Por Lucía Andrea
Designer e empresária de moda
A pesquisa de moda
Previamente à elaboração de uma coleção de moda, há uma extensa fase de pesquisa. É através dela que o designer reúne as informações necessárias para saber qual caminho escolher durante criação. Segundo a autora Doris Treptow, a pesquisa de moda pode ser dividida em seis itens:
1. Pesquisa de comportamento
A moda está inserida em um contexto histórico-social e é por isso fruto do seu tempo. É necessário saber a forma como as pessoas estão se comportando para poder saber quais são seus anseios, e em consequência, o que elas irão preferir consumir.
Por exemplo, a última virada de milênio ocasionou certa angústia na sociedade devido à incerteza do futuro, provocando um maior interesse na espiritualidade. Na moda, isso se viu traduzido em crucifixos, imagens de santos, desenhos orientais e cores violáceas e rosadas.
Fotografia Streetstyle, uma ferramenta de pesquisa de comportamento. Fonte: Acervo Pessoal
2. Pesquisa de mercado
Os consumidores são um grupo de pessoas que buscam, necessitam e consomem um determinado produto ou serviço oferecido pelo mercado. Uma vez definido quem é esse grupo de pessoas, todas as ações de marketing de um empreendimento serão direcionadas aos mesmos.
Dividem-se os grupos consumidores em bases demográficas, geográficas, psicográficas e de conduta. É necessário entender o estilo de vida do consumidor e saber quais são suas necessidades e comunicar-se com ele, de modo que seja percebido valor no produto ofertado.
3. Pesquisa de tendência
Tendência é um conjunto de itens considerados como "bem-vestir". Implica temporalidade e massificação e surge a partir da observação do comportamento do consumidor e do "consenso" entre fabricantes de tecidos, corantes, a mídia e os demais agentes da indústria de moda, como a coolhunter WGSN e a empresa Pantone.
Escala Pantone. Fonte: crafty.com.br
4. Pesquisa tecnológica
É fundamental saber com quais materiais e tecnologias pode-se contar no momento do planejamento de uma coleção. O caminho inverso também é possível, pois há coleções que surgem justamente da oferta de determinado material, como pode ser o caso do reaproveitamento. Pesquisas de fornecedores são de enorme valia para o sucesso de um empreendimento de moda.
5. Pesquisa de vocações regionais
Cada lugar tem algo próprio para oferecer. Assim como o Peru tem tecelãos, Florianópolis tem rendeiras e a Amazônia tem fazedores de cestos. Usar essas vocações na criação de coleções com certeza enriquece o resultado e proporciona diferenciação e identidade.
Sapatos com aplicação de renda de bilro, do projeto Ecomoda Udesc. Fonte: Acervo Pessoal
6. Pesquisa do tema da coleção
Coleção primavera verão 2013 da Dolce & Gabbana. Fonte: glamurana.uol.com.br
Bibliografia:
CALDAS, Dario. Observatório de sinais: teoria e prática da pesquisa de tendências. Rio de Janeiro: Editora Senac, 2004.
TREPTOW, Doris. Inventando Moda: planejamento de coleção. Brusque: 2003.
JONES, Sue Jenkyn. Fashion Design – manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
Por Lucía Andrea
Designer e empresária de moda
Tags:
só tem uma coisa: esta rena destes sapatos nunca foi renda de bilro, quem escreveu isto nao tem a menor ideia do que é esta renda
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2025 Criado por Textile Industry. Ativado por