Protestos contra MPT

O fechamento da fábrica da Alpargatas em Nova Cruz (a última de quatro unidades de produção que mantinha no RN), se soma a duas outras perdas que o Estado sofreu de 2011 até aqui, que são duas outras verdadeiras grifes da empresa nacional: 1 – O fechamento da única fábrica de cerveja do RN, da AMBEV, e o fechamento de duas unidades da Coteminas, que anunciou novos investimentos no setor imobiliário, aproveitando a excepcional situação no município de São Gonçalo do Amarante que vivia um verdadeiro boom depois do funcionamento do Aeroporto Governador Aluízio Alves, projeto que ainda não se materializou, certamente em razão da própria crise da economia.

A Alpargatas era o maior empregador da cidade de Nova Cruz, com a oferta de 400 empregos diretos, com carteira assinada, que foram todos exterminados, somando-se a uma triste realidade que vem atingindo o Estado desde 2011, segundo um estudo realizado pelo IBGE que reflete as dificuldades que o setor industrial vem enfrentando e que pode ser retratado nos números do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), com 15.167 vagas de empregos perdidas, ou – na prática – um quarto de toda a oferta de empregos oferecidos no setor industrial, o que significa uma média de oito demissões todos os dias. No setor têxtil o quadro é ainda mais penoso, com a redução de 10.317 empregos. Uma verdadeira tragédia se contarmos a partir de 2010, quando esse segmento oferecia em torno de 30 mil empregos e parece não sensibilizar o MPT.

Esse número elevado é retratado num painel ainda maior formado por verdadeiros dramas pessoais vividos por famílias inteiras que tem de buscar na informalidade, no sub-emprego, a própria sobrevivência (onde Justiça do Trabalho não atua).

Noves fora as fábricas que cerraram as suas portas, não podemos esquecer as dificuldades enfrentadas pelas que continuam resistindo, como é o caso do maior grupo industrial do Estado, Confecções Guararapes, que chegou a oferecer 18 mil empregos, reduzidos a cerca de seis mil, em razão de muitas adequações que tiveram de ser feitas para garantir a competitividade num mundo globalizado. Inspirada no exemplo da Zara, espanhola, maior grupo de varejo do mundo, Guararapes imaginou fazer no Seridó o que havia sido feito na região espanhola da Galícia, onde através do modelo de facção se realizou uma verdadeira revolução econômica, trocando o desemprego pelo pleno emprego. O modelo era o Pró-Sertão, que continua sendo tratado de forma hostil pelo Ministério Público do Trabalho, resultando na redução dos investimentos.

Para o chefe local do IBGE no RN, o problema é muito maior: “Na indústria têxtil e de confecções, as empresas que não estão na Ásia estão em crise. Isso é mundial. As relações de trabalho garantem uma mão de obra a custos sem comparação em nenhum lugar”. O Ministério Público do Trabalho não sabe disso...

Mesmo diante desse quadro desolador, nosso RN não tem ainda um projeto para enfrentar essa situação. Mas, a reforma trabalhista, votada pelo Congresso Nacional, traz a esperança do renascimento do Pró-Sertão, inclusive com a chegada de outros parceiros, como é o caso da C&A, um dos gigantes do varejo que também atua no setor industrial como a Guararapes/Riachuelo. Para tanto é preciso que o Ministério Público do Trabalho defina se o Pró-Sertão é legal ou ilegal. Pelo visto, eles só acham legal o desemprego.

Pelo extermínio do emprego
Apareceu uma entidade, a desconhecida Associação dos Juristas Potiguares pela Democracia e Cidadania, apoiando o extermínio do emprego no Interior do RN pelo Ministério Público do Trabalho. Alegando a necessidade de “equilíbrio nas relações do trabalho”, tal entidade divulgou uma nota justificando a ameaça ao emprego, onde repudia as críticas feitas por lideranças estaduais ao MPF e ainda termina batendo nos parlamentares que “controlam a mídia hegemônica”. A Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho também divulgou nota apoiando a ação de sua associada.

Psicologia no trânsito

Com apoio do Detran começa hoje, como parte da Semana Nacional do Trânsito no RN, o 1º Simpósio de Psicologia de Trânsito no RN, que prossegue até sábado, no auditório do Departamento de Trânsito, promovido pela Insight Psicologia em parceria com a Vetor Editora.

Revolução russa

“Os 100 anos da Revolução e a crise política: os erros que a Rússia espalhou pelo mundo”, é tema de um conclave que será realizado hoje no auditório do Departamento da Geografia da UFRN. Tema da palestra principal: “Culto ao Estado”, abordando os ideais marxistas espalhados na Rússia a partir da Revolução de 1917.

Pelo emprego

Pela primeira vez se tem notícia de uma manifestação contra o Ministério Público do Trabalho que, teoricamente, deve agir em favor do interesse dos trabalhadores. O ato está sendo convocado, entre outros, pelo MBL para às 17 hs de hoje, na rua Poty Nóbrega, Lagoa Nova, em frente a sede da Procuradoria do Trabalho. É um desdobramento do Grito das Facções que aconteceu no último sábado em São José do Seridó, que uniu patrões e empregados contra o extermínio do emprego.

Jovens advogados

A OAB/RN inicia hoje o 1º Encontro Estadual da Jovem Advocacia Potiguar. O evento faz parte do calendário de atividades da OAB e tem como tema “Advocacia Cidadã: instrumentos de consolidação da Democracia”.

Ataque ao MP

Do secretário de Desenvolvimento, Flávio Azevedo, em São José do Seridó: “Ao Ministério Público do Trabalho compete emitir opiniões e formular pedidos, as vezes equivocados. O que está acontecendo está indo além.O Ministério Público do Trabalho está inviabilizando o setor produtivo do RN”.

Negócio viável

Do presidente do Conselho do Sebrae, José Vieira, sobre o Pró-Sertão: “É uma atividade sustentável, que respeita o meio ambiente, o empregado e o empregador, que é economicamente justa e viável. Estamos nesse negócio pensando no pequeno negócio potiguar”.

Atentado na Câmara

O deputado Rogério Marinho denunciou terça-feira, da Tribuna da Câmara, a ação do Ministério Público do Trabalho no RN : “O MPT quer acabar com mais de 4 mil empregos diretos no interior do RN, em municípios pequenos. Quero me colocar frontalmente contra essa atitude que, na verdade, é contra o emprego, é contra o trabalhador, é contra a geração de renda, é contra a oportunidade para os pequenos municípios e para os pequenos empresários e, sobretudo, é um contrasenso”.