Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A cultura artesanal é muito mais forte e atual do que você pensa, mas o artesão tem que saber como inovar.

Parece que não há respostas claras para aqueles que estão olhando em como superar a crise nos setores de varejo, mas as soluções estão nas tentativas de recuperação. Há um sentimento comum, como um inconsciente coletivo, que pode ser resumido no desejo de voltar à uma oficina da época da Renascença. Olhando a partir deste ponto, vamos exercitar alguns pensamentos?

Vivemos em tempos de crise:  é indiscutível. Mas, o que é realmente uma “crise”? Que significados ocultos escondem a palavra tão antiga quanto o homem?

Em grego, krisis significa transformação ou a fase decisiva de um processo. Krisis/Krino vem do verbo grego que significa distinguir, também significa a expectativa de fatos inevitáveis ​​ou o conceito de um evento catastrófico. Seu significado original é o processo dinâmico.

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A antiga língua chinesa é ainda mais explícita: Quando escrito em chinês, a palavra é composta de dois sinais (wei-ji). Um símbolo representa perigo e o outro oportunidade. John F. Kennedy falou sobre isso em seu discurso em Indianápolis em 1959 e mudou o olhar e o significado profundo sobre a crise que abatia os USA naquela época. O que pode parecer à primeira vista uma catástrofe, pode se tornar uma grande oportunidade, desde que sejamos capazes de discernir a realidade, compreender as pistas do novo que aparece e ignorar o ruído de fundo.

O que podemos aprender com significados antigos – mas sempre presente – da palavra “crise”?

Não sermos a espera passiva para o irremediável já é um bom começo. Tentar ser capaz de ler o mercado, o comportamento do consumidor ou o que fazem não só os concorrentes, mas também novos operadores do mercado, para entender a dinâmica. Além disso, a internet é uma vitrine extraordinária do mundo que atualiza em tempo real produtos e quaisquer estratégias de marketing e de negócios.

É natural que a crise seja um momento de grande instabilidade, mas isso gera sinais mistos. É neste processo que temos que praticar o discernimento, é lá que temos que ler as pistas do mercado. No fundo de cada insight, há sempre a reunião de fatos e informações que – à primeira vista – parece desnecessário e caótico, mas então – em algum momento – viramos a chave da cabeça e conectamos, passamos a gerar novas ideias e saídas. Isso foi o que Steve Jobs – fundador da Apple – chamou de “ligar os pontos”. Mas, para isso, temos que aceitar viver com elementos ambíguos, as vezes não queremos ver “o que está no virar da esquina” e prever o mercado.

Quem vai trabalhar em ambientes caóticos, às vezes até contraditórios, não pode estar paralisado esperando que as coisas tornem-se claras, que alguém defina as regras ou mostre a direção. Para entrar em um ambiente turbulento, precisamos de alguma certeza. Devemos, portanto, avaliar as nossas capacidades, nossas forças e focar no contexto atual. E é aí que o artesanato, a produção interna e de pequeno porte pode ser uma brecha de saída e uma grande oportunidade dentro da crise.

A cultura artesanal é muito forte e está acima da expectativa do que a maioria pensa.

Em primeiro lugar, deve-se notar um paradoxo entre demanda e entrega. A dimensão do desemprego está atingindo cada dia que passa proporções mais dramáticas, e um dos problemas na geração de negócio é a falta de mão de obra qualificada em competências técnicas e artesanais, principalmente entre os mais jovens, e apesar de cursos como SENAC, SENAI e PRONATEC para a renovação de competências profissionais, a procura ainda é abaixo da oferta de vagas, o que acaba fechando cursos, escolas ou freando incentivos educacionais.

Acaba ficando na mão dos mais antigos a técnica e a sabedoria do artesanal, o que cria uma fragilidade na demanda, na qualidade e ainda põe em risco a extinção de muitos negócios que estão voltando a ser procurados.

O artesanato pensado de maneira bem feita é a capacidade de combinar em uma mistura única o passado com o futuro, a tradição com a inovação.  A capacidade de personalizar, criar produtos úteis e originais – aproximando o mundo da arte ao mundo da produção e criar uma mistura inimitável de qualidade, exclusividade e intimidade artística.

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Para isso podemos nos inspirar na cultura italiana do design handmade, que criou o senso comum da qualidade MADE IN ITALY e a obsessão com o bem feito, que vai além da questão econômica ou técnica. É uma mistura de habilidade e paixão, o cérebro e o coração – estratégia de excelência – como costumava dizer o famoso publicitário americano Jay Chiat “Good enough is not enough” (“muito bom não é suficiente”), e que transformou o produto italiano feito de forma artesanal em um artigo de luxo, alta qualidade e valor agregado, e o principal: salvou a economia interna do país criando uma etiqueta que tem como significado qualidade, bom gosto e o feito à mão.

Com base nestes pontos fortes como antídotos para curar as feridas da crise, há uma série de fatores para serem colocados nessa panela que mistura a produção artesanal com o mercado do futuro (que já é agora!). Pontuamos estes quatro principais:

1.Um dos tesouros mais importantes do artesão é o contato humano direto. Isso pode ser ampliado de maneira criativa com a geração digital, olhar caminhos além do que já se conhece para inovar de acordo com o modus operandi do artesão. Isso não quer dizer que o caminho é como as grandes empresas fazem, onde inovação é geralmente equivalente a automação e a substituição de humanos por máquinas, um exemplo disso é a transformação de call centers em atendimentos com voz eletrônica. Pelo contrário. Para o artesão com empresa de pequeno porte, os meios de inovação é a valorização do trabalhador, que se sentindo bem no seu ambiente de trabalho acaba produzindo mais, com maior precisão e qualidade. O meio digital pode ser feito com o poder das redes (digitais e analógicas): conexões sociais, trabalhar em conjunto, entrar em novos mercados, grupos de compra, etc.

2. Enfrentar sistematicamente a questão das habilidades necessárias para lidar com um mercado em crescimento como “diferente” do que sabemos. Inovação não significa necessariamente produzir coisas novas, mas muitas vezes enfrentamos novos contextos (ou novos pedidos de clientes) nunca visto antes. Em particular, uma das questões prioritárias é aumentar a capacidade de não só fazer belos objetos, úteis e originais, mas acima de tudo agregar marketing, contar histórias, fazer sentido –  o valor simbólico é um dos desafios mais complexos e fascinantes – onde os clientes pagam um preço maior pelo sentido da coisa.

3. Desenvolver uma visão sobre o século XXI – um componente essencial de qualquer negócio que quer ser realmente inteligente. Tais como freelancers e trabalhadores home office, com wi-fi, onde as ferramentas de trabalho integram com o resto do mobiliário doméstico, muitas vezes trabalhar em casa, no seu horário, é muito mais produtivo e de acordo com a maneira de trabalhar do futuro, dando tempo ao tempo e produzindo de maneira otimizada. No entanto o trabalho em casa se torna muito individual e de pouco contato. Por outro lado, a oficina ou estúdio criativo tem sido sempre um lugar importante não só para fins produtivos, mas também educativo, onde encontros com outras pessoas e clientes agregam valor de ideia ao projeto ou produto.

4. E, finalmente, estar sempre por dentro das inovações de fabricações: lidar com sensores, impressões 3D, personalização em larga escala, tudo isso são áreas importantes para se conhecer, mas que necessitam de extrema cautela para não perder a essência do artesanal. É importante estar por dentro das feiras de tecnologia e tendências, até mesmo para fazer contatos, mas a prioridade imediata é vender mais e melhor, manter e fortalecer as relações com os seus clientes, gastar menos e isso só pode ser construído sobre a base de quem é experiente e que está a anos no mercado.

Por fim, após toda essa reflexão, digo e repito: A cultura artesanal é muito mais forte e atual do que você pensa.

Fonte: view.mesclada.com


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Respostas a este tópico

achei o texto confuso, porem tem como pincelar alguma coisa, realmente a produção em massa, fica voltado para o consumidor de baixa renda, seja aqui seja na china, seja nos estados unidos, por isto os primark, as zaras, as h&m da vida estao faturando milhoes diariamente,  porem tem hoje um publico que quer o exclusivo, a historia do produto, o artesanal, entretanto este consumidor, nao é consumista, ele nao sai toda semana comprando uma peça de roupa, ele nem precisa de roupa, entao tem que ser algo que realmente faça com que ele saia de casa ou ainda que ele pelo menos olhe a vitrine e tenha interesse, seja numa peça de roupa, em um objeto de decoração, ou uma bijuteria, este é o grande desafio: como chagar até ele?

perincipalmente em um pais como nosso que a palavra artesanal é pejorativa, onde nao se tem politicas para incentivar as empresas que se dispõem a trabalhar neste seguimento, onde uma semana de moda ao invés de buscar novos talentos, coloca a uma rede de  fast fashion de quinta categoria na passarela? e esta semana de moda recebe patrocinio de governo para promover a moda brasileira, promover o que? s marcas milionarias? colocam uma imagem de uma renda de bilro no encerramento da olimpiada, otimo, mas e depois, o que vai ser feito para viabilizar este artesanato comercialmente, que incentivo tem uma empresa que usa aquele artesnato de forma continua? resumindo, artesanato aqui é para ingles ve, literalmente.  

Cuidado: se for produzir em casarão antigo,poderá ser considerado insalubre. Não ultrapassar 8 horas O intervalo para descanso não poderá ser inferior a uma hora, nem superior a duas horas. E mais outros...

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