Feitas 100% de algodão sustentável, as camisetas são vendidas com intuito de reuso ou reciclagem – podem, por exemplo, ser usadas como adubo sem passar por nenhum processo extra: É só colocar na terra.
As peças estarão em 29 lojas físicas e no e-commerce da marca a partir do dia 1º de setembro. Nessas mesmas lojas, a marca disponibilizará caixas de doação para peças já usadas, independentemente da origem dessas roupas.
De acordo com o presidente da C&A Brasil, Paulo Correa, a opção pelo lançamento tímido não significa que a marca não tem intenção de alçar voos mais altos na sustentabilidade. Pelo contrário, caso esse teste funcione, a ideia é que cada vez mais peças vendidas pela empresa sejam totalmente recicláveis.
“[Para essa coleção] não conseguimos igualar os custos. Precisamos fazer mudanças na cadeia de produção, tanto em maquinário como em processo”, disse Paulo. Com margem menor, a empresa precisa da garantia de que os produtos irão vender antes de começar a vende-los em outras lojas ou usar a mesma linha de produção em outras peças de roupa.
“Estes produtos são símbolos do nosso compromisso incondicional em servir como uma plataforma de moda com impacto positivo para a sociedade", diz Correa. "Nossa crença, no final do dia, é começar onde podemos. Vai lá e faz".
Prejuízo?
Com o lançamento, a marca busca consolidar uma imagem de sustentabilidade e preocupação com o meio ambiente que a difere de grande parte das concorrentes no mercado de “fast fashion”. Com isso, traz o discurso de exemplo: com seu tamanho, a rede quer mostrar que é possível produzir dessa maneira em verdadeira escala.
A C&A tem, por exemplo, compromisso de usar algodão mais sustentável em todas as suas peças de roupas até 2020, e foi a primeira cadeia de seu porte a liberar os nomes relacionados a toda a sua cadeia de produção. Com isso, buscam captar um novo perfil de cliente, mais engajado.
Embora a priori esteja lidando com margem menor, a empresa vislumbra que, em alguns anos, a sustentabilidade será não um diferencial, mas essencial para manter sua sobrevivência no mercado.
No estudo The Growth Within, descobriu que, na Europa, a chamada Economia Circular, baseada na reutilização de materiais em prol da produtividade, poderia gerar ganhos anuais de cerca de 1,8 trilhão de euros com um aumento de 3% na produtividade a partir dos mesmos recursos. Os gastos para a mesma região poderiam ser 32% menores até 2030.
Em 2017, projeta-se que o varejo de moda tenha crescimento de 2% segundo dados divulgados nesta semana pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). No ano passado, o mercado teve faturamento de R$ 48 bilhões no Brasil.
http://www.infomoney.com.br/negocios/grandes-empresas/noticia/69071...
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