NÃO ABRA FACÇÃO. Aliás, não abra nada neste momento.
Quanto ao Hilario e o Edson, ambos estão certissimos, mas vou resumir o que aconteceu comigo: confecção com 64 colaboradores, 30 anos de atividade, duas funcionárias fotografaram o quadro de produção e entraram na justiça pedindo todo tipo de indenização, desde dano moral, assedio moral, pressão psicologica e até trabalho escravo - R$ 240.000,00 a causa, resultado, contratei advogado e paguei peritos (meu e delas) e no final, provando o contrário, fomos obrigados a um acordo, onde tenho plena consciência que não tinha NADA errado.
Um mês após o desenrolar, coloquei todos de aviso prévio e fechei a empresa. Senti naquela ação, que o MTE não está para julgar e sim para tender para o empregado... sempre. Foi minha unica ação trabalhista em todos estes anos e decidi que não teria outra.
Nosso governo está acabando com a industria brasileira, infelizmente.
Hoje vivemos uma inflação de custo e não de demanda, aliás, demanda não existe e a que tem é minima.
Antônio, a situação ruim está generalizada. O cenário é pessimista, vou aprofundar meus estudos, ao final farei a análise se abro ou não! Obrigada pela dica. O que você está fazendo hoje?! Eu tenho uma pequena (mini) loja virtual de acessórios finos que eu mesma desenvolvo e confecciono (sou a faz tudo).
Abraços,
antonio Nogueira de Lucena disse:
Eliene Nunes, quer uma opinião?? NÃO ABRA FACÇÃO. Aliás, não abra nada neste momento.
Quanto ao Hilario e o Edson, ambos estão certissimos, mas vou resumir o que aconteceu comigo: confecção com 64 colaboradores, 30 anos de atividade, duas funcionárias fotografaram o quadro de produção e entraram na justiça pedindo todo tipo de indenização, desde dano moral, assedio moral, pressão psicologica e até trabalho escravo - R$ 240.000,00 a causa, resultado, contratei advogado e paguei peritos (meu e delas) e no final, provando o contrário, fomos obrigados a um acordo, onde tenho plena consciência que não tinha NADA errado.
Um mês após o desenrolar, coloquei todos de aviso prévio e fechei a empresa. Senti naquela ação, que o MTE não está para julgar e sim para tender para o empregado... sempre. Foi minha unica ação trabalhista em todos estes anos e decidi que não teria outra.
Nosso governo está acabando com a industria brasileira, infelizmente.
Hoje vivemos uma inflação de custo e não de demanda, aliás, demanda não existe e a que tem é minima.
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