O estudo Future Consumer Index (FCI), realizado pela Ernst & Young, revelou que 7 em cada 10 brasileiros demonstram preocupação com o roubo de identidade (71%), enquanto 69% dos entrevistados mostraram que estão preocupados com segurança e privacidade de dados pessoais.
A regulamentação do armazenamento, compartilhamento e coleta de dados pessoais se faz necessária uma vez que o vazamento pode gerar inúmeros danos à pessoa exposta. O mais comum entre eles é o roubo de identidade: quando o criminoso se passa pelo titular dos dados e, a partir disso, faz transferências bancárias, realiza contratos de crédito ou até mesmo comete fraudes.
“O aumento da exposição de dados de usuários é altamente preocupante porque pode estar relacionado a abertura de um grande vetor de ameaças que envolvem técnicas de roubo de identidade, fraudes financeiras, Engenharia Social ou manipulações, incidentes relacionados à Segurança Pessoal, dentre outras possibilidades”, afirma Jonathan Arend, Principal Consultant da keeggo, consultoria de tecnologia.
Em 2021, cerca de 223 milhões de brasileiros foram afetados pelo vazamento do Serasa. Informações pessoais como CPF, RG, endereços residenciais, comprovantes de renda, números de telefone foram expostos.
O prejuízo foi tão grande que atualmente tramita uma ação civil pública proposta pelo Instituto Sigilo, em coautoria com Ministério Público Federal, para que as pessoas afetadas sejam indenizadas. Essas situações só reforçam a necessidade de proteção e respaldo legal ao cidadão, tanto que a Lei Geral sobre Proteção de Dados (LGPD) ganhou destaque em decisões judiciais, tendo sua aplicação aumentado 81,4% entre 2022 e 2023, segundo resultado parcial da pesquisa Painel LGPD.
“Para proteger-se desses tipos de incidentes, é crucial a implementação de controles de segurança ofensivos (ou proativos) e defensivos (ou reativos), que contemplem: controle de acesso, criptografia de dados, bloqueio de portas em Firewalls, autenticação de múltiplo fator (MFA), além de boas práticas como atualizações constantes de sistemas, rotina regular de backups, treinamentos de conscientização em segurança e adequação a políticas e legislações de conformidade”, explica o especialista.
Em uma pesquisa realizada pelo Datafolha e encomendada pela TecBan, 85% dos entrevistados revelaram que possuem mais medo do furto de aparelhos celulares do que de suas próprias carteiras. Isso ocorre devido ao temor de golpes financeiros, como o popularmente chamado de “limpa tudo”, quando criminosos invadem a conta bancária de uma pessoa – após o furto do aparelho celular – e realizam transferências via PIX.
Para evitar problemas deste tipo, se faz necessário utilizar mecanismos de verificação, como o reconhecimento com dados biométricos como opção para aumentar o fluxo de proteção dos aparelhos. Este recurso ganha ainda mais importância no cenário atual, tendo em vista que 95% dos brasileiros têm contas conectadas em aparelhos celulares e, destes, 67% são clientes de instituições financeiras com agências físicas e contas digitais.
“Uma vez que o usuário está consciente dos perigos cibernéticos existentes mundo afora, é esperado que a segurança do seu dispositivo móvel também seja considerada como uma abordagem proativa e multifacetada. A atualização de segurança do sistema operacional, bem como de seus aplicativos deve ser considerada. Atualmente também existe a possibilidade de utilização do aplicativo Celular Seguro – que se integra a aplicativos de Internet Banking e a ANATEL, possibilitando o registro de contatos de segurança para a abertura de registros de roubo ou perda do aparelho para que os acessos e o número sejam respectivamente bloqueados”, finaliza Arend.
https://itforum.com.br/noticias/7-em-cada-10-roubo-de-identidade/
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