Fonte:|correiodominho.com|
O deputado socialista Ricardo Gonçalves apontou hoje os “baixos salários” pagos no sector têxtil e “escassez da mentalidade de operário” das novas gerações como causas do afastamento dos jovens da indústria têxtil no distrito.
À margem da visita dos deputados socialistas eleitos por Braga à empresa Fergotex, em Vila Nova de Famalicão, Ricardo Gonçalves revelou à Agência Lusa alguns dos desafios que o sector têxtil do distrito enfrenta.
“A indústria têxtil, que já empregou centenas de milhares de pessoas, hoje em dia emprega apenas 200 mil. É verdade que se modernizou, mas mesmo assim trabalha com preços esmagados o que não permite pagar além do salário mínimo”, analisou o deputado.
Para o deputado eleito por Braga, “os baixos salários praticados no setor têxtil não são atrativos para os jovens, que, cada vez mais, se afastam do setor de produção”.
Este afastamento e “desagrado” dos jovens para com o setor, tem levado, segundo o deputado, a que “algumas empresas tenham dificuldades em encontrar mão-de-obra operária, apesar do desemprego que o distrito atravessa”.
Além dos “baixos salários”, Ricardo Gonçalves apontou a “escassez da mentalidade de operário& rdquo; das novas gerações como fator de afastamento dos jovens da indústria.
“Cada vez menos há a mentalidade de operário, que é muito específica”, explicou.
Segundo o deputado socialista, “os jovens de hoje preferem especializar-se noutras áreas, como os serviços, a dedicarem-se à produção. Isto traz problemas à indústria. Em Portugal, vive-se o problema da desindustrialização de zonas que durante anos foram fortemente industrializadas”.
Mas, adiantou Ricardo Gonçalves, “é possível dar a volta a isto”.
“É preciso acrescentar mais valor ao têxtil, melhorá-lo para poder pagar melhores salários. Temos qualidade reconhecida fora do país. É preciso que o mesmo aconteça dentro do país e voltar a valorizar o trabalho de operário”, explanou.
A Fergotex é uma empresa de Vila Nova de Famalicão, criada em 1981, que produz vestuário em malha e exporta “cerca de 90 por cento da produção”, adiantou Ricardo Gonçalves à Lusa.
Aliás, foi o facto de esta ser uma empresa de “vocação exportadora” que suscitou a visita dos deputados.
“Temos grande interesse em conhecer o setor de empresas de exportação do distrito de Braga”, declarou Ricardo Gonçalves.
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Tanto lá como cá,
Este é o dilema, Estou fazendo uma pesquisa e um estudo tem 4 anos para um trabalho que devo apresentar no próximo congresso da ABTT, e se nada for feito, nos próximos 10 anos não teremos mais mão de obra operacional para a indústria de confecções. ( já pesquisei em 14 estados num universo de 94 empresas, a faixa etária média hoje é de 39,4 anos, o que significa que daquí a 10 anos este efetivo estará já na faixa descendente de rendimento operacional e de produtividade.
Algo tem que ser feito, quer seja valorizando a mão de obra direta, melhorando às condições de trabalho etc. e urgente.
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