Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Presença gigante: Costanza Pascolato comenta o novo oversized

Surpresa da temporada de inverno, o desfile de Tomo Koizumi está em total sintonia com a tendência das formas volumosas vista também em outras passarelas.


Gwendoline Christie veste look do japonês Tomo Koizumi no desfile que aconteceu em fevereiro na loja de Marc Jacobs, em Nova York. (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação)







O desfile mais surpreendente da temporada de inverno 2019/20 foi o do japonês Tomo Koizumi, em Nova York. 

 Exótico, fabuloso e divertido, anunciado somente 24 horas antes para a imprensa e criativos, transformou-se num raro happening, que se apoderou das manchetes e mídias sociais como um tsunami. Baseado em Tóquio, Koizumi se especializou em roupas extraordinárias para pop stars e celebrid.... Na loja cedida por Marc Jacobs na Madison Avenue, vestidos enormes, volumosos e coloridos, meticulosamente construídos com formas geométricas, trabalhados com babados na organza de poliéster, formavam um imponente arco-íris para além da imaginação.



Looks do verão 2019 da Valentino (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação)



No clima fashion-weeks-têm-que-ter-mensagem-propósito-e-objetivo, os vestidos de Koizumi são - se não usáveis corriqueiramente - inovadores e estimulantes. O interessante é notar que suas superproporções estão em sintonia com a atual e generalizada tendência para a magnitude das formas. Basta observar passarelas tão diversas quanto a da Valentino, da americana The Row, da britânica Simone Rocha, entre outras. Além dos shows, estrelas dos red carpets, influencers e até quase comuns mortais estão testando os limites da big fashion.



Simone Rocha (verão 2019) (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação)



O atual modismo na vastidão das silhuetas como as conhecemos agora começou em 2015 com o coletivo Vetements (encabeçado por Demna Gvasalia), que impôs, de forma hábil, uma tendência que estava germinando nas ruas das metrópoles: para eles e elas, outerwear e ombrões seriamente gigantes com pegada street. Hoje, me parece que, para alguns designers, o oversized e as formas soltas fazem parte de uma filosofia que é ao mesmo tempo estética e moral. Pode abraçar a ideia de que mulheres têm diferentes formas e tamanhos, mas também pode ser lida como demonstração de poder, conceito que criativos continuam a abordar e debater. Vestir big é assertivo. É como sugerir: estou aqui. É a psicologia da silhueta vultuosa.




 vultuosa.



The Row (verão 2019) (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação)



De qualquer maneira, é impossível falar sobre a modelagem da roupa sem discutir sua relação com as transformações sociais. Na década de 80, aconteceu o power dressing, que igualava a silhueta feminina à masculina. Os megaombros tinham ligação metafórica com autoridade e afirmação na sociedade, já que mulheres conquistavam empregos high-status. Outra importante influência na moda foi a chegada de Rei Kawakubo (da Comme des Garçons) e de Yohji Yamamoto ao Ocidente, em 1982. De maneira revolucionária e subversiva, eles introduziramroupas informais, soltas e amplas, baseadas na modelagem flat dos quimonos, que só se adaptam ao corpo quando vestidos, e não com a técnica ocidental do moulage, que abraça e delineia as formas. Importante sugestão de liberdade. Em tempos atuais, o corpo e suas emancipações ocupam cada vez mais a discussão em relação às transformações na sociedade. Hoje o oversized faz sentido: mostra menos e evoca mais.



Vetements (inverno 2019/20) (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação)



E, sobretudo em tempos instagramáveis, esta sublimação big das formas do corpo da mulher explica, no olhar da vanguarda, o novo espaço que ela está caracterizando em nossa era. Pelo tamanho das roupas, o céu é o limite!

https://vogue.globo.com/moda/noticia/2019/05/presenca-gigante-costa...

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  E, sobretudo em tempos instagramáveis, esta sublimação big das formas do corpo da mulher explica, no olhar da vanguarda, o novo espaço que ela está caracterizando em nossa era. Pelo tamanho das roupas, o céu é o limite!

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