Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Moda. "Indústria precisa resolver problemas ou não terá próxima coleção"

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A sustentabilidade está sob o foco de atenção da moda. Indústria tem de acelerar passo ou não terá matéria prima para a próxima coleção de moda.

A seguir A moda portuguesa é cada vez mais amiga do ambiente .

O tema chegou à feira de tecnologia, ela própria focada em sustentabilidade, ou não fosse a indústria de moda responsável por 10% das emissões de dióxido de carbono mundiais. “No Depop as pessoas estão a começar a gostar de brincar neste jogo da moda onde têm oportunidade de usar produtos de moda de consumo rápido vintage”, diz Simon Beckerman, fundador do Depop, uma aplicação fundada em 2011 que permite a mais de 13 milhões de utilizadores em 147 países comprar roupas em segunda mão. Charlotte Nisbet, da Lush, não tem tantas certezas.

“Não penso que as pessoas comprem algo sustentável, se não percecionarem um valor”, disse. Mas para Katrin Ley para o sector da moda a sustentabilidade é um caminho sem retorno. “Esta tendência veio para ficar e a indústria precisa de resolver estes problemas ou não terá materiais para fazer a próxima coleção”, disse a responsável da Fashion for Good, uma plataforma de inovação para uma moda mais sustentável. Para Katrin Lev o caminho faz-se no sentido de implementar uma economia circular no sector.

“Sector tem operado a um nível linear – produz, usa, deita fora. Temos de passar para uma situação em que produz, usa, repara e reutiliza, dando às roupas um ciclo de venda mais longa”, defende. O que passa também por incluir materiais reciclados e usar a tecnologia nesse desenvolvimento, dando o exemplo de uma startup de São Francisco, a Mango Materials, que está a usar o gás metano para criar fibras biosintéticas. Mas também em encontrar novas fontes de receita.

“Talvez o negócio não seja a venda, mas o aluguer ou a revenda de roupas”. “Muitos negócios têm-se feito nestas áreas, a moda é a próxima fronteira”, acredita a responsável da Fashion for Good. Negócio onde se movimenta a Depop. E parece estar a dar resultados. Em junho a companhia anunciou que tinha levantado 62 milhões de dólares junto do fundo de investimento General Atlantic, para financiar a sua expansão nos Estados Unidos e triplicar a sua base de utilizadores neste mercado, noticiou a Business Insider.

Mas o movimento não tem de ser levado a cabo pelos grandes grupos de retalho que fazem mover a indústria. Os números são avassaladores. Em média compramos hoje mais 60% de roupas do que há 15 anos, mas cada peça de roupa só fica no roupeiro metade do tempo. Mais, estima-se que cerca de 60% de todas as roupas produzidas sejam queimadas ou acabem em lixeiras, segundo números da Fashion for Good.

Os números não são muito melhores mesmo em países conhecidos pelos seus elevados níveis de reciclagem como a Suécia. Em média, cada sueco produz 8 kg de roupa que vão parar à lixeira, alertou Anna Gedda, responsável da área da sustentabilidade da H&M. A cadeia é um dos gigantes que já avançou com medidas de sustentabilidade para assegurar que tem uma coleção no futuro. E têm vindo a trabalhar em toda a cadeia de valor, explicou a responsável na sua apresentação Fashion, way behond next season. Um mero par de jeans exige entre 5 a 10 mil litros de água para ser produzido.

Esse valor pode ser reduzido em 20% de água e químicos se for usado algodão reciclado. Neste momento, 57% dos produtos da cadeia usam algodão reciclado e há objetivos de atingir 100% em 2030. São ainda usadas tecnologias como IA para antecipar procura e com isso não produzir peças a mais.

Sustentabilidade significa ainda que 96% da eletricidade usada nas lojas, armazéns e empresa são de origem renovável, sendo que usam veículos elétricos para entregas à última milha. Mas querem levar esta lógica a toda a cadeia de valor – responsável por 66% das emissões – tendo como objetivo ter um impacto positivo no clima até 2040. Os clientes são responsáveis por 20% da equação. Por isso, a cadeia tem realizado iniciativas para ajudar os clientes a melhor tratar as suas peças de roupa e a repará-las. E está ainda a recolher peças de roupa usada nas suas lojas, independentemente da marca e a trabalhar na área do recommerce, com a loja de roupas de segunda mão, Sellpy.

Ana Marcela.

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  Os números são avassaladores. Em média compramos hoje mais 60% de roupas do que há 15 anos, mas cada peça de roupa só fica no roupeiro metade do tempo. Mais, estima-se que cerca de 60% de todas as roupas produzidas sejam queimadas ou acabem em lixeiras, segundo números da Fashion for Good.

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