Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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“A crise vai estabelecer novos padrões que vão beneficiar a todos”, diz Alexandre Birman

O CEO do Grupo Arezzo ensina lições preciosas de como o varejo pode se adaptar, sobreviver e se sobressair em meio à pandemia.

Alexandre Birman (Foto: Divulgação)

Alexandre Birman (Foto: Divulgação)



“Não começamos a nos preparar para crise há um mês, fomos forjados na crise”, contou Alexandre Birman, CEO do grupo Arezzo. O empresário, que tem dividido mensagens motivacionais em seu perfil pessoal no Instagram (@alebirman) durante este momento tão difícil no qual o Brasil foi tomado pela pandemia mundial do coronavírus, conversou com nossa editora de moda Vívian Sotocórno sobre como se adaptar – e sobressair – neste cenário, transformando problemas em oportunidades, bate-papo que está disponível na íntegra no IGTV da Vogue no Instagram (@voguebrasil). Confira abaixo as maiores lições de Alexandre:

A importância da agilidade e da flexibilidade: “Meu pai, fundador e principal acionista da empresa, me chamou no dia 6 de março para falar que tinha um feeling que teríamos pela frente uma crise pior que a da Segunda Guerra Mundial. Fomos muito rápidos, no dia 13 enviamos um comunicado a todos os nossos franquiados dizendo que viria uma situação extremamente difícil por aí; e no dia 18 começamos a fechar as lojas. Ativamos uma tecnologia que já estávamos desenvolvendo, para disponibilizar vendedoras digitais remotas. Os franqueados têm um aplicativo chamado Venda Link, através dos quais eles podem mandar catálogos e fotos para o consumidor e fazer uma venda pelo WhatsApp”

Como sobreviver com as lojas físicas fechadas: “Não dá para negar que vai ser muito difícil, especialmente para quem não tinha rentabilidade, gastava mais que faturava. Você tem duas grandes contas em uma loja (fora obviamente o pagamento dos fornecedores): o custo de ocupação e o custo da mão de obra. O operador de loja que costumava pagar o fornecedor à vista, e conseguir reduzir quase a zero o seu custo de ocupação e pessoas, vai conseguir sobreviver. É hora de investir nas vendas remotas, que, mais do que de tecnologia, dependem muito de boa vontade, desejo e criatividade – conseguir engajar através de qualquer canal de comunicação com o consumidor que vai sentir que fazer uma compra, mesmo em dificuldade, pode ser um relento para a alma”.

Campanha de inverno da Schutz, com a esgremista Nathalie Moellhausen (Foto: Divulgação)

Campanha de inverno da Schutz, com a esgremista Nathalie Moellhausen (Foto: Divulgação)



O que fazer com a coleção de inverno que estaria à venda agora: “A minha sugestão é: faça uma análise sobre quais produtos são atemporais e quais são sazonais. Mantenha em loja pelo resto do ano os atemporais, sem liquidar. Já sobre os sazonais, divida em dois grupos: produtos que você pode guardar para serem vendidos no inverno de 2021 e produtos que tem “data de validade” e precisam ser liquidados.”

É hora de trabalhar na coleção de verão? “Tem que esperar sedimentar um pouco e ver o comportamento da consumidora. Acho que o caminho pode ser fazer uma compra de tecidos mais básicos, tentar trabalhar modelos antigos que deram certo, preparar uma produção mais conservadora e ser criativo com customização”.

Alexandre Birman criou o movimento #souesperança no seu Instagram pessoal, em que compartilha (Foto: Reprodução/Instagram)

Alexandre Birman criou o movimento #souesperança no seu Instagram pessoal, no qual compartilha mensagens motivacionais (Foto: Reprodução/Instagram)



Transformar problemas em oportunidades: “Temos inovado na forma de comunicar, estamos mais próximos da cliente e ouvindo mais o que ela quer neste momento. As marcas que conseguirem ter uma engenharia de produto, uma inteligência, serem criativas e trazerem soluções de bom custo benefício para criar produtos com melhor preço de entrada vão se destacar. Eu acho, por exemplo, que as pessoas estarão muito mais neuróticas com as questões de higiene, segurança e conforto. Temos que desenvolver produtos mais laváveis, de borracha, matérias-primas alternativas. Criar produtos mais higiênicos, talvez até descartáveis. Por que não desenvolver uma espécie de sola descartável que você consegue usar e chegando em casa joga fora?”

Revenge buying: “Podem ter exemplos de marcas específicas e situações isoladas, mas o normcore vai ser de um retorno gradual ao consumo. Eu não acho que o revenge buying vai alavancar o mercado”.

Alexandre Birman e sua equipe estão trabalhando em home office (Foto: Reprodução/Instagram)

Alexandre Birman e sua equipe estão trabalhando em home office (Foto: Reprodução/Instagram)



Benefícios que virão da crise: “A crise vai estabelecer novos padrões que vão beneficiar a todos. As campanhas, o marketing e o gerenciamento estão funcionando com muito menos custo. Ajuda muito poder se comunicar sem sair de casa, o home office vai ser uma realidade. Eu acho também que vai ficar provado que a sustentabilidade é um tripé: social, ecológico e financeiro, igualmente importantes.”

Dicas para pequenos empreendedores brasileiros: “Se você for criativo, simples em todos os sentidos e conseguir criar um produto que vai gerar uma conexão com a cliente, você tem chance de ressurgir e crescer depois da crise. As coleções têm que ser pequenas, o preço tem que ser atrativo e o produto tem que ser prático. As pessoas vão valorizar mais o dinheiro, então tem que ser mais flexível e adaptável”.

https://vogue.globo.com/moda/noticia/2020/04/crise-vai-estabelecer-...

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Benefícios que virão da crise: “A crise vai estabelecer novos padrões que vão beneficiar a todos. As campanhas, o marketing e o gerenciamento estão funcionando com muito menos custo. Ajuda muito poder se comunicar sem sair de casa, o home office vai ser uma realidade. Eu acho também que vai ficar provado que a sustentabilidade é um tripé: social, ecológico e financeiro, igualmente importantes.”

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