Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Emprego: os setores que estão contratando, apesar do cenário ainda de crise

Imagem mostra carteiras de trabalho empilhadas sobre uma mesa em que uma pessoa escreve e uma mulher observaDireito de imagemMARCELLO CASAL JR/ABR
Image captionApós enxurrada de demissões, Brasil tenta se reerguer no mercado de trabalho, mas reação ainda é vista em poucas áreas

A crise econômica que levou à eliminação de milhões de postos de trabalho no Brasil e à retração de investimentos continua mantendo um enorme contingente de trabalhadores desempregados no país, mas alguns setores começam a aumentar o número de vagas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 12,7 milhões de pessoas permaneciam em busca de emprego no trimestre terminado em agosto - apesar do período ter registrado a quinta queda consecutiva da taxa de desemprego, que ficou em 12,1%, e de setores como o industrial terem voltado a contratar.

Foram mais 112 mil postos de trabalho gerados em relação ao trimestre de março a maio.

Os dados também mostram 176 mil trabalhadores a mais que no trimestre anterior no setor de serviços, mais 61 mil no comércio e mais 253 mil na agropecuária.

"Mas o que tem (aberto mais vagas) mais mesmo é o pequeno empregador, o trabalhador por conta própria e o trabalhador doméstico, como efeito colateral da crise", diz Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Há muita informalidade, o aumento do trabalho sem carteira. São pessoas tentando se inserir de alguma forma para sobreviver", acrescenta ele.

Apesar da incerteza que ainda resiste refletindo o cenário eleitoral, dados do Ministério do Trabalho, que registram dados do emprego com carteira assinada, e milhares de anúncios publicados na internet confirmam a tendência apontada pelos números do IBGE, de que avisos de "contrata-se" se multiplicam em áreas específicas.

"Não é que a crise tenha acabado", alerta Ricardo Basaglia, diretor da consultoria de recrutamento Michael Page.

A coordenadora acadêmica e professora de gestão estratégica de pessoas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Anna Cherubina, faz coro e reforça que "o movimento ainda é pequeno, muito cauteloso" e sem a força exigida para absorver o mundo de trabalhadores que ficou "sem serviço".

Mesmo assim, tais "focos de crescimento" são vistos em segmentos do comércio, da indústria e, mais especificamente, no setor de tecnologia da informação, ou TI, "mais aquecido do que nunca".

No comércio

Imagem mostra interior de loja de supermercado, com consumidores, carrinhos de compra e trabalhadores do estabelecimentoDireito de imagemTÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL
Image captionEntre gôndolas, prateleiras e esteiras de hiper e supermercados o comércio vê com mais intensidade esse tipo de reação

No comércio varejista, um dos setores mais afetados pela crise, 61,3 mil novas carteiras foram assinadas de agosto de 2017 a agosto deste ano. Foi o primeiro saldo positivo no período desde 2014. Mas, esse crescimento é concentrado em hiper e supermercados.

"O subsetor é o único do varejo que está puxando de forma mais significativa o emprego", diz o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes.

O recuo recente no preço dos alimentos ajuda, segundo ele, a manter o movimento nas lojas e em consequência as contratações em alta. O aumento da procura por etiquetadores e embaladores de mercadorias é um reflexo disso.

Nos 12 meses encerrados em julho, as vagas para as duas funções tiveram expansão de 25,5%, 10 vezes superior à média de todo setor.

"É a turma mais qualificada perdendo espaço. A crise desidratou o mercado não só em quantidade, mas também na qualidade. As oportunidades que surgem são para trabalhadores mais jovens, com pouca qualificação e experiência", diz Bentes.

Fabio Bentes, economista-chefe da CNCDireito de imagemCHRISTINA BOCAYUVA/CNC
Image captionFabio Bentes, economista-chefe da CNC, aponta que há crescimento em áreas do comércio, mas em menor ritmo e não para todos

O crescimento em menos da metade das ocupações é "um termômetro da fraqueza da recuperação da economia pela via do consumo", afirma.

"Em situações em que o nível de confiança dos empresários é mais elevado, como antes da crise, mais de 70% das profissões estariam crescendo."

Uma melhora no quadro, segundo ele, vai depender da "exposição clara da condução da política econômica do novo governo" e se isso vai animar empresas nessa e em outras atividades a voltarem a investir.

"Mesmo com a inflação ainda baixa e com juros em queda, estamos passando por um processo de indefinição política que inibe a materialização dos investimentos", diz, enxergando recuperação plena do setor, no cenário mais otimista, de 2020 em diante.

As dificuldades se refletem inclusive no período em que as lojas mais vendem, o Natal, afetando a contratação de trabalhadores temporários, comum no setor varejista.

As 72,7 mil vagas temporárias previstas até dezembro para atender esta demanda sazonal significam na verdade um recuo de 1,7% em relação a 2017 e são quase metade das abertas em 2013, ano que precedeu o início da crise no setor.

Imagem mostra funcionários e clientes em balcão de atendimento em uma loja da C&A no BrasilDireito de imagemRAFA NEDDERMEYER
Image captionCom centenas de lojas no Brasil, a C&A se prepara para contratar trabalhadores temporários

No segmento de vestuário, que em 2017 estimava contratar 47,9 mil temporários, este ano haverá 1 mil oportunidades a menos. Nas lojas de hiper e supermercados são quase 1,5 mil a mais, com um total de 11,5 mil vagas esperadas. Mas nem todos irão contratar.

A Riachuelo e a C&A, as maiores do segmento de roupas, confirmam novas vagas.

"Contratamos aproximadamente 7,5 mil temporários em 2017 e este ano ainda não temos os números, mas esperamos crescer cerca de 5%", diz a Riachuelo.

As vagas são para auxiliar de logística, assistente de vendas, auxiliar de estoque e operador de caixa.

Na C&A, as oportunidades devem ser divulgadas a partir deste mês e serão para atender a demanda não só do Natal, mas também da Black Friday, em novembro.

Deverão ser contratados operadores de caixa, operadores de vendas e serviços, consultores de moda, líderes de loja, supervisores de equipe e assistentes de atendimento.

A CNC estima que 19% dos trabalhadores que entrarem serão efetivados após o fim do ano, contra 23% no Natal passado e 32% na média registrada de 2009 a 2014.

"É que a permanência deles exige um exercício de futurologia em relação a como vai estar a economia brasileira no início do ano que vem. E o ponto de interrogação é enorme."

Na indústria

Imagem mostra dois trabalhos no processo de montagem de carros em uma indústria de veículosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNa indústria de veículos, um oásis na indústria, contratações sobem, mas estão longe de reparar as demissões dos últimos anos

Na indústria de transformação, as contratações para a demanda de fim de ano não devem ser expressivas e o quadro do emprego – depois de melhorar no final de 2017 – enfrenta um momento de "estabilidade" que deve durar por ao menos seis meses.

A análise é do gerente de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

Ele confirma que uma exceção nesse quadro é a indústria de veículos.

"Houve uma recuperação bastante expressiva da produção e das vendas no segmento, mas são as exportações principalmente que puxam o emprego", diz, ponderando que o ritmo poderia ser maior não fosse a crise econômica na Argentina, o destino da maioria dos produtos enviados para o exterior.

O professor Antonio Jorge Martins, coordenador do curso de cadeia automotiva da Fundação Getúlio Vargas (FGV), também vê as exportações como o principal motor para o emprego agora, em uma tentativa das montadoras de recuperar o espaço que já ocuparam e que foram deixando de olho no aquecimento do mercado interno.

Ele analisa que, mesmo ganhando fôlego, porém, o contingente que trabalha na área dificilmente voltará ao patamar pré-crise – um auge que ocorreu entre 2013 e 2014.

"Hoje temos metade do que já produzimos e há uma corrida por eficiência, para fazer frente ao nível de competitividade que aumentou dentro e fora do país", observa.

Segundo Martins, grandes investimentos em automação têm acontecido, o que acaba impactando o nível de emprego.

"Há necessidade de mais gente na parte de inteligência, de tecnologia, mas isso reduz a empregabilidade na parte industrial, da linha de produção", ele diz.

O saldo de empregos na indústria de material de transporte subiu 3,77% até agosto, gerando mais de 17 mil novas carteiras assinadas, e superando a alta registrada em todo setor industrial que foi de apenas 0,25%.

Tradicionais grandes empregadoras, como as fábricas têxteis, de confecções e calçados mantiveram saldos negativos.

Na tecnologia

Imagem mostra homens e mulheres em uma das salas do Centro de Engenharia do Google em Belo HorizonteDireito de imagemDIVULGAÇÃO
Image captionNo Centro de Engenharia do Google em Belo Horizonte, novas contratações em um setor onde a expansão é mais consistente

No setor de tecnologia da informação, o apetite da indústria, do comércio e de outras atividades por automação e maior eficiência online – aliado à demanda da população, cada vez mais conectada – impulsiona o emprego.

"O movimento de contratações, que está há anos aquecido, com certeza está mais intenso agora", diz a professora da FGV Anna Cherubina.

As vagas, segundo ela, "são expressivas em termos de quantidade e qualidade".

Um levantamento da empresa de classificados online Catho, a partir de dados do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que as vagas para profissionais de TI cresceram 22% nos doze meses até julho, e os salários médios de admissão subiram 6%.

"Esse aumento vem ocorrendo ano a ano e entendemos que essa é uma tendência", diz o gerente de inteligência, Fabrício Kuriki. Os maiores crescimentos nesse contexto são notados em contratações de engenheiros da computação, diretores de sistemas, especialistas em informática e gerentes de TI.

Anna Cherubina Scofano, professora da FGVDireito de imagemFERNANDO BRAGA
Image captionAnna Cherubina, professora da FGV: Mercado, em geral, está longe de retomada, mas para profissionais de TI cresce de verdade

A multinacional Trend Micro, do setor de cibersegurança, e a brasileira Dedalus, da área de computação em nuvem, afirmam terem aumentado suas equipes em mais de 20% em 2017. E o avanço continua este ano.

A tendência de aumento de contratações é verificada também no Centro de Engenharia do Google em Belo Horizonte (MG) – o único da gigante de buscas na América Latina e um dos 30 que a empresa mantém no mundo. A empresa projeta este ano expansão de 30% na equipe de "engenheiros e engenheiras de software", composta atualmente por 130 profissionais. Atualmente, 50 vagas estão abertas nessa área.

"As contratações estão aceleradas", diz um porta-voz da companhia em resposta a questões da BBC News Brasil.

"Estamos à procura de profissionais que tragam novas ideias em todas as áreas", continua ele, afirmando que os investimentos acontecem "independentemente das dificuldades econômicas do país".

As oportunidades surgem tanto para profissionais com experiência de mercado ou em início de carreira. Para disputá-las, é preciso ter inglês fluente, formação ou prática em Ciência da Computação, Engenharia da Computação ou Matemática.

E em outras áreas?

Isis Borge, gerente de recrutamento da Robert HalfDireito de imagemJOÃO NETO
Image captionIsis Borge, gerente de recrutamento da Robert Half, assegura que crescimento vai além do TI e que há otimismo para contratar

Empresas especializadas no recrutamento de profissionais de média e alta gerência e de classificados online também indicam movimento idêntico em outras áreas.

"Uma série de vagas que haviam sido congeladas e projetos que tinham sido colocados na gaveta estão sendo retomados, estimulando novas contratações", diz a gerente de recrutamento da Robert Half, Isis Borge.

Além do setor de TI, é possível encontrar exemplos desse aquecimento, segundo ela, na procura por profissionais de vendas, compras, controladoria, marketing e do setor financeiro, em funções como analista de crédito e risco.

Fabrício Kuriki, da Catho, também aponta crescimento na área financeira, com expansão de 18% nas vagas e de 2,6% nos salários.

Já na área administrativa, a temporada está melhor para profissionais como assistentes administrativos, recepcionistas, técnicos em segurança do trabalho e analistas de recursos humanos.

Ricardo Basaglia, diretor executivo da Michael Page e Page PersonnelDireito de imagemGABRIELA GONÇALVES
Image captionBasaglia, diretor-executivo da Michael Page: O pior ficou para trás, mas melhorias vão depender das decisões políticas

Para profissionais encarregados de "transformação digital" nos diversos segmentos da economia a continuidade desse cenário é considerada mais certa.

"Você vê alguém fora do digital? Tudo depende de TI hoje", diz Marcelo Santos*, que pediu para não ser identificado com o nome verdadeiro na reportagem e atua no setor como agile coach - um consultor que diz estar "na moda" e cuja função é usar conhecimentos de engenharia de software e técnicas de coaching para propor soluções e melhorar processos.

Técnico em gerenciamento de redes com MBA em gestão e governança de TI, Santos é o retrato dos atuais movimentos na área.

Em menos de um ano, foi demitido no departamento de tecnologia em uma rede do varejo, assumiu vaga em uma de telecomunicações e quatro meses depois aceitou proposta em outra de software e serviços de consultoria.

Já em 2018 foi "acionado para conversar e participar de sete ou oito processos seletivos".

"À medida que você tem empresas buscando mais eficiência e tecnologia, fazendo essa transformação digital, novas posições surgem. E, como acontece em tudo o que é novo, há menos gente formada para um número maior de vagas e, com isso, a disputa por esses profissionais aumenta e os salários sobem", diz Basaglia, da Michael Page.

Ele avalia que o mercado de trabalho do Brasil "já bateu no fundo do poço" e o pior ficou para trás, mas que decisões políticas agora vão ditar o ritmo do crescimento.

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O que estamos passando "NÃO É UMA CRISE". É preciso que entendamos isso. É uma homeostase. A acumulação de lucro pela forma capitalista bateu em seus limites, ao contrário das outras três grandes ondas ou revoluções industriais que vivemos. A mecanização das atividades e a máquina a vapor, depois o motor a combustão e a linha de montagem foram revoluções inclusivas da classe mais baixa, da massa. A terceira revolução, automação industrial e micro eletrônica, guiada pela busca incessante da manutenção da acumulação pelo lucro, da qual estamos vivendo o final, não foi mais inclusiva. Produtividade cada vez maior (no mundo todo), para baixar custos e preços pela automação e racionalização das atividades implicam necessariamente em desemprego, não há como escapar disso. Para se "erguer" ou expandir uma empresa (têxtil ou não) e obter sucesso hoje necessariamente você fechará postos de trabalho em algum outro lugar do planeta. Não há mais mercados novos a explorar e os mercados que existem estão em "estafa concorrencial". Ou você "superprotege" seu mercado interno ou o emprego continuará caindo. Para se ter uma ideia, mesmo um país "liberal" como os EUA tem hoje mais de 120 medidas protecionistas! Ou seja, muito, muito mais que o Brasil. A forma de acumulação de lucro pela via capitalista chegou aos seus limites na década de 80 para as nações do primeiro mundo, por isso a financeirização da economia foi uma solução, ou melhor, um paliativo. Os papéis de bancos chamados derivativos (mercado de futuros) onde se aposta sobre os preços das commodities já soma um valor maior do que o PIB mundial! Não há mais para onde crescer. Hoje já entramos na fase "autofágica" da acumulação pela forma capitalista, onde ele começa a consumir a si próprio, ou seja, suas categorias formadoras. Uma dessas categorias centrais do capitalismo na forma que conhecemos é a do trabalho, que entrou naquilo que podemos chamar de "falência da sociedade do trabalho". Competitividade hoje significa "menos pessoal e maior produtividade". A queda dessa categoria irá afetar todas as demais por osmose; consumo, economia, política, etc... é preciso acordar para o fato de que estamos vivendo o fim da acumulação capitalista como tal.

  Muito bem explanado.



Marlon Walter de Oliveira disse:

O que estamos passando "NÃO É UMA CRISE". É preciso que entendamos isso. É uma homeostase. A acumulação de lucro pela forma capitalista bateu em seus limites, ao contrário das outras três grandes ondas ou revoluções industriais que vivemos. A mecanização das atividades e a máquina a vapor, depois o motor a combustão e a linha de montagem foram revoluções inclusivas da classe mais baixa, da massa. A terceira revolução, automação industrial e micro eletrônica, guiada pela busca incessante da manutenção da acumulação pelo lucro, da qual estamos vivendo o final, não foi mais inclusiva. Produtividade cada vez maior (no mundo todo), para baixar custos e preços pela automação e racionalização das atividades implicam necessariamente em desemprego, não há como escapar disso. Para se "erguer" ou expandir uma empresa (têxtil ou não) e obter sucesso hoje necessariamente você fechará postos de trabalho em algum outro lugar do planeta. Não há mais mercados novos a explorar e os mercados que existem estão em "estafa concorrencial". Ou você "superprotege" seu mercado interno ou o emprego continuará caindo. Para se ter uma ideia, mesmo um país "liberal" como os EUA tem hoje mais de 120 medidas protecionistas! Ou seja, muito, muito mais que o Brasil. A forma de acumulação de lucro pela via capitalista chegou aos seus limites na década de 80 para as nações do primeiro mundo, por isso a financeirização da economia foi uma solução, ou melhor, um paliativo. Os papéis de bancos chamados derivativos (mercado de futuros) onde se aposta sobre os preços das commodities já soma um valor maior do que o PIB mundial! Não há mais para onde crescer. Hoje já entramos na fase "autofágica" da acumulação pela forma capitalista, onde ele começa a consumir a si próprio, ou seja, suas categorias formadoras. Uma dessas categorias centrais do capitalismo na forma que conhecemos é a do trabalho, que entrou naquilo que podemos chamar de "falência da sociedade do trabalho". Competitividade hoje significa "menos pessoal e maior produtividade". A queda dessa categoria irá afetar todas as demais por osmose; consumo, economia, política, etc... é preciso acordar para o fato de que estamos vivendo o fim da acumulação capitalista como tal.

  "Mas o que tem (aberto mais vagas) mais mesmo é o pequeno empregador, o trabalhador por conta própria e o trabalhador doméstico, como efeito colateral da crise", diz Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Há muita informalidade, o aumento do trabalho sem carteira. São pessoas tentando se inserir de alguma forma para sobreviver", acrescenta ele.

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