Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 

Começam, nesta semana, os Jogos Olímpicos Rio 2016. Entre tantas polêmicas que envolvem o evento, críticas sobre a criação dos Uniformes de entrega de medalhas não ficaram de fora. As peças foram criadas pela estilista Andrea Marques (escolhida criador e organizador da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges). A produção tem sido muito criticada nas redes sociais (veja aqui).

 Opinar sobre a utilização de uniformes não é matéria fácil. Só quem trabalha na área ou se responsabiliza por sua aplicação sabe do que falo. A tarefa é dificultada imensamente pela necessidade de "agradar a gregos e troianos", satisfazendo gostos tão diversos e difusos. Em uma empresa, os uniformes devem ter uma série de características que agradem pessoas muito diferentes, buscando uma adequação de padrão que na maiorias das vezes nos leva a crer que o meio termo talvez seja o caminho mais óbvio, porém, nem sempre apresentará os melhores resultados.

 Todavia, quando se produz uniformes para eventos tão representativos, o cuidado deve ser redobrado. No caso dos uniformes para a entrega das medalhas, não há um problema de adequação de padrão. A questão aqui é de criação e definição (ou indefinição) de estilo. Aliás, essa é uma deficiência frequente em criações, seja de uniformes, seja de moda. Mesmo fazendo uso de um processo criativo, justificando a criação e suas escolhas, se o produto final não se sustenta e justifica em si, algo provavelmente saiu errado. Saber que seu produto precisa, em primeiro lugar, agradar seu público, além de transmitir o conceito imaginado na criação, deveria ser objetivos inegociáveis para profissionais da moda. Mas nem sempre é assim. E, no caso dos uniformes das Olimpíadas, temos um exemplo disso. Não é possível perceber uma real reflexão sobre se os modelos estão de fato representando seu público, os brasileiros, os cariocas. Tão pouco os modelos estão adaptados a um cerimonial de grande importância e representatividade.

 Entendo e respeito a escolha por uma inspiração tropical, pelo uso de estampas e por um estilo natural que são, sim, características fortes do Brasil e também do Rio de Janeiro. Contudo, trabalhar e inserir esses elementos de forma tão simplória e comum ficou um tanto amador, além de ser um abuso do óbvio. Somos muito mais que estampas florais e uma combinação de cores pobres, apagadas e de difícil adequação aos diferentes tons de peles.

 De fato, é praticamente impossível agradar a todos. Porém, o apuro estético e a qualidade devem sempre estar presentes. Mesmo que uma produção não agrade a todos os gostos e estilos, é possível, através da excelência, tornar-se merecedora do respeito e entendimento de seu público, cumprindo seu papel de representação. Foi o que faltou às peças em questão aqui. 

 A posição de espectador é confortável se comparada com quem tem de agradar um grande público. No entanto, cabe a reflexão de que é fundamental executar uma atenta pré-concepção de um produto. É preciso analisar, compreender e compilar as diversas informações e referências necessárias para atingir as inúmeras expectativas que rondam um projeto de sucesso.

 O figurino em questão aqui será parte de um grande evento mundial sediado em nosso país. É lamentável que tenha deixado tanto a desejar. Ao segmento da moda fica a sensação de que poderíamos mais. Mas fica a lição, sobretudo em relação aos inúmeros uniformes criados e confeccionados diariamente. Nunca é demais avaliar, observar, investigar todas as informações que concernem a um projeto, respeitando e buscando entender de forma realista e adequada o que seu público deseja. 

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Respostas a este tópico

Como sempre tem o dedo podre de paulo borges, até quando ele vai destruir a moda brasileira? Uma porcaria desta, a costureira do meu bairro faz, acredito que até melhor, que vergonha, quanto esta dupla embolsou por esta enrolação?


É realmente triste ver algo esteticamente tão pobre e óbvio. Isso que estamos falando de grandes nomes da moda como Paulo Borges... Acima da questão de uniformes, vejo a mesma discussão de sempre,  dessa insistência em querer apresentar uma identidade brasileira tão caricata. =(


francisca gomes vieira disse:

Como sempre tem o dedo podre de paulo borges, até quando ele vai destruir a moda brasileira? Uma porcaria desta, a costureira do meu bairro faz, acredito que até melhor, que vergonha, quanto esta dupla embolsou por esta enrolação?

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