A ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), entidade que representa as principais redes de varejo de moda do País, esclarece informações de entidades ligadas à indústria de que as importações no setor têxtil crescem desproporcionalmente e aponta que medidas restritivas ao comércio exterior podem desequilibrar o setor e desestimular o investimento em inovação.
A despeito das importações de vestuário em 2017 terem voltado a crescer 23,3% (em dólares), em relação ao ano anterior, com a expectativa dos produtos importados corresponderem a apenas 13,3% do mix comercializado pelo varejo de moda brasileiro, ainda assim este crescimento está muito aquém do nível alcançado em 2014, quando o País alcançou seu maior volume, sendo 40% menor (em dólares). Para 2018, as estimativas são de alta de 9,7% nas importações e de 10,3% nas exportações sobre 2017, segundo dados levantados pelo IEMI Inteligência de Mercado no estudo “Mercado de Moda no Brasil”.
“Os índices rebatem a ideia de que há um crescimento acentuado de produtos importados e revelam que a indústria nacional é priorizada pelo varejo, que se abastece majoritariamente por produtos nacionais”, comenta Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX.
A ABVTEX afirma que as importações ajudam a promover uma oferta de produtos diversificada para atrair os consumidores, com matérias primas e acabamentos sem similares na indústria nacional; a equilibrar os preços das roupas e controlar a inflação; impulsionam o desenvolvimento da indústria nacional e atendem ao varejo em categorias de produtos em que não há vocação de produção nacional, como jaquetas e artigos de inverno. “O setor têxtil brasileiro é ainda bastante fechado em comparação a outros países”, aponta Lima.
Por essa razão, a ABVTEX entrou com um pleito de redução na alíquota do imposto de importação sobre peças de vestuário de inverno, dos atuais 35% para 20% junto à Camex (Câmara de Comércio Exterior). A proposta é que a redução contribua para oferecer preços mais competitivos para o cliente e possibilite o acesso e aumento no consumo por parte da parcela mais carente da população.
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