Esqueça aquela história de “passei da idade para vestir isso”. Depois do genderless, o ageless ganha força na moda em coleções e produtos pensados para agradar a todas – de garotas de 20 anos a mulheres de 80. Não se trata apenas das peças mas também de combater estereótipos de estilo. Madonna e Iris Apfel são as musas do movimento.
Highlight na cena londrina, Molly Goddard tem em seus vestidos de tule uma mistura de delicadeza e subversão que questiona os conceitos tradicionais de feminilidade. Levou para casa o prêmio de talento emergente na edição mais recente do British Fashion Awards e tem inspirado designers ao redor do mundo com seu estilo princesinha dark. Aqui, no Brasil, Renata Buzzo, que estreou na última edição da Casa de Criadores, segue por caminho semelhante.
Os rappers vão dominar a moda, é #realoficial. Nas mãos deles, sai a vibe merchan, com as camisetas de turnê, e entra o deluxe, com campanhas e parcerias para marcas de luxo. O movimento já tem força com nomes como A$ap Rocky (na Dior), Young Thug e Fetty Wap (na Calvin Klein) e Travi$ Scott (na Saint Laurent). E só vai crescer.
Mesmo sendo personalidade mais do que consagrada no mercado internacional, Marc Jacobs está passando por uma fase especial, inaugurada com a coleção de inverno 2016, aquela que contou com Lady Gaga no casting. Desde então, seus desfiles têm ganhado mais relevância, mesmo que sigam na contramão da onda supercomercial, que boa parte das etiquetas tem adotado.
Lembra quando o ranking do Models.com era a referência máxima para listar as modelos do momento? Coisa do passado. As redes sociais (principalmente o Instagram) são a principal ferramenta para descobrir novos nomes e consagrar top models. Vide Marc Jacobs, que vive recrutando new faces por meio da hashtag....
Na esteira dos anos 1980, temos o retorno do glitter e da cintilância exagerada. É hora de brilhar! Tanto na roupa quanto na maquiagem, o mood ganha vez durante o dia, durante a noite e até na praia. Os acessórios também entram na onda, com bolsas, bijoux e sapatos que nos fazem reluzir dos pés à cabeça.
David Lynch traz para as telinhas, no dia 22 de maio, o revival de Twin Peaks, seriado cult do início dos anos 1990. A estética tão particular da obra já inspirou designers como Raf Simons, que desenhou uma linha masculina inteira baseada na história, e até uma clutch de Christian Louboutin. Neste ano, tem tudo para voltar às araras.
O imediatismo/realismo de redes como o Snapchat e o Insta Stories influencia os filmes e vídeos publicitários das grandes labels. A ideia é criar pequenos curtas que dialoguem com a vida real e se aproximem cada vez mais das clientes da marca. Pense nos Women’s Tales, da Miu Miu, e em ideias com estética amadora.
E-commerces e marcas que mostram como suas peças foram feitas saem na frente. As etiquetas Reformation (no site deles, dá para checar quanto de água foi usado na criação dos itens) e Everlane (que mostra exatamente quanto custou cada parte do processo de desenvolvimento de uma roupa) são ótimas fontes de inspiração. O site Rêve en Vert, espécie de Net-a-Porter sustentável, também é uma referência na área.
A estética hip-hop também se consolida como um dos grandes pilares do estilo mundial. O principal termômetro para medir sua influência é olhar para as ruas – basicamente um a cada dois looks de streetstyle comprova que roupas de shape oversized e referências esportivas estão no radar das fashionistas. As fãs de Rihanna que o digam. No Brasil, fique de olho na LAB, a grife de Emicida.
Em contraponto à onda maxissonhadora, o minimalismo segue com o revival dos japonistas e sobretudo da escola belga de moda. Novos designers bebem nas fontes de Dries Van Noten, Ann Demeulemeester, Haider Ackermann e Raf Simons, alguns dos expoentes desse movimento vanguardista, que colocou a Bélgica nos holofotes da moda há mais de 20 anos.
Nova York abriu o calendário de desfiles, em fevereiro, com a aguardada estreia de Raf Simons na Calvin Klein, além do début da dupla da Monse na Oscar de la Renta. Milão também promete fortes emoções com Francesco Risso na Marni, a expectativa de quem substituirá Peter Dundas na Roberto Cavalli e o novo trio de designers da Ferragamo, com Fulvio Rigoni no comando da coleção feminina.
Em Antuérpia, o MoMu inaugura em março uma mostra imperdível sobre a passagem de Martin Margiela pela Hermès. Já em maio o MET faz seu tradicional baile de gala em homenagem a Rei Kawakubo, que ganha uma exibição com 120 de suas criações para a Comme des Garçons.
Após o escândalo que o afastou da Dior e seu período de reclusão pré-Maison Martin Margiela, John Galliano promete colocar suas asinhas de fora novamente e nos fazer suspirar com suas criações fantasiosas. Símbolo máximo de um estilo ultracriativo e rebuscado, ele voltou a dar entrevistas, foi muito elogiado em sua última coleção na MM e deve hypar ainda mais a marca francesa, da qual é o atual diretor criativo.
Há um influencer para cada estilo. Gosta de games? Tem um para você. E de fitness? Vários. E para quem curte moda vegana? Tem, sim senhor. Personalidades da internet serão cada vez mais focadas em nichos de atuação. Assim como as marcas mais antenadas, os influencers também levantaram a bandeira da individualidade e serão procurados para ações em comunidades locais e específicas.
Reciclar e garimpar será o mote do ano. Eventos que reúnem brechós e neomarcas independentes estão cada vez mais concorridos. Há também um crescente interesse pelos brechós – e não apenas os tradicionais mas também as feirinhas populares. Existem grupos no Facebook dedicados à arte do brechó e, quem quiser ficar por dentro desse universo, pode seguir já a youtuber Nátaly Neri.
A logomania perde força e saem na frente roupas que se destacam por sua execução e proposta, muito mais do que pela etiqueta. A preocupação será se sentir bem na própria pele, independentemente de qual marca você veste ou se a peça faz parecer mais alta, mais baixa ou mais magra. A Cemfreio e a Ocska, marcas brasileiras que se apresentaram na última edição da Casa de Criadores, são expoentes dessa tendência. Até no make, vale a mesma premissa, com cosméticos mais divertidos e sem a preocupação de esconder marcas e camuflar imperfeições e olheiras.
A busca por um mercado de moda mais consciente e inclusivo já começou, com preocupações reais com a cadeia produtiva e o uso de matérias-primas sustentáveis. Em paralelo, temos um fluxo contrário, que incita o consumo rápido e o desejo imediato, com o conceito do see now buy now se alastrando pelas semanas de moda do mundo.
Melania Trump tem tudo para jogar um gelo na relação da alta moda com a Casa Branca. Embora alguns estilistas tenham declarado, sem grande empolgação, que topariam vesti-la, como Tommy Hilfiger, Carolina Herrera e Diane von Furstenberg, outros, como Tom Ford, Marc Jacobs, Humberto Leon e Phillip Lim, declararam publicamente que não têm o menor interesse de ligar suas labels à família Trump. A indústria de moda norte-americana sentirá falta do fenômeno Michelle Obama.
Com a tecnologia evoluindo na velocidade da luz, transações em papel-moeda soam como velharia. Pagamentos por aproximação, feitos através do celular ou até de uma pulseira (itens que funcionam quando atrelados a seu cartão de crédito), darão a liberdade de esquecer a carteira em casa sem grandes dores de cabeça. Ferramentas como Apple e Samsung Pay, serviços que já existem, mas ainda são pouco usados por aqui, estão ganhando updates e devem se popularizar.
Fique de olho nos designers Lui Iarocheski e Diego Fávaro. Os dois, que estão na Casa de Criadores, trabalham o streetwear de forma inteligente e cheia de ideias. Na última edição, por exemplo, a coleção de Lui foi inspirada na reação das gerações mais jovens a problemas sociais como o racismo e a homofobia.
Os herdeiros-celebridade continuam sendo uma mina de ouro para as marcas, que encontraram em suas imagens um forte link com os consumidores jovens. Em 2017, prometem bombar Dylan Jagger e Brandon Thomas Lee (filhos de Pamela Anderson e Tommy Lee), Gabriel Day-Lewis (filho de Daniel Day-Lewis), Levi Dylan (neto de Bob Dylan) e Presley e Kaia Gerber (fihos de Cindy Crawford e Rande Gerber).
Por Pedro Camargo, vivianwhiteman, Fernanda Jacob
http://elle.abril.com.br/moda/bolsa-de-apostas-elle-lista-o-que-vai...
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