Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Renner indenizará empregado enviado a cantinho da disciplina

Kiko Ferrite
Renner

Renner: seguranças da loja monitorariam até mesmo tempo que funcionário gastava para ir ao banheiro


São Paulo - A Renner terá que indenizar em 6.000 reais um funcionário mandado ao "cantinho da disciplina", local para onde iam os trabalhadores que não conseguiam atingir metas.

A 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) não acatou o recurso da varejista contra a decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, que obrigava o pagamento da quantia por dano moral.

De acordo com nota divulgada no site do TST, o funcionário entrou na empresa como caixa, mas teve seu contrato de trabalho alterado.

Depois da mudança, ele teria passado a receber remuneração percentual sobre o faturamento da loja e teria começado a sofrer assédio moral.

Segundo o texto, o funcionário era frequentemente trocado de função "sem motivo justificável" e acabou deslocado para o "cantinho da disciplina".

O empregado também seria monitorado constantemente por câmeras de vigilância e por seguranças da loja, que monitorariam até mesmo o tempo que ele gastava no banheiro.

Ele teria ainda sido advertido, na frente dos colegas, pela falta de dinheiro em um caixa de cujo fechamento não participou.

Na visão do TRT, o trabalhador se submetia às restrições impostas pela Renner e "deixava suas necessidades vitais em segundo plano" por depender do emprego.

A decisão do TST em manter a condenação foi unânime e não cabe recurso. 

Procurada por EXAME.com, a Renner disse em nota que "apresentou provas convincentes em sua defesa, que não foram consideradas pelo tribunal".

http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/renner-indenizara-empre...

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Impressionante os "modernos métodos" que são adotados por algumas empresas, grandes, de destaque, submetendo seus profissionais a atos e fatos constrangedores.

Gostaria de saber a versão da Renner divulgada.

Custo a acreditar que empresas do tamanho da Renner e Riachuelo (já citada duas vezes nesse forum) tomem esse tipo de atitude. É acreditar que são ingênuos e não conhecem a legislação trabalhista e seus juízes.

Os argumentos do trabalhador estão explícitos de forma que quem lê, imagina aquele funcionário humilde de mãos entre as pernas sendo massacrado pelo capitalista devorador. Caricatura conhecida por aí.

A tal luta de classes e a luta do proletariado fazia muito bem essa propaganda, que pensei já seria coisa do passado. Mas parece que estão ressuscitando essa propaganda envelhecida; e infelizmente num momento em que os atores não são mais os mesmos. A classe empresarial já  entendeu seu papel e que também não necessita se expor a esse tipo de risco. Infelizmente , empresários já entenderam  necessariamente não precisam ficar com seu capital investido  exposto a esse risco, há outros negócios, setores econômicos e países que são menos perigosos. Agora pelo visto, a classe trabalhadora ainda vive em São Bernardo, SP, 1981. 

Bem, uma geração que passou e cresceu vendo que para ser presidente não precisa estudar ( e aconselha a isso); que para ter algo, basta saber negociar politicamente o toma lá , dá cá; que direitos vem antes de deveres; que se ganha cargos somente quem faz parte do jogo de poder; que a única forma de ter garantia de emprego e bom salário é prestar concurso; como dizer a essa geração que se precisa trabalhar para ganhar salário e possuir uma carreira, que deve ser ética e pensar no bem comum e em sua nação?

Como cobrar isso dessa geração que hoje assume cargos que definem o futuro das atividades econômicas?

A pior herança deixada pela atual posição política e filosófica dominante no poder do país, não é o caos econômico... é o caos moral e sua inversão de valores.

Muitas vezes a direção da empresa desconhece métodos adotados por funcionários de escalões mais baixos e se surpreende, pois duvido que haja determinação tácita de realizar o tipo de manifestação ocorrida, a empresa tem muito a perder em sua imagem quando algo desta monta acontece, não as defendo, mas não as acuso de forma determinante, pois não sabemos o teor do fato ocorrido.

   Procurada por EXAME.com, a Renner disse em nota que "apresentou provas convincentes em sua defesa, que não foram consideradas pelo tribunal".

Quando tribunais ignoram, e se ignoram realmente, ratifico minha posição.
Não me refiro ao fato apenas, mas ao comportamento social e de tribunais trabalhistas que partem do princípio que o Capital Privado é desprovido de senso (como se não soubesse de sua necessidade do recurso humano) e que o Estado é o justiceiro que vive apenas para o bem comum (como diariamente vemos na operação Lava Jato).

Ou gritamos contra essa falácia ou como diz os versos finais de Bertolt Brecht......
...." Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."

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