Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Longe estão os dias em que comprar artigos em segunda mão era um ato associado a ações de caridade. Numa altura em que os consumidores mais jovens têm menos poder de compra e maiores preocupações éticas e ecológicas, o mercado de revenda cresce exponencialmente.

RealReal

Com o surgimento do mercado de revenda de produtos de luxo – o designado recommerce –, o conceito de compras em segunda mão alterou-se. Atualmente, a venda de artigos em segunda mão é um negócio emergente, com grande potencial de crescimento, escreve a Quartzy.

A indústria da revenda atingiu recentemente um marco importante, com a RealReal, uma retalhista de artigos de luxo em segunda mão, a estrear-se no tecnológico Nasdaq, com as suas ações – no valor de 20 dólares (cerca de 17 euros) – a aumentarem cerca de 50% nos primeiros minutos.

A RealReal é conhecida pela revenda de artigos de luxo de casas de moda como Gucci, Chanel e Hermès. Ainda que também venda artigos de marcas de gama mais baixa, como J.Crew ou Old Navy, a RealReal deve a maior parte das suas receitas, que foram de 207 milhões de dólares no ano passado, aos artigos de luxo. A empresa é líder no que parece ser um momento de crescimento do mercado de revenda. A sua estreia em bolsa surge depois de StockX, maketplace de revenda de sapatilhas, ter sido avaliada em mil milhões de dólares.


Thred Up

Os seus rivais incluem a londrina Depop, que conquistou um investimento de 62 milhões de dólares em janeiro, ou a ThredUp, que angariou mais de 130 milhões de dólares desde que foi fundada, há uma década.

De acordo com um recente relatório da própria ThredUp, o mercado do retalho em segunda mão, que vale atualmente 24 mil milhões de dólares, deverá ultrapassar o mercado da fast fashion em 2028. De acordo com a CNBC, o negócio da revenda como um todo deverá representear 45% do mercado do retalho em 2023, mais do dobro da sua atual taxa de 20%.

Estamos fartos de roupa nova?

Os especialistas defendem que os atuais consumidores, particularmente os millennials e a geração Z, estão, de facto, interessados em artigos de luxo. Porém, aquilo não lhes interessa é ultrapassar o seu próprio orçamento para os comprar – e provavelmente não têm capacidade financeira para o fazer, já que ainda não atingiram o seu máximo poder de compra e estão sob maior pressão financeira do que as gerações anteriores.

É necessário ter também em conta as preocupações com questões éticas e ecológicas, no que toca a comprar vestuário de marcas fast fashion, uma indústria que vale atualmente 2,5 biliões de dólares. Além das práticas exploratórias, o impacto ambiental da fast fashion é desconcertante: não só a indústria que está a causar uma «emergência» ambiental, por ser a uma das maiores utilizadoras de água do mundo, mas também porque a maioria do seu vestuário de baixo custo é rapidamente descartado, terminando em oceanos e aterros, onde as suas componentes sintéticas podem demorar centenas a milhares de anos a desaparecer.


Rent the Runway x Nordstrom

Assim, parece que o estigma anteriormente associado a artigos em segunda mão é cada vez menos relevante. Não só os consumidores estão mais interessados em comprar artigos que já existem dentro do ecossistema da moda, como também em gastar menos dinheiro.

De modo geral, a ideia de “posse” – seja de vestuário, automóveis ou arte – não é a mesma de há alguns anos. Acrescente-se o surgimento de serviços de aluguer de vestuário, como o Rent the Runway, que lançou recentemente uma parceria com a Nordstrom. Segundo a empresa, os seus subscritores mais ativos usam vestuário alugado mais de 120 dias ao ano (mais de 30%).

https://www.portugaltextil.com/segunda-mao-de-lux

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  De modo geral, a ideia de “posse” – seja de vestuário, automóveis ou arte – não é a mesma de há alguns anos. Acrescente-se o surgimento de serviços de aluguer de vestuário, como o Rent the Runway, que lançou recentemente uma parceria com a Nordstrom.

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